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8 files changed, 51 insertions, 444 deletions
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--- a/books/perfect-spy.mdwn
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@@ -30,3 +30,21 @@
It is to place our larcenous natures at the service of the state. So I mean why should I feel different
about Magnus just because maybe he go the mix a little wrong? I can't.
-- A Perfect Spy
+
+---
+
+ "Stop this now. There's not a man or woman in this room who won't look like a traitor once you start
+ to pull our life stories inside out. A man can't remember where he was on the night of the tenth?
+ Then he's lying. He can remember? Then he's too damn flip with his alibi. You go one more yard with this
+ and everyone who tells the truth will become a barefaced liar, everyone who does a decent job will
+ be working fir the other side. You carry on like this and you'll sink our service better than the
+ Russians ever could. Or is that what you want?
+
+ -- A Perfect Spy
+
+---
+
+ If bogies ask, it's because they don't know. So don't tell them. If they ask and they do know,
+ they're trying to catch you out. So don't tell'em either.
+
+ -- A Perfect Spy
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--- a/consulting.mdwn
+++ /dev/null
@@ -1,16 +0,0 @@
-[[!meta title="Consultoria"]]
-
-Esta é uma descrição de uma consultoria técnica voluntária. Não estou necessariamente dando esse tipo de consultoria no momento, mas a descrição fica aqui para quem quiser uma inspiração para algo similar.
-
-## Comportamento padrão
-
-* Rotineiramente, recebo inúmeros pedidos de ajuda, requisições de suporte, etc através dos meus [canais de contato](about).
-* Apesar de encorajar o contato e desejar que mais e mais pessoas [ajudem umas às outras](https://www.sarava.org/pt-br/node/27), tenho um limite de tempo no qual posso me dedicar voluntariamente a problemas de terceiros.
-* Assim, nem sempre tenho condições de ajudar ou mesmo de responder os pedidos de ajuda. Na medida do possível, tento ao menos indicar os locais mais apropriados para pedir ajuda.
-* Prefiro que contatem grupos e projetos que participo do que me contatar diretamente para solicitar coisas pertinentes a esses grupos.
-
-## Plantão
-
-Estou considerando um horário fixo para ficar online num [Plantão de Consultoria Técnica](https://saravea.net/tasks/view/1380/plantao-de-consultoria-tecnica) para grupos e movimentos sociais. Meu interesse é dar suporte voluntário e gratuito para pessoas e grupos envolvidos em projetos progressistas.
-
-Estou concentrando tudo num único horário para não precisar comparecer a uma reunião virtual por grupo que participo, o que seria inviável.
diff --git a/fortune.mdwn b/fortune.mdwn
index ae7f93f..e69357f 100644
--- a/fortune.mdwn
+++ b/fortune.mdwn
@@ -1614,3 +1614,36 @@ coletadas de anos usando `fortune(6)` ou encontradas ao acaso.
Ande sempre com sua pílula de cicuta.
--- logoutman
+
+### Forca verbal
+
+ Give me six lines written by the most honest man in the world, and I will find enough in them to hang him.
+
+ -- https://en.wikiquote.org/wiki/Cardinal_Richelieu
+
+ Corolário do Araponga:
+
+ Talvez menos linhas sejam necessárias para condenar alguém. Talvez apenas com a
+ citação acima já seria possível condenar o pobre Cardeal Richelieu.
+
+ O acúmulo de dados pela vigilância de massa compromete qualquer pessoa em
+ crimes previstos num entulho jurídico acumulado ao longo de centenas de anos.
+
+### Somos agentes duplos, títeres de qual jogo doentio?
+
+ It's the oldest question of all, George. Who can spy on the spies?
+
+ -- Tinker, Tailor, Soldier, Spy
+
+### Liberdade
+
+ "My Brain is the key that sets me free."
+
+ -- Houdini
+
+### Razão e progresso
+
+ The reasonable man adapts himself to the world; the unreasonable one
+ persists in trying to adapt the world to himself. Therefore all progress
+ depends on the unreasonable man.
+ -- George Bernard Shaw
diff --git a/sketches/autogestao.mdwn b/sketches/autogestao.mdwn
deleted file mode 100644
index 7a25260..0000000
--- a/sketches/autogestao.mdwn
+++ /dev/null
@@ -1,314 +0,0 @@
-[[!meta title="Apatia, gerenciamento e autogestão distribuída"]]
-
- The reasonable man adapts himself to the world; the unreasonable one
- persists in trying to adapt the world to himself. Therefore all progress
- depends on the unreasonable man.
- -- George Bernard Shaw
-
-Não é um jogo e nem as cartas estão na mesa. Até agora, mostramos que o capitalismo se perpetua pela
-busca por inovações oriundas no seu próprio descontrole, mas que apesar disso as utopias não deixaram
-de morrer. Ainda existem chances e provavelmente sempre existirão.
-
-Nesse sentido, os dois próximos textos são sugestões de configurações sociais que em princípio não
-parecem essencialmente novas, não buscam serem consideradas como "de vanguarda". O que impulsionou
-a escrita de todos esses textos e principalmente destes próximos é a crença de que eles podem
-contribuir para o fortalecimento do descontrole (descontrole do ponto de vista do capitalismo) e
-principalmente do ruído destinado a nos levar a uma sociedade mais justa.
-
-Talvez muito do que aqui esteja escrito já tenha sido apropriado pelo capitalismo e pela lógica
-empresarial, talvez o que houver de novidade aqui possa no futuro ser também apropriado. Talvez,
-até a própria ruína do capitalismo e demais sistemas sociais produtores da miséria não dependa de
-alguma descoberta e inovação da esquerda, mas do seu próprio e imprevisível colapso.
-
-De qualquer modo, julgamos que devemos nos arriscar: não fazer nada é jogar as chances no lixo e
-terminar a vida como perdedores que nem jogaram.
-
-Acontece que não é um jogo e nem as cartas estão na mesa. No entanto, a rodada anterior já foi
-concluída, o movimento antiglobalização já inventou novidades, o sistema se apropriou de parte delas
-e o mundo segue seu curso. Agora talvez seja uma nova rodada deste não-jogo.
-
-O que exatamente deve ser feito, quais práticas adotadas e quais horizontes vislumbrados dependem
-de cada pessoa e de cada grupo, Aqui, colocamos apenas algumas sugestões e possibilidades. Recomendamos
-que cada grupo reflita e adote suas próprias.
-
-Estas conclusões são destinadas primeiramente aos grupos e pessoas que trabalham por um mundo mais
-justo mas que no entanto tem seus esforços em muito diminuídos pelo excesso de burocracia, formalizações,
-concentração de poder (mesmo que involuntária), falta de engajamento e vontade das pessoas, etc.
-
-Em segundo lugar, estas são conclusões sobre como uma sociedade livre e justa pode operar de forma
-autogestionada, autocontrolada e de forma distribuída.
-
-Em nossos últimos textos temos discutido o controle social baseado no modelo de gerenciamento de fluxos
-de informação, na exploração do trabalho alheio e no aprisionamento do desejo humano. Postulamos inicialmente
-que o controle total não existe e podemos também dizer que hoje em dia não há meios para um descontrole total.
-Todo o controle pode gerar descontrole, um modula o outro e o inapropriável se situa naquilo que pode ser
-amplificado de modo a quebrar com o ciclo vicioso.
-
-Durante nossa discussão sobre cultura e de acordo com cada um dos exemplos utilizados ao longo dos diversos
-textos, a questão do gerenciamento e do controle social desembocaram na necessidade das pessoas serem capazes
-de decidirem quais práticas sociais devem escolher. Em outras palavras, autogestão distribuída.
-
-À luz do que já foi dito sobre cultura[1], a descrição dos procedimentos contida neste texto deve ser
-entendida como um objeto cultural ou até como uma inovação cultural, se é que neste texto há alguma alusão
-a comportamentos que sejam novos. De todo modo, este texto sugere comportamenteos sociais e portanto pode
-ser entendido como um dado cultural.
-
-A autogestão distribuída
-------------------------
-
-A dominação das pessoas se estabelece quando as mesmas são gerenciadas de forma a se comportar conforme
-normas previamente desejadas ou quando suas condutas são aceitas ou negadas.
-
-* O Gerenciamento é valido? Existe a possibilidade do auto-gerenciamento ou gerenciamento distribuído,
- onde cada pessoa contribui favoravelmente para a probabilidade de certos eventos ocorrerem em detrimento de outros?
-
-* Exemplo 1: listar o que cada pessoa quer fazer coletivamente; pergunta retórica: o controle dessa listagem e
- das associações entre pessoas que advir dela deve ser feito por uma única pessoa (o/a gerente) ou cada pessoa
- deve saber como se associar (emergência de padrões).
-
-* Exemplo 2: a própria organização desta reunião pode ser observada sobre a óptica do gerenciamento
- centralizado/distribuído: se todo mundo saber auto-organizar sua vida e organizar o coletivo e sua inserção nele,
- a organização desta reunião e de qualquer outro processo coletivo passa a não ser gerenciado e controlado por
- uma instância central.
-
-* Exemplo 3: sítios da Web 2.0 que exploram redes sociais são sistemas de gerenciamento de pessoas.
-
-Como combate à apatia, ao espetáculo (no sentido das pessoas se portarem como espectadoras, pessoas gerenciadas
-que permanecem em estado de espera, letárgico e apático), ao ruído existente na lista de discussão, à dificuldade
-de acompanhamento dos processos no coletivo e à inexistência de muitos processos realmente coletivos em andamento
-(e não apenas às iniciativas pessoais existentes dentro de um grupo), foi elaborado o seguinte esquema mental de como ele
-lidou e como qualquer pessoa pode participar de um grupo, onde três espaços básicos do coletivo são visualizados e
-uma função é atribuída a cada um deles:
-
-* Reuniões informais: discussões, bate-papo descompromissado, elaboração de propostas de decisão e ação.
-* Wiki Fechado: relatos, propostas e formalizações.
-* Lista de discussão: instância de tomada de decisão.
-
-Ou seja:
-
-* Instância informal: reuniões presenciais ou via bate-papo.
-* Instãncia formalizadora: lista de discussão.
-* Meio de campo: Wiki Fechado.
-
-Num exemplo concreto, trata-se de aplicar ao máximo esse esquema mental de como lidar com o coletivo:
-
-* Usar a lista de discussão o mínimo possível para não gerar ruído.
-* Usar os encontros informais para a maior troca de idéia.
-* Usar o wiki ao máximo para passar o que foi discutido informalmente para a lista e vice-versa.
-
-Esse esquema mental nada mais faz do que sugerir um modelo pessoal de entendimento e participação no processo coletivo,
-onde a pessoa pode determinar a melhor forma de se comunicar e submeter propostas, idéias e relatos sem que suas
-mensagens façam parte de um ruído (isto é, excesso de mensagens sendo enviadas à lista) ou caiam num processo de
-formalização muito burocrático.
-
-Com relação às reuniões informais, não há problema de autonomia se as pessoas combinarem previamente, avisarem
-a lista e depois acrescentarem relatos ao wiki (e informarem a lista dessas alterações). Inclusive, as reuniões
-informais, se feitas dessa forma, evitam o problema de gastarmos semanas tentando encaixar na agenda de todo mundo
-uma reunião onde no fim das contas aparecem poucas pessoas. Desse modo, quando alguém quiser ou sentir que uma
-reunião é necessária, basta combinar com outras pessoas interessadas, comunicar na lista e pronto :)
-
-Tal modelo nem precisa ser aprovado pelo coletivo, pois é um modelo de entendimento e relacionamento pessoal de
-como as coisas podem fluir e como processos interessantes podem emergir, lembrando que emergência pode ser entendida
-como pequenas regras (ou modelos, esquemas) de comportamento que cada pessoa mantém e aplica.
-
-Por fim, a questão da apatia versus o protagonismo. Tal modelo de relacionamento proposto só funciona de modo
-saudável se todas as pessoas forem protagonistas, deixando sua apatia e sua preguiça de lado. Caso contrário,
-ela levará a um gerenciamento centralizado nas poucas pessoas que forem ativas. Sentiu que uma troca de idéias
-deve ser feita? Vá, faça, se possível informe a lista com antecedência e depois adicione o conteúdo no wiki e
-avise a lista dessa adição.
-
-Quem não tem iniciativa está destinado/a a ser gerenciado/a e governado/a.
-
-Autogestão
-----------
-
-* Fazer e tornar público na medida do possível.
-
-* Número máximo de pessoas com as quais alguém consegue se relacionar.
-
-* Espaços formais e informais, momentos formais e informais.
-
-* Os processos devem ser de modo a _viabilizar sempre_ o trabalho de todos/as, levando em
- conta as limitações das pessoas (tempo, capacidade, vontade, etc).
-
-* Entender os fatores que devem ser considerados na autogestão de quaisquer procedimentos
- coletivos (escalabilidades, fluxo de informação, etc).
-
-* As pessoas devem determinar os fluxos e os processos e não os sistemas que devem determinar
- a forma de organização e o trabalho das pessoas (nem as pesoas devem se realizar apenas
- mediante a existência dos sistemas, devem ser independentes deles).
-
-* Os fluxos exercidos são realizados apenas a partir das vontades e desejos das pessoas,
- sendo que estes sentimentos devem ser compreendidos também de acordo com a vontade de que
- a liberdade e o bem-estar de uma pessoa contemplem e reforce a de outra.
-
-Exemplos
---------
-
-* Agendas pessoais públicas.
-
-* Aproveitamento de material.
-
-* Equipamentos coletivizados: o uso constante de espaços e equipamentos pelos
- seus donos é impraticável. Um "fundo" comum mas sem ser necessariamente um
- depósito comum: esquema de empréstimos distribuído.
-
-Informatizando
---------------
-
-A autogestão hoje pode ser muito enriquecida através da assimilação de conceitos
-e protocolos oriundos da teoria da informação. Teoria que foi criada para
-a centralização e o controle, mas que igualmente pode ser utilizada para a
-descentralização do mesmo.
-
-O modelo de uma organização autogestionada ou mesmo de grupelhos tem também
-muito o que herdar das experiências da educação, da pedagogia e das escolas
-libertárias onde existem espaços e estruturas disponíveis para a investigação
-pessoal ou coletiva impulsionada pela vontade de conhecer.
-
-Sem controle centralizado significa dizer que a priori não há necessidade
-de conhecimento global, mas apenas local (o que vale na maioria dos casos).
-Portanto, a terceira contribuição à autogestão pode vir da chamada
-"emergência de padrões" e da "inteligência coletiva": comportamentos
-simples e adotados por várias pessoas que levam a um fluxo complexo.
-Mas cuidado: se a subversão depender de comportamentos simples e previsíveis,
-pode também existir uma possibilidade maior de enfraquecimento da resistência.
-
-A cibernética é a ciência do controle do ruído, é uma tentativa de estabelecer
-controles e lidar com descontroles. O caos é a ciência de tentar encontrar e
-controlar padrões não determinísticos. Se a cibernética já é uma ciência há
-muito estabelecida, o caos ainda é um ramo relativamente novo. No entanto,
-da cibernética para o caos uma mudança de ocorreu: do estudo dos sistemas
-de eliminação de ruído, já bem estabelecidos pela cibernética, passou-se para
-o estudo do próprio ruído, nem sempre passível de eliminação (mesmo em sistemas
-bem simples). O caos hoje é o atual ramo do conhecimento onde se efetua a batalha
-entre o controle e o descontrole.
-
-É imprescindível para um grupo autônomo também ter autonomia e autocontrole
-sobre sua estrutura informacional e portanto depender o mínimo possível de
-estruturas corporativas, pois estas podem, ao mesmo tempo que facilitar
-o trabalho do grupo, também dele obter informações fundamentais e por isso também
-ser capaz de, em algum momento, controlá-lo.
-
-Resiliência
------------
-
-O monitoramento em massa e a consequente seleção de alvos funcionam muito bem porque
-mesmo nos movimentos sociais existe concentração de poder, controle e gerenciamento,
-de modo que, com a remoção de apenas algumas poucas pessoas, é possível acabar
-completamente com muitos movimentos.
-
-Em grupos onde há um gerenciamento distribuído, onde há autocontrole e autogestão,
-os grupos se tornam muito mais resistentes à seleção de alvos.
-
- ^
- |.
- | .
- | .
- | .
- | .
- | .
- | .
- |----------------------------->
-
- Gráfico 1: Tráfego em função do número de pessoas
-
-Hoje, porém, os grupos -- mesmo os autônomos --, tem suas estruturas muito diferentes
-do modelo autogestionario, autocontrolado e autogerenciado. Inclusive isso é verdade
-mesmo para aqueles que adotam a forma de organização horizontal e anti-hierárquica.
-
-Os grupos são compostos por inúmeras pessoas que, no entanto, deles pouco participam
-ou neles desempenham papéis menores nas decisões tomadas e nas tarefas executadas.
-
-O gráfico acima mostra um levantamento das mensagens que circularam dentro de um
-dado grupo durante um certo período. Logo de cara percebe-se que poucas pessoas são
-responsáveis pela maior parte das mensagens nele trafegadas, ou seja, poucas pessoam
-tomam conta e gerenciam a comunicação dentro e fora do grupo, eventualmente também
-sendo elas as responsáveis pela própria gestão interna.
-
-O gráfico, no entanto, não é apenas representativo de um comportameteo dominante
-nos movimentos sociais. Ele é na verdade representante da própria característica
-do sistema social vigente que, mesmo possuindo uma massa enorme de gente que
-efetivamente realiza trabalho, a mesma não participa dos processos de gestão e
-controle social, tanto porque o trabalho suga boa parte de suas energias ou também
-porque elas não tem percepção ou mesmo interesse na necessidade de serem aptas
-de modificarem o próprio destino.
-
-Portanto, as pessoas atuam (ou deixam de atuar, afinal, acabam por não participar
-em toda sua plenitude) nos movimentos com a mesma tendências de delegação de poder
-com que entregam seus destinos aos gestores sociais.
-
-Concordo em parte: sim, o controle não é automático simplesmente porque,
-em primeiro lugar, monitoramento e controle demandam custos e até hoje
-não compensou monitorar todas as pessoas cadastradas aumenta demais os
-limitados orçamentos destinados a isso (o que é válido principalmente
-em países subdesenvolvidos que tem pouca verba destinada a esse tipo
-de coisa). Em segundo lugar, monitorar todo mundo não é necessário pra
-ter um bom mapa esquemático sobre uma dada organização. Terceiro, porque
-efetivamente nenhuma agência de inteligência é realmente inteligente,
-algumas se aproximam mais, outras menos, mas nenhuma é completamente
-eficaz. Agora, dado o barateamento da informática e a quantidade enorme
-de desenvolvimento na computação de sistemas de mineração de dados,
-começam a surgir sistemas de monitoramento em massa que aumentam muito
-a eficácia tanto das agências de inteligência quanto da nova indústria
-cultural. Não quero com essa afirmação dizer que agências de
-inteligência são a mesma coisa que olheiros/as da indústria cultural,
-apenas falo que ambas tem interesses muito próximos, ainda que para
-finalidades diversas, na utilização de algoritmos de mineração de dados.
-
-Sobre isso recomendo o seguinte artigo:
-
- The Economics of Mass Surveillance and the
- Questionable Value of Anonymous Communication
- http://freehaven.net/anonbib/cache/danezis:weis2006.pdf
-
-Ele não fala apenas sobre monitoramento em massa e segurança. Uma
-leitura atenta mostra que inclusive ele toca no ponto da gestão
-dos grupos. Se você ler, conto um segredo sobre ele! :P
-
-Concordo em parte. A programação da TV tende a evitar inovações mas
-aos poucos elas são sim introduzidas, bem aos poucos. O que discordo
-é acreditar que a análise para a TV vale para outros instrumentos
-midiáticos. Paro tubo de ensaio, por exemplo, isso não vale, porque
-não existe um "canal" e uma programação única veiculada
-sincronizadamente para uma massa de telespectadores/as. Nessas novas
-formas de comunicação a inovação não acarreta em prejuízos, já que é
-o usuário/a que monta a sua programação.
-
-Concordo que muita coisa permanece subterrânea, mas nem tudo fica,
-especialmente aquilo que já circula pela rede mundial de computadores.
-Sim, sabotagens são possíveis :)
-
-Uma dos pressupostos do combate ao terror é a seleção de alvos, mas o suposto
-terrorismo funciona como células independentes com pouca ou nenhuma comunicação
-entre si; por isso, na prática o objetivo do combate ao terror é a
-desmobilização dos movimentos sociais legítimos.
-
-Misc
-----
-
- "Quando um grupo de desejos se agrupa e tenta deixar escoar um pouco
- desta demanda represada, eles são represados."
- - http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2007/10/398279.shtml
-
-* Disciplinarização, trabalho, produtividade, preguiça e desejo.
-* Conhecimento do todo (informação global do sistema) ou apenas de algumas partes (informações locais): emergência.
-* O problema, como foi diagnosticado, parece ter raíz no gerenciamento e na administração centralizadoras e/ou alheia (externa) às pessoas. A autogestão distribuída pode ser um pressuposto.
-* Desejo pode gerar descontrole.
-* A pixação e o grafite em princípio são manifestações não gerenciadas.
-* A tirania das organizações sem estrutura: relações entre instâncias formais de democracia e informais de tirania.
-* Espectro de desejos e espectro de energia.
-* Na sociedade de controle, não há apenas a disciplina individual e a biopolítica das massas, mas uma junção das mesmas: é possível simultaneamente vigiar um indivíduo específico assim como qualquer massa que ele integre.
-* Capital humano: a sala de bate-papo foi substituída pela lista de contatos do Orkut e do MSN. Economia dos contatos.
-* A racionalidade dos gestos do trabalhador/a se faz muito mais presente na informática do que em outras áreas principalmente porque é nela em que os menores atos tem grande alcance. Racionalização que também provoca lesões por esforços repetitivos.
-* Nome de um grupo ou pessoa é um bem rival, já que é utilizado na atividade política. Em muitos casos, o uso contraditório do nome pode levar a perda de credibilidade, em outros pode ser operacional.
-* Parece mais sensato nos referirmos a _conteúdo_ e não à cultura.
-* Cuidado com a busca pela regularidade nas ações (reuniões, etc).
-* Verificar se isso aqui é interessante: [Informação e inteligência coletiva no ciberespaço: uma abordagem dialética](http://www.cienciasecognicao.org/artigos/v11/317144.html).
-* Redes com escala, redes sem escala, redes com escala exponencial e resiliência.
-* O erro das análises de Bauman e Adorno está em não contar com a possibilidade do gerenciamento totalmente distribuído, onde qualquer pessoa possa ser ao mesmo tempo consumidora, produtora, gerenciadora, distribuidora, etc, e isso se extende para qualquer tipo de cadeia produtiva e não apenas para conteúdos culturais.
-
-Referências
------------
-
-1. [A cultura sob o ponto de vista da sociedade do controle e descontrole](http://wiki.sarava.org/Estudos/CulturaControleDescontrole).
diff --git a/sketches/ca.mdwn b/sketches/ca.mdwn
deleted file mode 100644
index 1c2b5ce..0000000
--- a/sketches/ca.mdwn
+++ /dev/null
@@ -1,30 +0,0 @@
-[[!meta title="A falência das Autoridades Certificadoras"]]
-
-A internet funciona através de
-um empilhamento de protocolos, cada um dos quais pode atribuir mais ou
-menos autonomia aos usuários/as ou, inversamente, maior controle e
-ingerência por parte de governos e corporações.
-
-Assim, enquanto a suíte de protocolos [TCP/IP](https://secure.wikimedia.org/wikipedia/pt/wiki/TCP/IP),
-responsável pela transmissão dos pacotes de informação na rede, promove distribuição de
-controle, o [DNS](https://secure.wikimedia.org/wikipedia/pt/wiki/Dns), de onde
-emana a ontologia básica da rede, implementa centralização no nível acima da
-[pilha de camadas](https://secure.wikimedia.org/wikipedia/pt/wiki/Modelo_OSI).
-
-Isso já foi observado por
-[Galloway](http://mitpress.mit.edu/catalog/item/default.asp?ttype=2&tid=10069)
-e muitos outros/as. Libera-se numa camada para aprisionar na posterior.
-Distribui-se para garantir hegemonia, para que a mensagem chegue a todos
-os destinos, tendo o cuidado de regular a arquitetura do emissor.
-
-O caso das [conexões criptografadas](https://manual.fluxo.info/criptografia/internet.html#conexao-segura-criptografia-na-rede),
-como [HTTPS](https://secure.wikimedia.org/wikipedia/pt/wiki/Https) e
-[TLS](https://secure.wikimedia.org/wikipedia/pt/wiki/Tls), não é diferente.
-
-É até pior: controlada pelo mesmo cartel que, no Brasil, foi o maior lobista
-pela aprovação da [Lei Azeredo](https://links.sarava.org/tags/azeredo) numa
-intrincada relação com os fabricantes de [navegadores](%0Ahttps://secure.wikimedia.org/wikipedia/pt/wiki/Navegador).
-
-A recentre crise no [modelo SSL](https://links.fluxo.info/tags/ssl) requer
-novos protocolos que não necessitem do
-[cartel](http://lair.fifthhorseman.net/~dkg/tls-centralization/).
diff --git a/sketches/hackers.mdwn b/sketches/hackers.mdwn
index 66dcb91..5ab6a71 100644
--- a/sketches/hackers.mdwn
+++ b/sketches/hackers.mdwn
@@ -1,7 +1,5 @@
[[!meta title="Os aspectos políticos do hacking"]]
-* Status: mega esoboço!
-
Hacker crackdown:
4154 When rumor about LoD's mastery of Georgia's switching network got
diff --git a/sketches/massa.mdwn b/sketches/massa.mdwn
deleted file mode 100644
index d256cd0..0000000
--- a/sketches/massa.mdwn
+++ /dev/null
@@ -1,41 +0,0 @@
-[[!meta title="Vigilância de massa e gulag ubíquo"]]
-
- Give me six lines written by the most honest man in the world, and I will find enough in them to hang him.
-
- -- https://en.wikiquote.org/wiki/Cardinal_Richelieu
-
- "Stop this now. There's not a man or woman in this room who won't look like a traitor once you start
- to pull our life stories inside out. A man can't remember where he was on the night of the tenth?
- Then he's lying. He can remember? Then he's too damn flip with his alibi. You go one more yard with this
- and everyone who tells the truth will become a barefaced liar, everyone who does a decent job will
- be working fir the other side. You carry on like this and you'll sink our service better than the
- Russians ever could. Or is that what you want?
-
- -- A Perfect Spy
-
-Talvez menos linhas sejam necessárias para condenar alguém. Talvez apenas com a citação acima já seria possível condenar o pobre Cardeal Richelieu.
-
-O acúmulo de dados pela vigilância de massa compromete qualquer pessoa em crimes previstos num entulho jurídico
-acumulado ao longo de centenas de anos.
-
-Somos agentes duplos, títeres de qual jogo doentio?
----------------------------------------------------
-
- It's the oldest question of all, George. Who can spy on the spies?
-
- -- Tinker, Tailor, Soldier, Spy
-
-Prisão
-------
-
- "My Brain is the key that sets me free."
-
- -- Houdini
-
-Interrogatório
---------------
-
- If bogies ask, it's because they don't know. So don't tell them. If they ask and they do know,
- they're trying to catch you out. So don't tell'em either.
-
- -- A Perfect Spy
diff --git a/sketches/singularidade.mdwn b/sketches/singularidade.mdwn
deleted file mode 100644
index e47a5d0..0000000
--- a/sketches/singularidade.mdwn
+++ /dev/null
@@ -1,41 +0,0 @@
-[[!meta title="Singularidade"]]
-
-Este arquivo contém esboços e ideias para completar
-[este texto](https://sarava.fluxo.info/Estudos/CriticaAoSingularismo).
-
-Arca de Noé e a auto-ajuda neo-conservadora
--------------------------------------------
-
-Se esquecer que o mundo se tornará, ao invés de uma cidade reluzente, numa
-imensa favela; não contentes com isso, ainda lutam para que o mundo esteja
-repleto de lixo tecnológico.
-
-O ser humano -- para não dizer da própria vida como a conhecemos -- tido como
-futuramente obsoleto e descartável é o limite da obsolescência programada
-praticada pelo complexo industrial, sendo a vertente tecnototalitária da
-doutrina do design inteligente.
-
-Para o pensamento singularista, não basta apenas que ocorra um obsoletismo:
-este deve ser como na introdução de qualquer tecnologia pela indústria
-capitalista, de forma brusca e impiedosa: a tecnologia anterior é descartada
-num ato único, singular. O singularista, mesmo sem saber, afirma assim que o
-ser humano e a vida não passam de tecnologias que inevitavelmente serão
-declaradas como obsoletas.
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-Amplificação
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-O que move uma pessoa é uma questão complexa usualmente atribuída a uma série
-de teorias: paixões, éticas, medos, interesses pessoais. Na história,
-confundem-se os eventos e tendências promovidas e impulsionadas por uma pessoa
-um por um grupo social. Naqueles de grande escala, apenas tem peso as ações
-individuais que de algum modo são amplificadas pelo aparato tecnosocial.
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-O papel dos lobbystas, defensores e proponentes da singularidade não seria tão
-preocupante se não houvesse tal amplificação.
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-Origem e fim
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-Se o primitivismo trata erroneamente da questão das origens, o singularismo
-trata, da mesma forma, da questão do fim.