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diff --git a/etica/coletiva.md b/etica/coletiva.md deleted file mode 100644 index 5746640..0000000 --- a/etica/coletiva.md +++ /dev/null @@ -1,148 +0,0 @@ -# Conjunto de Princípios Éticos - -Baseado nos [princípios das mídias e grupos livres](https://encontro.fluxo.info/Principal/ConjuntoDePrincipiosEticos). - -0. Sobre a mobilidade dos princípios: Todos os princípios podem ser a qualquer -momento modificados ou abandonados desde que não sejam mais a expressão -imanente das relações que se constituem através das ações coletivas. - -1. Sobre a autonomia: grupos e mídias livres renunciam e se recusam a recorrer -a qualquer entidade política que não a si próprias para constituir sua -legalidade e sua normatividade, por acreditar que a sua única fonte legítima é -sua emergencia a partir dos laços de confiança e solidarieade entre -participantes e de cada participante com os coletivos por eles constituídos. - -2. Sobre a apropriação pública: As mídias e os grupos livres defendem e -promovem a apropriação pública dos meios de produção (rejeita a sua apropriação -privada) e, em específico dos meios de produção de bens simbólicos e culturais -e aos produtos do trabalho intelectual e imaterial. - -3. Sobre o licenciamento: As mídias e os grupos livres usam licenciamento -livre, apoiam explicitamente os novos direitos autorais e consideram -especialmente inaceitável a apropriação privada do trabalho intelectual / -imaterial. aqui, bem que podia aparecer alguma vinculação das licenças com -propostas de escambo, economia solidária, moeadas locais, permacultura, -comércio justo... tipo: inventar uma licença que permitisse a circulação em -sistemas de mercado não-capitalistas. Talvez, exigindo para isso o -consentimento (tácito?) dos envolvidos - -4. Sobre o acesso público: As mídias e os grupos livres criam plataformas de -comunicação mediática e espaços simbólicos de acesso público em que se rejeita -absolutamente a monopolização vertical da produção mediática; embora -estabeleçam princípios éticos e políticos para o acesso aos suportes, não há -controle sobre a produção de "conteúdo", permitindo que uma pluralidade de -organizações possam se utilizar dos mesmos canais de comunicação. - -5. Sobre a diversidade: As mídias e os grupos livres visam aumentar a -diversidade dos pontos de vista e estimular o debate argumentativo, recusa -apoiar práticas da política institucional e veda o proselitismo religioso, -político-institucional e/ou propaganda comercial. - -6. Sobre a gestão: As mídias e os grupos livres usam e desenvolvem -sistematicamente mecanismos de gestão anti-hierárquicos e baseados na geração -de consensos a partir da argumentação pública; ou seja, rejeitam (ou evitam ao -máximo), como práticas de organização: a representação política e a votação -plebiscitária. A divisão funcional é adotada com ponderação, sob avaliação -coletiva e de maneira ocasional. - -7. Sobre as invenções: As mídias e os grupos livres propiciam e estimulam a -invenção estética, tecnológica e política, na medida em que tomam a organização -social, a cultura e o corpo como realidades dignas de serem transformados e -aperfeiçoados. Nesse sentido, as mídias e os grupos livres defendem a liberdade -de conhecimento e de acesso a ele; para contribuir com a concretização destas -liberdades, as mídias e os grupos livres incentivam o uso de softwares livres e -a publicação em formatos livres (.ogg para áudio, .png para imagens, etc.) e -em, caso isso não seja possível, em formatos proprietários mas que sejam -públicos (.rtf e .pdf para textos, .mpg para vídeos, etc.). As mídias e os -grupos livres não incentivam o uso de formatos proprietários (.doc para texto, -.ppt para apresentação de slides, etc.). - -8. Sobre as pesquisas e as metodologias: As mídias e os grupos livres promovem -a pesquisa, o desenvolvimento e pratica de metodologias para a apropriação dos -recursos de comunicação pelos públicos, através do que buscam transformar em -práticas cotidianas dos cidadãos a produção de comunicação mediática e o seu -uso público político. - -9. Sobre a expansão e a organização em redes: A lógica de expansão das mídias e -grupos livres segue a de formação dos rizomas (e não da árvores): formam novas -organizações quando o contingente de participantes aumenta, adensam as -interconexões (comunicação lateral) entre as organizações e evitam que -indivíduos e grupos de influência se coloquem no lugar de intermediários -políticos. - -10. Sobre doações: Se recebem dinheiro, o fazem apenas como doação, ou seja: -qualquer apoiador deve saber que seus recursos não serão empregados senão para -os fins estritos de criação de espaços comunicativos livres, sendo vedadas as -práticas de mercantismo cultural, social ou político. Tais doações são aceitas -apenas se anônimas (isto é, não publicizadas). Dinheiro governamental ou -empresarial não é aceito. - -11. Sobre auto-sustentabilidade: As mídias e grupos livres estimulam a geraçãoo -de mecanismos de autosustentabilidade (ou "autodependência") local e -comunitária. Exemplos: venda de camisetas, comidas, rifas, organização de -festas, mostra de videos, etc. Tratam-se de atividades criadas e organizadas -para estimular a vivência em coletivo e a escapar das práticas capitalistas. É -recomendável que, dentro dos grupos e entre eles, exista uma socialização dos -recursos e que os individuos também adotem essa prática, compartilhando -recursos pessoais com o coletivo, para criar ambientes de solidariedade -comunitária, onde ninguém seja excluído por falta de recursos. - -12. Sobre a gestão financeira: Para garantir essas condições de financiamento, -toda a gestão financeira das mídias e grupos livres é publica: tanto as -informações contábeis quanto a participação nas decisões são acessíveis às -pessoas concernidas nas ações desta organização. - -13. Sobre a privacidade: As mídias e os grupos livres defendem a -inviolabilidade da intimidade e a privacidade do indivíduo, especialmente -contra sua exploração capitalista, por meio de dispositivos de identificação de -padrões comportamentais. No caso da implementação de sistemas emergentes de -identificação de padrões de uso nas plataformas das mídias e grupos livres, -todos os concernidos têm pleno acesso ao seu funcionamento e os podem alterar -sempre que desejarem (através de processos de formação argumentativa de -consensos, vide acima). - -14. Sobre a espetacularização: As mídias e os grupos livres não se utilizam da -espetacularização ou maravilhização. Quer dizer, realmente estamos precisados -de conceituar e expressar verbalmente o que estamos tomando sob -"espetacularização" e "maravilhização": quase a totalidade dos grupos de hoje -trabalham demais com a espetacularização: as ações que escolhem são as mais -espetacularizadas possíveis (tanto é que não vemos os grupos trabalharem com a -mesma intensidade em coisas de base ou em estrutura), eles tem uma preocupação -imensa em mostrar o que estão fazendo, em trabalhar com mídia, etc. Isso deve -ser uma herança da dita mídia tática e de mais um monte de coisa e acho que -deveriam ser analisados, tem que ter uma crítica. Porque às vezes os logotipos -parecem surgir antes mesmo das ações. - -15. Sobre uma sociedade livre: As mídias e os grupos livres comprometem-se com -o projeto de construção de uma sociedade livre, igualitária e com respeito ao -meio ambiente. - -16. Sobre a garantia de expressão: As mídias e os grupos livres trabalham no -sentido de garantir um espaço para que qualquer pessoa, grupo (de afinidade -política, de ação direta, de artivismo) e movimento social - que estejam em -sintonia com esses objetivos - possam publicar sua própria versão dos fatos. - -17. Sobre a distinção entre produtor/a e consumidor/a: As mídias e os grupos -livres trabalham no sentido de romper o papel de espectador(a) passivo/a e -transformando a prática midiática ao romper com a mediação do/a jornalista -profissional e com a interferência de editores/as no conteúdo das matérias. - -18. Sobre a transformação da sociedade: As mídias e os grupos livres favorecem -conteúdos informacionais sobre transformação social ou que retratem as -realidades dos/as oprimidos/as ou as lutas dos novos movimentos. Sobre a -união: As mídias e os grupos livres trabalham no sentido de unir esforços para -uma real democratização da sociedade, primando sempre por privilegiar a -perspectiva dos/as oprimidos/as. Em função disso, esperamos uma atitude -construtiva e tolerante entre os/as participantes do sítio; afinal, queremos -juntar forças, não lutar entre nós. - -19. Sobre a intolerância: As mídias e os grupos livres lutam contra o racismo, -o sexismo e outros tipos de intolerância. - -20. Sobre a remuneração pelo trabalho: As mídias e os grupos livres funcionam -exclusivamente a partir de trabalho voluntário. - -21. Sobre a capitalização sobre trabalho: As mídias e os grupos livres não -devem permitir que seus voluntários/as capitalizem em cima do seu trabalho -voluntário, seja adicionando tal trabalho em seu currículo ou seja por obter -benesses através do uso do nome do grupo ou da mídia livre. |