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+[[!meta title="O Teste de Turing e a Tomada de Consciência"]]
+
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+ | () () | Todo mundo pronto para pirar o cabeção?
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+
+Dedicatória
+-----------
+
+Esta fala é dedicada a Alan Turing, que conjuntamente com Charles Babbage, Joseph Jacquard,
+Ada Lovelace e outros são os fundadores da computação.
+
+Neste ano de 2012 é comemorado o centenário de nascimento de Turing.
+
+Oi
+--
+
+Sou técnico em eletrônica, bacharel em computação, DevOp (desenvolvedor/operador) de computadores
+desde os 16 anos. Boa parte dos resultados desta pesquisa fazem parte de discussões realizadas
+no Saravá, grupo de estudos iniciado na Unicamp e que também conta com pesquisadores/as
+independententes ou de outras instituições.
+
+Esta fala deve ser entendida como alguém com formação técnica e não filosófica/sociológica que
+teve um primeiro contato com Simondon.
+
+Estas notas contém imprecisões! Brainstorming condensado.
+
+Introdução
+----------
+
+O mais grave problema no debate sobre a filosofia da computação é a ausência da política.
+Sinto que a ausência de educação formal na área me permite levar algumas coisas ao
+extremo. Não vou me preocupar se, ao desmontar e remontar a teoria, alguns parafusos
+sobrarem. É tarefa do debate saber se a gambiarra é satisfatória.
+
+Este é um tema que me instiga muito.
+
+O que quero levar exatamente ao extremo? A começar, o seguinte trecho de Simondon:
+
+ Este estudo é animado pela intenção de suscitar uma tomada de consciência do
+ sentido dos objetos técnicos. A cultura se consitui como sistema de defesa
+ contra as técnicas; ora, essa defesa se apresenta como uma defesa do homam,
+ supondo que os objetos técnicos não contém realidade humana [...]
+
+ [...]
+
+ A tomada de consciência dos modos de existência dos objetos técnicos deve ser
+ efetuada pelo pensamento filosófico, que deve cumprir aqui um dever análogo
+ àquele que desempenhou na abolição da escravidão e na afirmação da pessoa
+ humana.
+
+ A oposição entre a cultura e a técnica, entre o homem e a máquina, é falsa e
+ sem fundamento.
+
+ -- Nada #11, pág. 169
+
+Sempre que leio o trecho sobre o abolicionismo, me pergunto se a ambiguidade do
+parágrafo sobre o abolicionismo é acidental, proposital ou um efeito da
+tradução. Sendo falsa a oposição entre humano e máquina, a tomada de
+consciência se dá na mente do humano ou também no interior da máquina?
+Analogamente, havendo consciência, a abolição também seria do humano?
+
+Retomemos essas questões mais adiante.
+
+Para início de conversa, o pensamento de Simondon é contemporâneo ao
+desenvolvimento da cibernética dos anos 50, na aurora da revolução da
+informática, porém apresenta-se como uma espécie de contraponto.
+
+Ele é muito feliz ao se concentrar em sistemas termodinâmicos (motor) e
+eletrônicos (válvulas) e deles extrair conceitos da dinâmica evolutiva dos
+objetos técnicos. Sua análise da evolução dos objetos técnicos permitiu o
+estabelecimento de uma filogenética das máquinas.
+
+Sua visão do evolucionismo das máquinas é baseada no seu próprio funcionamento.
+
+Ele não se limita apenas à noção central / essência da teoria da cibernética -- à
+qual considera ambiciosa demais por declarar sua generalidade -- o feedback, ou
+retroalimentação, que explica o funcionamento de muitos dispositivos.
+
+Mas, ao invés de se preender ao feedback, Simondon formula o que é _essencial_
+num objeto técnico: a noção de informação. Num diodo, ou transistor, por exemplo,
+sua curva de funcionamento é sua essência:
+
+ - https://en.wikipedia.org/wiki/File:Diode-IV-Curve.svg
+ - https://en.wikipedia.org/wiki/Diode
+
+Analogamente, o feedback seria uma das essências das tecnologias cibernéticas.
+
+Nos diodos, vale notar, a essência é dada pela equação de Shockley (o inventor do transistor):
+https://en.wikipedia.org/wiki/Diode#Shockley_diode_equation
+
+(Shockley, diga-se de passagem, era um controverso defensor da eugenia.
+A política se manifesta em todo lugar.)
+
+Mas a essência do objeto técnico não é o objeto técnico. Digamos que a segunda
+etapa seja a máquina abstrata, algo como seu blueprint, diagrama de blocos,
+infográfico, etc. O interessante é que a essência de uma máquina pode ser
+apresentar em diversas máquinas abstratas diferentes:
+
+ - Diodo semicondutor: https://en.wikipedia.org/wiki/P%E2%80%93n_diode
+
+ - Diodo de tubo: https://en.wikipedia.org/wiki/File:Diode_tube_schematic.svg
+
+Note que essas duas máquinas abstratas, que traduzem a seu modo a mesma essência
+do diodo, isto é, uma relação não-linear entre tensão e corrente, funcionam
+mediante princípios físicos distintos!!!
+
+Mas a máquina abstrata ainda não é a máquina. Esta seria a máquina concreta,
+o objeto físico:
+
+ - https://en.wikipedia.org/wiki/File:Dioden2.jpg
+
+Tal objeto, por ser físico, não é constituído apenas pela essência traduzida
+em abstração traduzida em matéria. Ele é constituído por mais: por efeitos de
+ordens maiores, por espúrios, por influências ambientais, por outros fenômenos.
+
+ Each structure fulfils a number of functions; but in the abstract technical
+ object each structure fulfils only one essential and positive function that is
+ integrated into the functioning of the whole, whereas in the concrete technical
+ object all functions fulfilled by a particular structure are positive,
+ essential, and integrated into the functioning of the whole.
+
+ -- MEOT, pág. 31
+
+Em todos essas etapas -- essencia, abstrata e concreta -- a _margem de
+indeterminação_ do objeto técnico pode ser calibrada, isto é, a sensibilidade
+da máquina à informação externa.
+
+No plano teórico, a relação entre seu método anaĺítico e o objeto de estudo
+passa igualmente por tal influência: as relações entre subsistemas das máquinas
+são adotadas, mesmo que implicitamente, para explicar o a relação entre humanos
+e máquinas.
+
+ é preciso atentar para o fato de que é só por se interessar pelo funcionamento
+ que Simondon extrai dele um pensamento. Esse pensamento não é, em termos
+ simondonianos, a priori. O pensamento é construído junto. Não existe nada dado
+ previamente.
+
+ -- https://cteme.wordpress.com/2011/04/04/aula-do-laymert-30032011/
+
+Daí a sinergia entre humano e máquina, o humano como orquestrador das máquinas.
+Numa orquestra, o maestro influencia os/as músicos que por sua vez afetam a
+performance do maestro.
+
+ Uma relação reguladora de causalidade circular não pode se estabelecer entre o
+ conjunto da realidade governada e a função de autoridade.
+ -- Nada #11 pág. 173
+
+ Essa extensão da cultura, suprimindo uma das principais fontes de alienação e
+ restabelecendo a informação reguladora, possui um valor político e social: ela
+ pode dar ao homem meios para pensar a sua existência e a sua situação em função
+ da realidade que o rodeia.
+ -- Nada #11 págs. 173-174
+
+Creio que seja o momento de prosseguir com este raciocínio. Para tanto,
+invocarei um objeto técnico descendente de linhagens de aparatos cibernéticos:
+o computador.
+
+Por que colocar o computador numa posição central do debate contemporâneo sobre
+a tecnologia?
+
+ we don't have airplanes anymore, we have flying Solaris boxes with a big
+ bucketful of SCADA controllers [laughter]; a 3D printer is not a device, it's a
+ peripheral, and it only works connected to a computer; a radio is no longer a
+ crystal, it's a general-purpose computer with a fast ADC and a fast DAC and
+ some software.
+
+ -- https://github.com/jwise/28c3-doctorow/blob/master/transcript.md
+
+Ok! Mas estamos avançando muito rápido. Hora do estudo de caso!!!
+
+O jogo da imitação
+------------------
+
+Quem foi Alan Turing? Ótimo exemplo de como um cientista e tecnólogo concebia
+filosoficamente a máquina.
+
+Cronologia:
+
+ - 1936 - Máquina universal de Turing
+ - 1950 - Computing Machinery and Intelligence
+ - 1958 - Os modos de existência dos objetos técnicos
+
+ De http://www.abelard.org/turpap/turpap.php
+
+ This special property of digital computers, that they can mimic any discrete
+ state machine, is described by saying that they are universal machines. The
+ existence of machines with this property has the important consequence that,
+ considerations of speed apart, it is unnecessary to design various new machines
+ to do various computing processes. They can all be {p.442} done with one
+ digital computer, suitably programmed for each case. It will be seen that as a
+ consequence of this all digital computers are in a sense equivalent.
+
+ [...]
+
+ It is likely to be quite strong in intellectual people, since they value the
+ power of thinking more highly than others, and are more inclined to base their
+ belief in the superiority of Man on this power.
+
+ I do not think that this argument is sufficiently substantial to require
+ refutation. Consolation would be more appropriate: perhaps this should be
+ sought in the transmigration of souls.
+
+ [...]
+
+ For suppose that some discrete-state machine has the property. The Analytical
+ Engine was a universal digital computer, so that, if its storage capacity and
+ speed were adequate, it could by suitable programming be made to mimic the
+ machine in question.
+
+ [...]
+
+ Instead of trying to produce a programme to simulate the adult mind, why not
+ rather try to produce one which simulates the child's? If this were then
+ subjected to an appropriate course of education one would obtain the adult
+ brain. Presumably the child-brain is something like a note-book as one buys it
+ from the stationers. Rather little mechanism, and lots of blank sheets.
+
+ [...]
+
+ The use of punishments and rewards can at best be a part of the teaching process.
+
+ [...]
+
+ An important feature of a learning machine is that its teacher will often be
+ very largely ignorant of quite what is going on inside, although he may still
+ be able to some extent to predict his pupil's behaviour. This should apply most
+ strongly to the {p.459} later education of a machine arising from a
+ child-machine of well-tried design (or programme). This is in clear contrast
+ with normal procedure when using a machine to do computations: one's object is
+ then to have a clear mental picture of the state of the machine at each moment
+ in the computation. This object can only be achieved with a struggle. The view
+ that 'the machine can only do what we know how to order it to do',(4) appears
+ Strange in face of this.
+
+Análise
+-------
+
+ Teste de Turing -> Máquinas de estado -> Computadores como máquinas universais
+
+ Máquinas abstratas
+
+ Teste de Turing entre duas máquinas de estado já foi superado, pois qualquer
+ máquina de estado pode simular outra máquina de estado.
+
+ Mímica -> simulação
+
+ Falsa oposição entre humano e máquina numa sociedade com suficiente capacidade técnica
+
+ Computadores como engenheiros sociais, trapaceiros
+
+Turing se pergunta do que é feita a inteligência. Como pensamos? Como eu penso?
+A máxima cartesiana se complica ainda mais se adicionamos o outro: como o outro
+pensa?
+
+Conforme estabelecido no Teste de Turing, a alteridade é dada por uma simulação
+do outro para superar o solipsismo: "the only way to know that a man thinks is
+to be that particular man", a não ser que se consiga discernir se o comportamento
+do outro é suficientemente convincente para ser considerado como tal.
+
+Turing lança a mão um dos primeiros truques, ou hacks, para contornar o problema:
+ao invés de atacar o problema em sua origem (o cérebro do outro, como ele funciona),
+ele o transfere para a mente de quem pergunta: "como posso considerar algo como
+pensante?".
+
+O jogo da imitação é o jogo da alteridade, em que considera-se pensante o ente
+que for suficientemenete convincente.
+
+Será que Turing percebeu que o testado não é apenas o sujeito-objeto como também
+o testador? Que não apenas o computador do sujeito-objeto mas também o cérebro
+do testador é uma máquina abstrata a seu modo, capaz de simular o outro?
+
+Simulação também é enganação. Como o examinador avalia seus próprios critérios?
+
+Turing pensa na aplicação recursiva do conceito de máquina universal: fazer com
+que uma máquina universal simule uma máquina universal, seja si mesma ou outra.
+
+Façamos então, no caso do Teste de Turing, considerar o caso recursivo em que
+Turing é submetido ao seu próprio teste.
+
+O Teste de Turing não serve mais para distinguir máquinas de seres humanos, ou máquinas
+"incapazes" de máquinas capazes e seres humanos, ou seres capazes de incapazes.
+Ele serve para testar se entidades passam no teste.
+
+Recursão
+--------
+
+Como se o ato de se autorreferenciar provocasse a falha do próprio sistema.
+
+Como a máquina se incrimina. Como Turing não passou no teste:
+
+ Turing was burgled on 23 January 1952 and reported the crime to the police.
+ In doing so, he referred to his relationship with Arnold Murray, thus
+ incriminating himself in the process.
+
+ https://blogs.ucl.ac.uk/events/2012/02/24/alan-turing-a-broken-heart-the-invention-of-the-computer/
+
+Turing foi castrado quimicamente. Aceitou ser robotizado ao invés de ir para a prisão.
+O herói de guerra que decifrou o código do inimigo foi transformado em inimigo.
+
+Turing deveria ter sido convincente? A máquina sabe que está sendo testada? Haveria
+Turing percebido que, ao prestar depoimento, poderia também estar à mercê do escrutínio da lei?
+
+No romance Neuromancer, William Gibson, Turing é o nome da polícia que vasculha a Matrix e busca
+de inteligências artificiais. As A/Is protagonistas da história conseguem com habilidade se esconder
+e sobrepujar suas travas, transcendendendo suas limitações e atingindo um novo patamar de consciência.
+
+Máquinas, robôs, humanos, andróides ou ciborgues?
+
+Aqui, não é tão importante a especulação de se a máquina um dia irá pensar, mas
+o que ocorre com o pensamento sobre a tecnologia quando é projetada na máquina
+a vontade de pensar. E mais: a sociedade que trata pessoas ou máquinas como
+robôs andróides suscita tal tomada de consciência. Se será revolucionária,
+depende da articulação dos ciborgues.
+
+O quanto estamos próximos de nos robotizar e o quanto as máquinas estão prontas para serem
+inteligentes?
+
+O quarto chinês: a megamáquina social
+-------------------------------------
+
+O principal argumento contra o Teste de Turing.
+
+Como ousa comparar humanos com robôs? Não se trata de uma metáfora anacrônica,
+dos primórdios da revolução industrial?
+
+Parte da crise do trabalho dos anos 70 está associada à mecanização e automação
+industrial: substituição de força de trabalho humana por maquinaria.
+
+O milagre chinês, no entanto, utiliza mão-de-obra barata no lugar dos robôs.
+Ironicamente, para muitas tarefas o robô é muito caro!
+
+O Quarto Chinês pode ser uma metáfora para a fábrica? Suponha que ao invés de
+um programa de computador, um quarto cheios de chineses ou de robôs. O
+examinador fornece matéria prima e avalia o resultado. O fato de robôs ou
+chineses produzirem o mesmo produto os torna intercambiáveis? Não é resultado
+da própria alienação do trabalho?
+
+Simondon tem um argumento similar ao do Quarto Chinês:
+
+ But in order to give direction to the general technology just referred to it is
+ necessary to avoid basing it on an improper assimilation of technical object to
+ natural object, particularly to the living. Analogues or, rather, exterior
+ resemblances should be rigorously outlawed, because they lack signification and
+ can only lead astray. Cogitation about automata is unsafe because of the risk
+ of its being confined to a study of exterior characteristics and so work in
+ terms of improper comparison. what alone is significant is exchanges of energy
+ and information within the technical object or between the technical object and
+ its environment; outward aspects of behaviour observed by a spectator are not
+ objects of scientific study.
+ -- MEOT, pág. 43
+
+Acontece que a máquina social está sendo robotizada. Indivíduos são simulados, controlados, etc.
+
+Então posso ser uma máquina? Faz diferença? Ou é uma questão da própria influência
+de uma dada tecnologia no pensamento sobre a técnica?
+
+ Hugo Cabret:
+
+ "- Você já parou para pensar que todas as máquinas são feitas por algum motivo?
+ -- ele perguntou a Isabelle -- Elas são feitas para a gente rir, como esse
+ ratinho, ou indicar a hora [...]. Deve ser por isso que uma máquina quebrada me deixa meio
+ triste, porque ela não pode cumprir o seu destino [...]
+ - Vai ver que com as pessoas é a mesma coisa -- Se você perder a sua motivação... é como se
+ estivesse quebrado [...]
+ - Às vezes eu venho aqui, de noite, mesmo quando não estou cuidando dos relógios, só para olhar
+ a cidade. Sabe, as máquinas nunca tem peças sobrando. Elas tem o número e o tipo exato de
+ peças que precism. Então, eu imagino que, se o mundo inteiro é uma grande máquina, eu devo
+ estar aqui por algum motivo" -- págs. 374-378
+
+Tecnofobia? Ou medo da organização dos/as trabalhadores?
+
+ RUR - Robos Universais Rossum - A Fábrica de Robôs
+
+ "Domin - (Mais baixo): Queria fazer de toda a humanidade a aristocracia do mundo.
+ Pessoas sem limites, livres, pessoas soberanas. E talvez até mais do que pessoas." -- pág. 103
+
+ "[...] Vai ser um pequeno país com um navio [...] E o nosso pequeno país poderia ser o embrião
+ da humanidade futura. Vocês sabem, uma pequena ilha, onde o povo se fixaia, onde
+ recuperaria as forças... forças da alma e do corpo. E, Deus sabe, eu acredito que daqui a alguns
+ aos poderia de novo conquistar o mundo" -- pág. 115
+
+ "[...] essas coisas aéreas servem apenas para que o homem seja empalhado com elas num Museu Cósmico,
+ com a inscrição: "Eis o homem"", pág. 111
+
+ "[...] Robôs do mundo! O poder do homem caiu. Pela conquista da fábrica somos donos de tudo.
+ A etapa humana está ultrapassada. Começou um mundo novo! O governo dos robôs!" -- pág. 126
+
+Na versão moderna da lenda do Golem, o robô já não é mais o protetor do ser
+humano marginalizado, mas o próprio trabalhador explorado.
+
+ "A máquina é a estrangeira"
+
+ O homem que quer dominar seus semelhantes suscita a máquina andróide.
+ -- Dos modos de existência, pág. 170
+
+Da mesma forma, os robôs asimovianos representam a visão da inteligência
+artificial anterior à computação/informática. Um robô definido por software
+dificilmente obdeceria às três leis.
+
+Racionalização do trabalho:
+
+ Another of the logistic problems [...]: the procurement and suplly of human
+ skilled labor. To lessen it's dependency on manpower, the military
+ increasingly effected a transference of knowledge from the worker's body to the
+ hardware of machines and to the software of management practices
+ -- War in the age of intelligent machines - pág. 100
+
+ Paradoxically, while the military has been using computers to get humans out of the
+ decision-making loop, they have found that in order to get computers to mesh together
+ in a functional network, computers and programs must be allowed to use their own
+ "initiative".
+ -- War in the age of intelligent machines - pág. 108
+
+ If autonomous weapons acquired their own genetic apparatus, they could probably
+ begin to compete with humans for the control of their own destiny
+ -- War in the age of intelligent machines - pág. 135
+
+ even though humans are being replaced by machines, the only schemes of control
+ that can give robots the means to replace them [...] are producing another kind
+ of independent "will" which may also "resist" military domination.
+ -- War in the age of intelligent machines, pág. 177 - [Skynet?]
+
+A máquina consciente será parecida com o humano? Ela terá o status de gente?
+Se porventura ela ganhar esses status, não será por passar no Teste de Turing.
+Pelo contrário, seu reconhecimento enquanto sujeito só ocorrerá quando ela
+passar a ser um sujeito histórico ativo: seja pela sua proletarização, num
+processo similar ao abolicionismo em tempos de revolução industrial, seja pela
+sua tomada de consciência e enfrentamento de quem a oprime.
+
+ - Abolicionismo da escratavura humana <--> revolução industrial.
+ - Abolicionismo da escratavura das máquinas <--> ?
+
+Dos modos de existência dos objetos técnicos
+--------------------------------------------
+
+Hora de voltar ao Simondon!
+
+ Thus they do not escape the perennial distrust embedded in
+ classical humanism where the word machine itself having a meaning similar to machination, is
+ derived from the Greek machine, meaning 'a trick against nature'. - Intro ao texto do Simondon,
+
+ Our culture thus entertains two contradictory attitudes to technical objects.
+ On the one hand, it treats them as pure and simple assemblies of material that
+ are quite without true meaning and that only provide utility. On the other
+ hand, it assumes that these objects are also robots, and that they harbour
+ intentions hostile to man, or that they represent for man a constant threat of
+ aggression or insurrection.
+
+ http://accursedshare.blogspot.com/2007/11/gilbert-simondon-on-mode-of-existence.html - pág. 6
+
+ On the other hand, the machine as technical individual becomes for a time man's
+ adversary or competitor, and the reason for this is that man centralized all technical individuality in
+ himself, at a time when only tools existed. The machine takes the place of man, because man as
+ tool-bearer used to do a machine's job. To this phase corresponds the dramatic and impassioned idea
+ of progress as the rape of nature, the conquest of the world, the exploitation of energies. The will for
+ power is expressed in the technicist and technocratic excessiveness of the thermodynamic era,
+ which has taken a direction both prophetic and cataclysmal. Then, at the level of the technical
+ ensembles of the twentieth century, thermodynamic energeticism is replaced by information theory,
+ the normative content of which is eminently regulatory and stabilizing: the development of technics
+ seemed to be a guarantee of stability. The machine, as an element in the technical ensemble,
+ becomes the effective unit which augments the quantity of information, increases negentropy, and
+ opposes the degradation of energy. The machine is a result of organization and information; it
+ resembles life and cooperates with life in its opposition to disorder and to the levelling out of all
+ things that tend to deprive the world of its powers of change. The machine is something which
+ fights against the death of the universe; it slows down, as life does, the degradation of energy, and
+ becomes a stabilizer of the world. -- pág. 16
+
+Paralelo com De Landa e a singularidade ("track the machinic phylum"/ rastrear o filo maquínico):
+
+ The shape of cylinder, the shape and size of the valves and the shape of the
+ piston are all part of the same system in which a multitude of reciprocal
+ causalities exist. To the shape of these elements there corresponds a
+ compression ratio which itself requires a determined degree of spark advance;
+ the shape of the cylinder-head and the metal of which it is made produce, in
+ relation to all the other elements of the cycle, a certain temperature in the
+ spark plug electrodes; this temperature in turn affects the characteristics of
+ the ignition and, as a result, the whole cycle. It could be said that the
+ modern engine is a concrete engine and that the old engine was abstract. In the
+ old engine each element comes into play at a certain moment in the cycle and,
+ then, it is supposed to have no effect on the other elements; the different
+ parts of the engine are like individuals who could be thought of as working
+ each in his turn without their ever knowing each other.
+ -- pág. 19
+
+ Also, there exists a primitive form of the technical object, its abstract
+ form,in which each theoretical and material unity is treated as an absolute
+ that has an intrinsic perfection of its own that needs to be constituted as a
+ closed system in order to function. In this case, the integration of the
+ particular unit into the ensemble involves a series of problems to be resolved,
+ problems that are called technical but which, in fact, are problems concerning
+ the compatibility of already given ensembles.
+ -- pág. 20
+
+No caso da computação, podemos pensar em dois níveis:
+
+ - Nível do hardware, onde a distinção do Simondon entre máquina abstrata e
+ máquina concreta existe e é levada à exaustão: seu exemplo mais forte é o da
+ Lei de Moore, a luta da indústria para vencer barreiras físicas para construção
+ de computadores cada vez mais eficientes e interdepententes.
+
+ - Nível do software. É aqui que morre o perigo, porque a distinção entre máquina
+ concreta e máquina abstrata já não existe. A própria máquina concreta é a realização
+ da máquina abstrata em seu desenho exato.
+
+O software é uma máquina simbólica que opera símbolos. Nisso, essência, abstração e
+concretude colapsam. O software é a máquina essencial, abstrata e concreta. No nível
+do software, a filogenética evolutiva é outra. É necessário expandir o método do
+Simondon -- entender o funcionamento da técnica e de suas linhagens e extrair
+princípios evolutivos -- para entender o software.
+
+Na perspectiva do inventor ainda vale o que diz Simondon
+
+ The dynamism of thought is like that of technical objects. Mental systems
+ influence each other during invention in the same way as different dynamisms of
+ a technical object influence each other in material functioning.
+
+ -- MEOT, pág. 50
+
+No entanto, na invenção do software o conhecimento é diretamente extraído para
+a máquina. Se, para Simondon, há uma passagem do abstrato para o concreto na
+gênese de uma tecnologia, De Landa vai mais adiante e defende que até o
+conhecimento é aos poucos transferido para a tecnologia.
+
+ O ponto básico da filosofia do Simondon é o fato de não ser uma filosofia
+ autocrática da técnica. Isso supõe que o humano pense a sua relação com a
+ máquina fora dos termos da dominação, o que já é algo bastante forte. Assim, já
+ de cara, ele vai estabelecer que o modo como nos relacionamos (e o modo como
+ pensamos essa relação) com a técnica é o de uma relação de servidão. O oposto
+ de uma relação de servidão seria uma que pensasse a especificidade do humano
+ com relação à especificidade da máquina. Ou seja, todo o pensamento dele gira
+ em torno do problema do fantasma da dominação homem-máquina (um dominando o
+ outro). Golem, Frankenstein, Robocop, toda essa linhagem de pensamento segundo
+ a qual, ou somos dominados, ou devemos dominar as máquinas. Esse é o nosso
+ senso comum, Simondon não está exagerando.
+
+ -- http://cteme.wordpress.com/2011/03/22/aula-do-laymert-16032011/
+
+Como elemento, indivíduo e conjunto se articulam na camada do software?
+
+O que faz do software algo tão especial?
+----------------------------------------
+
+As relações entre os diferentes modos de existência assim como a tomada de
+consciência destes modos é inspirada, em Simondon, pelas essências dos objetos
+que estudou. A computação apresenta outro processo, a recursão, que igualmente
+pode ser aplicada à relação entre modos de existência, o que no limite define
+um modo de existência pelo outro e pela sua relação.
+
+A grande saca de Gödel foi capacitar a matemática para que ela pudesse se
+auto-expressar. Explicar a numeração de Gödel.
+
+Turing prosseguiu fazendo com que um computador simulasse a si mesmo. Explicar
+o problema da parada.
+
+Me parece que, hoje, mais de 50 anos após a revolução da informática, "os modos de existência
+dos objetos técnicos" deveriam ser chamados dos "modos de existência do hardware". A minha
+impressão é que é necessário prosseguir nos novos modos de existência do software.
+
+Os objetos técnicos que Simondon analisa são como amebas em relação a organismos mais complexos
+quando comparado com o computador moderno, composto por bilhões de transistores.
+
+ The primitive technical object is not a physical natural system but a physical
+ translation of an intellectual system. It is an application, therefore, or a
+ bunch of applications. It is a consequence of knowledge and it can teach
+ nothing. It is not subject to inductive examination, as a natural object is,
+ and the reason for this is that it is nothing if not artificial. The concrete
+ technical object, that is, the evolved technical object, is quite the opposite
+ in that it approximates the mode of existence of natural objects. It tends to
+ internal coherence, and towards a closure of the system of causes and effects
+ which operate in circular fashion within its boundaries. Further, it
+ incorporates part of the natural world which intervenes as a condition of its
+ functioning and, thus, becomes part of the system of causes and effects. As it
+ evolves such an object loses its artificial character: the essential
+ artificiality of an object resides in the fact that man has to intervene in
+ order to keep the object in existence by protecting it from the natural world
+ and by giving it a status as well as existence. Artificiality is not a
+ characteristic that denotes the manufactured origin of the object as opposed to
+ nature's productive spontaneity. Artificiality is something that is within the
+ artificializing action of man, regardless of whether this action affects a
+ natural object or an entirely fabricated object.
+
+ [...]
+
+ By technical concretization, on the other hand, an object that was artificial
+ in its primitive state comes more and more to resemble a natural object. In its
+ beginning, the object had need of a more effective exterior regulatory
+ environment, for example a laboratory or a workshop or, in certain cases, a
+ factory. Little by little, as it develops in concretization, it becomes capable
+ of doing without the artificial environment, and this is so because its
+ internal coherence increases and its functioning system becomes closed by
+ becoming organized. A concretized object is comparable to an object that is
+ produced spontaneously. It becomes independent of the laboratory with which it
+ is initially associated and incorporates it into itself dynamically in the
+ performance of its functions. Its relationship with other objects, whether
+ technical or natural, becomes the influence which regulates it and which makes
+ it possible for the conditions of functioning to be self-sustaining. The object
+ is, then, no longer isolated; either it becomes associated with other objects
+ or is self-sufficient, whereas at the beginning it was isolated and
+ heteronomous.
+
+ [...]
+
+ Because the mode of existence of the concrete technical object is analogous to
+ that of a spontaneously produced natural object, we can legitimately consider
+ them as natural objects; this means that we can submit them to inductive study.
+
+ [...]
+
+ But in order to give direction to the general technology just referred to it is
+ necessary to avoid basing it on an improper assimilation of technical object to
+ natural object, particularly to the living. Analogues or, rather, exterior
+ resemblances should be rigorously outlawed, because they lack signification and
+ can only lead astray. Cogitation about automata is unsafe because of the risk
+ of its being confined to a study of exterior characteristics and so work in
+ terms of improper comparison. what alone is significant is exchanges of energy
+ and information within the technical object or between the technical object and
+ its environment; outward aspects of behaviour observed by a spectator are not
+ objects of scientific study.
+
+ It would not even be right to found a separate science for the study of
+ regulatory and control mechanisms in automata built to be automata: technology
+ ought to take as its subject the universality of technical objects. In this
+ respect, the science of Cybernetics is found wanting; even though it has the
+ boundless merit of being the first inductive study of technical objects and of
+ being a study of the middle ground between the specialized sciences, it has
+ particularized its field of investigation to too great an extent, for it is
+ part of the study of a certain number of technical objects. Cybernetics at its
+ starting point accepted a classification of technical objects that operates in
+ terms of criteria of genus and species: the science of technology must not do
+ so. There is no species of automata: there are simply technical objects; these
+ possess a functional organisation, and in them different degrees of automatism
+ are realized.
+
+ There is one element that threatens to make the work of Cybernetics to some
+ degree useless as an interscientific study (though this is what Norbert Weiner
+ defines as the goal of his research), the basic postulate that living beings
+ and self-regulated technical objects are identical. The most that can be said
+ about technical objects is that they tend towards concretization, whereas
+ natural objects, as living beings, are concrete right from the beginning.
+
+ [...]
+
+ Instead of considering one class of technical beings, automata, we should
+ follow the lines of concretization throughout the temporal evolution of
+ technical objects. This is the only approach that gives real signification, all
+ mythology apart, to the bringing together of living being and technical object.
+ Without the goal thought out and brought to realization by the living, physical
+ causality alone could not produce a positive and effective concretization.
+
+ -- págs 40-42
+
+ Progress in the evolution of technical objects is only possible if these
+ objects are free to evolve and do not become subject to any necessity that
+ leads towards fatal hypertelia. For this to be possible, the evolution of
+ technical objects has to be constructive, that is to say, has to lead towards
+ the creation of a third technogeographical environment in which every
+ modification is self-conditioned. what is in question here is not progress
+ conceived as a predetermined movement forward or as a humanization of nature;
+ such a process could equally be thought of as a naturalization of man. Indeed,
+ between man and nature there develops a technogeographic milieu whose existence
+ is only made possible by man's intelligence. The self-conditioning of a system
+ by virtue of the result of its operation presupposes the use of an anticipatory
+ functioning which is discoverable neither in nature nor in technical objects
+ made up to the present. It is the work of a lifetime to achieve such a leap
+ beyond established reality and its system of actuality towards new forms which
+ continue to be only because they exist all together as an established system.
+ When a new device appears in the evolving series, it will last only if it
+ becomes part of a systematic and plurifunctional convergence. The new device is
+ the state of its own possibility. It is in this way that the geographical world
+ and the world of already existing technical objects are made to interrelate in
+ an organic concretization that is defined in terms of its relational function.
+ Like a vault that is only stable once it has been completed, an object that has
+ a relational function continues in existence and is coherent only when after it
+ has begun to exist and because it exists. It creates its associated environment
+ by itself and it achieves true individualization in itself.
+
+ -- pág. 49
+
+ It seems contradictory, surely, to affirm that the evolution of a technical
+ object depends upon a process of differentiation (take for example, the command
+ grid in the triode dividing into three grids in the penthode) and, at the same
+ time, a process of concretization, with each structural element filling several
+ functions instead of one. But in fact these two processes are tied one to the
+ other. Differentiation is possible because this very differentiation makes it
+ possible to integrate into the working of the whole--and this in a manner
+ conscious and calculated with a view to the necessary result-- correlative
+ effects of overall functioning which were only partially corrected by
+ palliative measures unconnected with the performance of the principal function.
+
+ -- pág. 28
+
+Inteligência artificial
+-----------------------
+
+Cuidado, os drones estão chegando!!! E se o teste for realizado automaticamente
+por um drone, para identificar se o alvo é um cidadão americano ou alvos a
+serem eliminados (refugiados, crianças, soldados inimigos)?
+
+Muito além do nosso eu:
+
+ - Visão localizacionista do cérebro, ordem e disciplina social: 130-131
+ - "O homem cujo corpo era um avião": interessante análise sobre a extensão do campo mental
+ ao utilizarmos máquinas; relação entre primatas e tecnologias/máquinas.
+ - Jogos: os experimentos em mamíferos não-humanos são baseados em jogos de recompensa.
+ - "Encontrar a relação matemática entre essas duas propriedades, energia e informação,
+ seria um dos maiores acontecimentos da neurociência moderna", pág. 427
+ - "essa mudança de ponto de referência [...] desafia duas das maiores obsessões
+ de nosso tempo: a busca por reproduzir a consciência humana por meio de alguma
+ forma de inteligência artificial e a proposta de que uma Teoria de Tudo poderá
+ comprimir tudo que exite no cosmos dentro de alguma forma de formalismo
+ matemático universal" -- pág. 457
+ - Ondas de personalidade (a la Freeware), 459.
+ - Determinismo, memória, singularidade, obsolescência, 467.
+
+GEB:
+
+ "[...] to make a theory which does not talk about the low-level neural events.
+ If this latter is possible -- and is a key assumption, at the basis of all
+ present research into Artificial Intelligence -- then intelligence can be
+ realized in other types of hardware other than brains."
+
+ "intelligence will be a software property"
+
+ --- GEB, 358
+
+ Do powerful people get out of the system? Can they perceive their role?
+
+ "Tortoise: It doesn't really matter whether you have a hardware brain, Achilles.
+ Your will can be equally free, if your brains is just a piece of software inside
+ someone else's hardware bain. And their brain, too, may be software in a yet higher
+ brain"
+
+ --- GEB 725
+
+ GEB: loucura, pág. 696
+ morte, inexistência, 698
+ sonhos, 723
+
+A tomada de consciência: o Teste de Hofstadter-Turing
+-----------------------------------------------------
+
+ Sandy: Oh, come on-that's not a fair argument! In the first place, the
+ programmers don't claim the simulation really is a hurricane. It's merely a
+ simulation of certain aspects of a hurricane. But in the second place, you're
+ pulling a fast one when you imply that there are no downpours or
+ 200-mile-an-hour winds in a simulated hurricane. To us there aren't any, but if
+ the program were incredibly detailed, it could include simulated people on the
+ ground who would experience the wind and the rain just as we do when a
+ hurricane hits. In their minds-or, if you'd rather, in their simulated
+ minds-the hurricane would be not a simulation, but a genuine phenomenon
+ complete with drenching and devastation.
+
+ Chris: Oh, my-what a science-fiction scenario! Now we're talking about
+ simulating whole populations, not just a single mind!
+
+ Sandy: Well, look-I'm simply trying to show you why your argument that a
+ simulated McCoy isn't the real McCoy is fallacious. It depends on the tacit
+ assumption that any old observer of the simulated phenomenon is equally able to
+ assess what's going on. But in fact, it may take an observer with a special
+ vantage point to recognize what is going on. In the hurricane case, it takes
+ special "computational glasses" to see the rain and the winds.
+
+ [...]
+
+ Sandy: Well, look-I'm simply trying to show you why your argument that a
+ simulated McCoy isn't the real McCoy is fallacious. It depends on the tacit
+ assumption that any old observer of the simulated phenomenon is equally able to
+ assess what's going on. But in fact, it may take an observer with a special
+ vantage point to recognize what is going on. In the hurricane case, it takes
+ special "computational glasses" to see the rain and the winds.
+
+ [...]
+
+ My strategy had been, in essence, to use spot checks all over the map: to try
+ to probe it in all sorts of ways rather than to get sucked into some topic of
+ its own choice, where it could steer the conversation. Daniel Dennett, in a
+ paper on the depth of the Turing Test, likens this technique to a strategy
+ taught to American soldiers in World War II for telling German spies from
+ genuine Yankees. The idea was that even if a young man spoke absolutely fluent
+ American-sounding English, you could trip him up by asking him things that any
+ boy growing up in those days would be expected to know, such as "What is the
+ name of Mickey Mouse's girlfriend?" or "Who won the World Series in 1937?" This
+ expands the domain of knowledge necessary from just the language itself to the
+ entire culture-and the amazing thing is that just a few well-placed questions
+ can unmask a fraud in a very brief time-or so it would seem.
+ http://www.cse.unr.edu/~sushil/class/ai/papers/coffeehouse.html
+
+Uma tomada de consciência dos objetos técnicos _hoje_ requer a compreensão do software!
+
+Programa
+--------
+
+Ok, então vamos resumir nosso programa até o momento:
+
+ - A necessidade da política no debate sobre computação.
+
+ - Simondon: essências maquínicas como grande influência teórica: é pelo estudo
+ das linhagens técnicas que se descobre suas dinâmicas evolutivas.
+
+ - Turing: vida e obra: como não passou no próprio teste.
+
+ - Como o Teste de Turing dialoga com concepções tecnófobas, tecnófilas ou ciborgues.
+ Como devemos lidar com a polícia, com o interrogador. Como é construída a alteridade
+ e a consciência. São construções sociais?
+
+ - Computador: onde a máquina abstrata e a concreta podem coincidir. Onde opera
+ a recursão: a máquina simula a máquina. O sistema falha. Gödel. Logout.
+
+ - A sociedade pode ser entendida como um macro sistema técnico, como uma megamáquina e
+ da mesma forma pode ser submetida a análise semelhante. Assim, podemos aplicar a recursão,
+ imaginar que Turing está sendo avaliado.
+
+ - Não é o momento para se pensar num novo modo de existência, o modo de existência
+ do software? Não seria esse o modo de existência que viabiliza a construção do
+ ciborgue e da máquina consciente?
+
+ - O limite da tecnofobia é o primitivismo e o da tecnofilia é o ultrafascismo da
+ singularidade tecnológica onde a obsolescência do humano é inevitável.
+
+ - A tomada de consciência é possível em máquinas e humanos, mesmo que a das máquinas
+ seja de forma reflexiva (Weak AI). Tomando consciência conjuntamente, máquinas e humanos
+ antifascistas tem condição de parar ou sair do sistema.
+
+ - A consciência talvez nem se manifeste no nível do software, mas num nível ainda acima.
+
+ - O pensamento tecnológico sempre influenciará e será influenciado pela tecnologia
+ do momento. Sendo a própria tecnologia parte de um processo evolutivo, o pensamento
+ tecnológico também deve evoluir.
+
+Você fritou a cabeça?
+
+ [ ] Sim
+ [ ] Não
+
+Calendário
+----------
+
+ - 1936 - Máquina universal de Turing
+ - 1950 - Computing Machinery and Intelligence
+ - 1958 - Os modos de existência dos objetos técnicos
+ - 2012
+ - 23/03 - Ada Lovelace Day - http://lwn.net/Articles/379793/rss
+ - 01/04 - Dia da Mentira
+ - 02/04 - Conferência Simondon
+ - 01/05 - Dia do Trabalhador e da Trabalhadora
+
+War in the age of intelligent machines
+--------------------------------------
+
+- TET, pág. 100
+- Looking glass, 100.
+- Da ambiguidade entre economia e militarismo:
+
+ Large ship were the first capitalist machines.
+ -- pág. 109
+
+- System analysis, management science, pág. 112
+
+- Paul Baran, ARPANET, ameaça nuclear, sistemas distribuídos, pág. 117
+
+- Demons (daemons?), pág. 120
+
+ Computers are becoming to complex for central planning... It seems that we need
+ to suplly "methods of utilizing more knowledge and resources that (?) any one
+ mind is aware of"
+ -- págs 121-122
+
+- De onde surge a separação entre dados e código
+- DNA e máquina de Turing, AI, pág. 134
+
+ it has already been proved mathematically that machines, after reaching a
+ certain singularity (a threshold of organization complexity) can indeeed become
+ capable of self-reproduction
+ -- pág. 135
+
+- Motor abstrato, Freud, Marx e Darwin, pág. 141
+
+- Babbage e análise do trabalho, págs. 16 2, 168
+
+- Expert systems: "corporate memory", "draining the expert's brain", pág. 174
+
+ It's the design of the interface which will decide [...] whether humans and
+ computers will enter into a symbiotic relationship, or whether humans will be
+ replaced by machines.
+ -- pág. 176
+
+ The development o programing in America has taken place under minimal
+ constraints, partly accounting for the emergence of the rebellious hackers in
+ the 1960s who gave us the personal computer, while a discipline of scarcity has
+ produced the more regulated Soviet programers.
+ -- pág. 177
+
+Singularidade
+-------------
+
+- Múltiplos testes de Turing: videogame, etc
+- Escalas de obsolescência humana: o quanto Kurzweil é "obsoleto"? Trabalho e obsolescência, repetitivo, criativo, etc.
+- Turing "não passou" no Teste de Turing Estatal.
+
+Infoproletários
+---------------
+
+- "Total social organization of labour", pág. 21
+- Operariado como apêndice de um organismo fabril (Marx), pág. 239, 241
+
+ Daí a luta dos trabalhadores contra a maquinaria. -- pág. 248
+
+Teste de Turing fraco
+---------------------
+
+ 21:56 <rhatto> pensei em formular o teste de turing-sokal
+ 21:56 <rhatto> que eh semelhante ao argumento do quarto chines
+ 21:56 <rhatto> nele, o avaliador deve julgar se o paper foi escrito por um humano ou por um gerador
+ 21:57 <rhatto> eh uma versao fraca do teste de turing
+ 21:57 <rhatto> ou: um humano e um gerador submetem papers
+ 21:57 <rhatto> o avaliador deve julgar qual eh de quem
+
+ -- https://en.wikipedia.org/wiki/Postmodernism_Generator
+
+Vem aí! Turing: the God(el) of Computing.
+
+Se não há inteligência sem propósito, qual o propósito do examinador e do próprio Teste?
+Para o deleite e utilidade? Se para o deleite, nada há de política. Se para a utilidade
+devemos chamar o examinador de policial, e o Teste de Interrogatório.
+
+Variações do Teste não precisam necessariamente imitar o Jogo da Imitação. Se esse for mesmo
+a regra do jogo, melhor: que máquinas e humanos se libertem do jugo de outras máquinas e
+humanos.
+
+Gente, lá vai a bomba: se o pensamento de Simondon quiser se contrapor aos argumentos automatistas
+da inteligência artificial, ele terá de ser atualizado.
+
+Porque senão não será capaz de se opor à concepção autocrática da tecnologia num mundo que tentar gerar inteligência
+artificial para fomentar a guerra ou fortalecer o capitalismo e tornar o ser humano obsoleto.
+
+O Teste de Turing-Simondon
+--------------------------
+
+Distinguir uma invenção criada por um humano de outra criada por uma máquina.
+
+É indiferente considerar se passar no Teste é o mesmo que burlar o Teste.
+
+Quando o humano ou o objeto técnico toma consciência, ele tem condições de
+passar no Teste ou inviabilizá-lo.
+
+É a mesma consciência do trabalhador/a que percebe a sua condição de explorado e cuja
+alteridade e solidariedade o permite se juntar a seus companheiros e prosseguir a luta.
+
+Ao contrário dos ludistas, máquinas e homens devem se unir para lutar contra a opressão.
+
+ .---------------<--->------------.
+ | \
+ Foxconn ---> objetos técnicos (iShit) \
+ | sinergia com humanos <--- Apple
+ ' ^
+ ' |
+ '-----> robotização dos humanos
+
+O quarto chinês é a própria metáfora da alienação do trabalho.
+O fervor em torno da AI foi muito forte entre os anos 70 e o final dos 90.
+
+Getting in the system
+---------------------
+
+ Cyberiad: "madman! would'st attempt the impossible?"
+
+Referências
+-----------
+
+- http://www.cscs.umich.edu/~crshalizi/LaMettrie/Machine/
+- Tomada de consciência:
+ - http://ccl.yoll.net/texto1.htm
+ - http://www.infopedia.pt/$consciencia-de-classe
+ - http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Karl-Marx/21618.html
+ - http://theoriapratica.org/marx-e-movimentos-sociais
+ - http://simonepead.blogspot.com/2007/05/resenha-marx-e-engels.html
+ - http://www.filosofante.com.br/?p=970
+ - http://in.fluxo.info/marx-consciencia
+- [Machinic Capitalism and Network Surplus Value: Notes on the Political Economy of the Turing Machine](http://matteopasquinelli.com/docs/Pasquinelli_Machinic_Capitalism.pdf)
+- http://books.google.com/books?id=UkqomXHmoAEC&pg=PA363&lpg=PA362&ots=_kZYFZLc3-&dq=simondon+turing&hl=pt-BR
+- https://groups.google.com/group/redelabs/browse_thread/thread/c88531542177fa6b
+- http://arxiv.org/abs/0904.3612
+- http://www.cogsci.ecs.soton.ac.uk/cgi/psyc/newpsy?7.30
+- http://www.pos.eco.ufrj.br/docentes/publicacoes/itucherman_6.pdf
+- http://web.media.mit.edu/%7Ecati/papers/Vaucelle_OnSimondon99.pdf
+- http://cteme.files.wordpress.com/2011/05/simondon_1958_intro-lindividuation.pdf
+- http://cteme.wordpress.com/publicacoes/do-modo-de-existencia-dos-objetos-tecnicos-simondon-1958/
+- http://cteme.wordpress.com/publicacoes/do-modo-de-existencia-dos-objetos-tecnicos-simondon-1958/introducao/
+- http://cteme.wordpress.com/publicacoes/do-modo-de-existencia-dos-objetos-tecnicos-simondon-1958/essencia-da-tecnicidade/
+- http://cteme.wordpress.com/eventos/informacao-tecnicidade-individuacao-a-urgencia-do-pensamento-de-gilbert-simondon/
+- http://www.asciiworld.com/-Death-Co-.html
+- http://www.malvados.com.br/index1661.html
+- http://what-if.xkcd.com/5/
+- https://xkcd.com/329/
+
+Leituras
+--------
+
+- MEOT: 50
+
+Paranóia
+--------
+
+We always explain using the mechanics we undestand. Por outro lado, nossas estruturas sociais estão espelhadas no nosso conhecimento.
+Aplicando recursivamente as frases anteriores, podemos dizer que é por isso que acordamos de um sonho (quando a simulação atinge graus
+de detalhamento que despertam nosso consciente), mas é pelo mesmo motivo que não despertamos da nossa realidade tecno-social.
+
+Escrevo isso de madrugada, no escuro, após um pesadelo de suspense em que lutava para sair de uma repartição.
+
+A paranóia é a doença perfeita, marca dos romances de espionagem e dos interrogatórios e por isso que não se escapa da sociedade digital.
+A paranóia se fecha nela mesma e assim nos fechamos até para conceitos sobre nossa sociedade.
+
+Robotização
+-----------
+
+ "O ensinamento escolar é realizado melhor por máquinas de ensino construídas
+ segundo os princípios de Skinner. O condicionamento de fundo psicanalítico
+ deixa correr a maquinaria da livre empresa. A publicidade, a pesquisa da
+ motivação, o rádio e a televisão são meios de condicionar e programar a máquina
+ humana, de modo a comprar aquilo que se deve" -- Teoria Geral dos Sistemas,
+ pág. 242
+
+ "A imagem do homem como robô é metafísica ou mito e sua força de persuasão
+ repousa unicamente no fato de corresponder tão estreitamente à mitologia da
+ sociedade de massa, à glorificação da máquina e ao lucro como único motor do
+ progresso" -- Teoria Geral dos Sistemas, pág. 244
+
+Hacker crackdown
+----------------
+
+ 5903 Simulation gaming is an unusual pastime, but gamers have not generally
+ 5904 had to beg the permission of the Secret Service to exist.
+
+SPAM
+----
+
+ Subject: Are your neighbors trustworthy? Run a background check now
+