aboutsummaryrefslogtreecommitdiff
path: root/docs/social/coletivo
diff options
context:
space:
mode:
Diffstat (limited to 'docs/social/coletivo')
-rw-r--r--docs/social/coletivo/README.md1
-rw-r--r--docs/social/coletivo/basico.md17
-rw-r--r--docs/social/coletivo/coletivo.md99
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao.md1
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao/acl.md60
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao/archive.md24
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao/backup.md31
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao/chat.md51
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao/infosec.md100
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao/license.md150
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao/list.md75
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao/transparency.md55
-rw-r--r--docs/social/coletivo/comunicacao/vizinhanca.md65
-rw-r--r--docs/social/coletivo/contabilidade.md41
-rw-r--r--docs/social/coletivo/contabilidade/criterios.md153
-rw-r--r--docs/social/coletivo/contabilidade/planejamento.md23
-rw-r--r--docs/social/coletivo/interpretacoes.md893
-rw-r--r--docs/social/coletivo/misc.md1
-rw-r--r--docs/social/coletivo/misc/ata.md22
-rw-r--r--docs/social/coletivo/misc/atualizacao.md32
-rw-r--r--docs/social/coletivo/misc/autorizacao.md34
-rw-r--r--docs/social/coletivo/misc/debate.md33
-rw-r--r--docs/social/coletivo/misc/grupos.md92
-rw-r--r--docs/social/coletivo/misc/rollcall.md25
-rw-r--r--docs/social/coletivo/organizacao.md198
-rw-r--r--docs/social/coletivo/participacao.md105
-rw-r--r--docs/social/coletivo/responsabilizacao.md15
27 files changed, 2396 insertions, 0 deletions
diff --git a/docs/social/coletivo/README.md b/docs/social/coletivo/README.md
new file mode 100644
index 0000000..05980c7
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/README.md
@@ -0,0 +1 @@
+# Coletivo
diff --git a/docs/social/coletivo/basico.md b/docs/social/coletivo/basico.md
new file mode 100644
index 0000000..f10a998
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/basico.md
@@ -0,0 +1,17 @@
+# Checklist Básico
+
+O que um grupo precisa em geral para funcionar:
+
+* Plataforma de comunicação.
+* Sistema de acompanhamento de tarefas.
+* [Protocolos](https://protocolos.fluxo.info) de operação!
+
+Fluxo de trabalho:
+
+* Reuniões periódicas de trabalho coletivo: pesquisa, desenvolvimento, implementação, manutenção e auditoria.
+
+Opcional:
+
+* Site e canais de contato públicos.
+* Licença de distribuição de conteúdo.
+* Termos de serviço e política de privacidade.
diff --git a/docs/social/coletivo/coletivo.md b/docs/social/coletivo/coletivo.md
new file mode 100644
index 0000000..d3b8219
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/coletivo.md
@@ -0,0 +1,99 @@
+# Protocolo de Ação do Coletivo
+
+ * Versão: 1.0.
+ * Licença: LIMICS[1].
+
+O Coletivo `$coletivo` adota a versão 0.1 do "Protocolo de Ação Coletiva"[2],
+de modo que se tome por "Coletivo `$coletivo`" toda ocorrência da palavra
+"Coletivo" no referido texto.
+
+Instâncias de Comunicação
+-------------------------
+
+Conforme a atual configuração tecnológica do Coletivo $coletivo, as principais
+instâncias de comunicação utilizadas são:
+
+* Wiki/sistema de tickets fechado: `https://admin.$dominio`.
+* Lista de discussão: `$lista_de_discussao`.
+* Demais meios de comunicação que satisfaçam requisitos de privacidade e segurança.
+
+Processos e tickets
+-------------------
+
+A manifestação que os registros de processos assumem no Coletivo `$coletivo`
+são chamados de tickets ou requisições. Todos os processos devem ser tickets.
+Processos informais não precisam necessariamente ser tickets antes da sua
+realização, mas para que posteriormente possam ser considerados como processos
+precisam virar tickets (isto é, precisam de um mínimo de documentação).
+
+Formalidade e informalidade de instâncias
+-----------------------------------------
+
+Com relação à formalidade e informalidade das instãncias de comunicação, temos que:
+
+* Todas as instâncias de comunicação são informais ''a priori'' (isto é, se
+ nada mais for dito a respeito da forma de cada uma delas).
+* As instâncias formalizadoras (isto é, as instâncias onde deve ser informada
+ da proposição e aprovação de um processo para que o mesmo tenha validade
+ formal) são o sistema de tickets e a lista de discussão.
+
+Recomendação sobre jardinagem de discussões
+-------------------------------------------
+
+Levando em consideração que
+
+* É interessante manter um fluxo de emails baixo com mensagens pequenas para
+ que a lista de discussão possa ser bem usada especialmente em urgências.
+* Wiki e sistema de tickets são muito úteis para lidar com grandes quantidades
+ de informação, apesar de não serem muito bons para a obtenção de feedback
+ rápido.
+* No caso de pendências e tarefas, o sistema de tickets é mais confortável para
+ o acompanhamento de atividades.
+
+Recomenda-se que
+
+* Se possível, as discussões sejam originadas nos meios que lhes forem mais
+ propícios (alguma emergências se iniciam melhor com o envio de um email, onde
+ obtém melhor resposta).
+* Caso um meio se torne inadequado para a manutenção da discussão, que a mesma
+ seja transferida para um meio mais adequado mas que tal transferência seja
+ acompanhada pelo referenciamento mútuo em ambas as instâncias (na instância
+ onde ela deixar de ocorrer envia-se uma mensagem indicando para onde a
+ discussão está sendo encaminhada e nesta última se adiciona uma indicação
+ sobre onde a discussão veio.
+* Discussões que adquiram vulto sejam transformadas em processos informais (com
+ a criação de um ticket com respectivo link, se aplicável, para o local onde a
+ discussão está sendo realizada).
+
+Procedimento para Processos Formais
+-----------------------------------
+
+Além de obedecer ao fluxograma de processos formais detalhado no texto
+"Protocolo de Ação Coletiva", a proposição e a decisão de propostas formais
+devem ser realizadas da seguinte forma para serem válidas:
+
+* Para enviar uma proposta formal, primeiramente crie um ticket.
+* Em seguida, envie um email para a lista de discussão informando da proposta e
+ incluindo, pelo menos, o link do ticket.
+* A discussão e alteração da proposta pode ser feita apenas pelo ticket, pela
+ lista de discussão ou mesmo em instâncias informais, mas recomenda-se que se
+ utilize o ticket como agregador do maior número possível de informações
+ discutidas a respeito da proposta.
+* Discussões realizadas em instâncias informais não tem valor formal se não
+ forem documentadas e apresentadas como tal na lista de discussão, no ticket
+ ou eventual página wiki, observando a recomendação sobre jardinagem de
+ discussões.
+* Ao passar o prazo de decisão da proposta, é necessário enviar um email de
+ comunicação à lista de discussão para que a decisão seja formalizada.
+
+Conforme o processo formal em questão for passando pelas etapas formais, o
+estado do ticket deve ser alterado pelas pessoas que se interessarem por
+fazê-lo. Se necessário, a proposta também pode ter ao menos uma página no wiki
+fechado, sendo possível usar o wiki para acompanhar diferentes versões de uma
+proposta, por exemplo.
+
+Referências
+-----------
+
+ * [1] [Licença de Manipulação de Informações do Coletivo $coletivo](/organizacao/comunicacao/license).
+ * [2] [Protocolo de Ação Coletiva](/organizacao/coletiva.
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao.md b/docs/social/coletivo/comunicacao.md
new file mode 100644
index 0000000..1851790
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao.md
@@ -0,0 +1 @@
+# Comunicação
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao/acl.md b/docs/social/coletivo/comunicacao/acl.md
new file mode 100644
index 0000000..e4a3490
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao/acl.md
@@ -0,0 +1,60 @@
+# Lista de acesso à participação
+
+O presente processo estabelece uma série de camdas de acesso e participação
+sobre fluxos informacionais realizadas em instâncias de comunicação mantidas
+pelo Coletivo com o objetivo de fortalecer relações de abertura e fechamento do
+Coletivo que garantam o máximo de modos de que pessoas de fora possam colaboram
+conosco (outsourcing) ao mesmo tempo em que garanta a proteção de informações
+sensíveis.
+
+Para isso, este processo se inspira no princípio de que quanto mais forem
+públicas as informações, atividades e participações desempenhadas pelo
+Coletivo, não só as chances de sustentabilidade aumentam como também as
+relações com o campo social se fortalecem. Por outro lado, não se pode ignorar
+a vigilância e o controle de massa que ameaçam a integridade e as atividades
+dos grupos e movimentos sociais.
+
+Uma forma de segmentar as atividades levando em conta a tensão entre a
+tendência de tornar tudo público com o cuidado de manter a integridade das
+atividades é dividi-las em grupos referentes à sua possibilidade de
+publicização e participação:
+
+1. Quais delas podem ser externalizadas pelo Coletivo, isto é, tornadas públicas com
+ a. Feedback de qualquer pessoa ou grupo.
+ b. Feedback apenas de pessoas conhecidas.
+ c. Feedback apenas de pessoas de dentro do Coletivo.
+2. Quais delas não podem ser tornadas públicas mas que podem ser compartilhadas
+ com pessoas e grupos próximos com
+ a. Feedback apenas de pessoas conhecidas.
+ b. Feedback apenas de pessoas de dentro do Coletivo.
+3. Quais delas precisam ser mantidas em sigilo dentro do Coletivo.
+
+Por feedback se entede por poder de leitura e escrita direta, sem necessidade
+de mediação do Coletivo. Obviamente que em atividades públicas podem ter
+contribuições de terceiros/as, mas tal contribuição pode ser direta (com
+feedback ativado) ou indireta, isto é, mediada pelo Coletivo.
+
+Assim, o Coletivo define a seguinte Lista de Camadas de Acesso à Informação ou
+Lista de Controle de Acesso (LCA ou ACL):
+
+1. Atividades públicas
+ a. Feedback de qualquer pessoa ou grupo.
+ b. Feedback apenas de pessoas conhecidas.
+ c. Feedback apenas de pessoas de dentro do Coletivo.
+2. Atividades vizinhantes
+ a. Feedback apenas de pessoas conhecidas e confiáveis.
+ b. Feedback apenas de pessoas de dentro do Coletivo.
+3. Atividades privadas: nossos processos internos.
+
+Em outras palavras, o Coletivo adota um modelo de três camadas que funciona
+como uma lista de controle de acesso (ACL) para diversas atividades que possam
+ser compartimentalizadas:
+
+* É uma lista de acesso definida por instância de comunicação, dizendo quem e
+ como se dá a participação numa dada instância.
+* Cada instância ocupa apenas um nível nessa lista. Como exemplo, uma dada
+ instância pode ter ACL ''1.c'', ou seja, ser uma instância de realização de
+ atividade pública mas apenas com feedback de pessoas do Coletivo.
+* Cabe aos processos que definem cada instância de comunicação atribuir um nível de acesso.
+
+Recomenda-se que as atividades sejam bem compartimentalizadas (no caso de utilizarem mais de uma instância) para que se consiga maximizar a publicização de atividades e proteger apenas os pontos sensíveis.
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao/archive.md b/docs/social/coletivo/comunicacao/archive.md
new file mode 100644
index 0000000..2daa7f9
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao/archive.md
@@ -0,0 +1,24 @@
+# Armazenamento de documentos
+
+O armazenamento de documentos consiste no depósito organizado e seguro de
+documentos físicos (isto é, impressos) do Coletivo, consistindo nas seguintes
+tarefas:
+
+1. Manter os documentos do Coletivo (notas fiscas, contratos, acordos, etc)
+ armazenados em local protegido (de umidade, desgaste, mofo, incêndio, roubo,
+ etc) e observando a política de segurança da informação do Coletivo.
+
+2. Fornecer os documentos (ou cópias dos mesmos) ao Coletivo conforme
+ solicitação e zelando para que os mesmos retornem ao depósito ou se mantenham
+ em condições compatíveis de armazenamento. Os documentos devem ser fornecidos
+ num prazo de até '''uma semana''' (incluindo finais de semana e feriados) após
+ a solicitação.
+
+3. Manter cópias digitais (escaneadas ou fotografadas) dos documentos em
+ instância de comunicação fechada do Coletivo.
+
+Responsabilização
+-----------------
+
+Cada pessoa responsabilizada pelo armazenamento de documentos é denominada de
+''fiel depositária dos documentos do Coletivo''.
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao/backup.md b/docs/social/coletivo/comunicacao/backup.md
new file mode 100644
index 0000000..89863e8
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao/backup.md
@@ -0,0 +1,31 @@
+# Instâncias de comunicação de backup
+
+Este processo estabelece procedimentos para comunicação de backup para
+
+* Lista de email.
+* Bate-papo.
+
+Responsabilização
+-----------------
+
+O Grupo de Trabalho responsável por este processo deve manter uma lista de
+email e uma sala de bate-papo de [ACL](/coletivo/comunicacao/acl.html)
+nível 3 para participação -- isto é, canal de acesso apenas para pessoas
+do Coletivo -- para serem utilizados quando alguma das instâncias padrões
+estiverem com problemas.
+
+Os critérios de funcionamento dessas instâncias de backup são os mesmos para
+as instãncias usuais equivalentes.
+
+Recomenda-se também que, se possível, as pessoas do Coletivo possuam emails
+adicionais que satisfação a
+[Politica Política de segurança da informação](/coletivo/comunicacao/infosec.html)
+e que possam ser utilizados como backup.
+
+Dependências
+------------
+
+A realização deste processo depende da realização dos seguintes processos:
+
+* [Política de segurança da informação](/coletivo/comunicacao/infosec.html).
+* [ACL Lista de acesso à participação (ACL)](/coletivo/comunicacao/acl.html).
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao/chat.md b/docs/social/coletivo/comunicacao/chat.md
new file mode 100644
index 0000000..7a96ef2
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao/chat.md
@@ -0,0 +1,51 @@
+# Bate-papo
+
+Este processo estabelece as linhas gerais para a administração dos sistemas de
+bate-papo utilizados pelo Coletivo. Tais sistemas permitem a comunicação
+praticamente em tempo real. Se utilizadas com critérios de segurança e
+privacidade, as salas de bate-papo podem desempenhar um ótimo papel para a
+comunicação rápida no Coletivo.
+
+Canais
+------
+
+Os seguintes canais são definidos como instâncias de comunicação informais do Coletivo:
+
+* `#$canal_aberto`: [ACL](/coletivo/comunicacao/acl.html) nível 1.a ou superior para
+ participação, ou seja, um canal de acesso público onde não se deve discutir
+ ou divulgar assuntos internos do Coletivo.
+
+* `#$canal_fechado`: [ACL](/coletivo/comunicacao/acl.html) nível 3 para participação,
+ isto é, canal de acesso apenas para pessoas do Coletivo, sem restrição de assuntos.
+
+* temporários, para o caso de pessoas do Coletivo precisarem conversar com terceiros/as
+ de modo privativo, com [ACL](/coletivo/comunicacao/acl.html) nível 2.a ou superior.
+
+Modos de configuração
+---------------------
+
+Os seguintes modos de configuração são requeridos para canais privativos:
+
+* Entrada restrita a membros do Coletivo.
+* Sem exibição na listagem de canais do servidor (no caso do IRC, modo +s e/ou +p).
+* Acesso via SSL ou outro métodos de criptografia assimétrica (IRC, SILC, etc).
+
+Responsabilização
+-----------------
+
+Cabe ao Grupo de Trabalho formado pelas pessoas responsáveis pelo presente
+processo manter o registro, a manutenção, a operação e a documentação
+relacionada aos canais de bate-papo do Coletivo, levando em consideração:
+
+* [Os critérios de segurança e privacidade](/coletivo/comunicacao/infosec.html).
+* O nível de acesso de cada um dos canais, não permitindo pessoas que não
+ tenham o devido acesso a participarem de determinados canais.
+* Que muito de ausência dos/as operadores do canal pode levar à perda do seu registro.
+
+Dependências
+------------
+
+A realização deste processo depende da realização dos seguintes processos:
+
+* [Política de segurança da informação](/coletivo/comunicacao/infosec.html).
+* [Lista de acesso à participação (ACL)](/coletivo/comunicacao/acl.html).
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao/infosec.md b/docs/social/coletivo/comunicacao/infosec.md
new file mode 100644
index 0000000..ce06d8e
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao/infosec.md
@@ -0,0 +1,100 @@
+# Política de segurança da informação
+
+O presente processo estabelece uma série de definições e recomendações
+relacionadas à segurança da informação circulada por instâncias mantidas pelo
+Coletivo.
+
+Política de senhas e chaves
+---------------------------
+
+Recomenda-se que as pessoas participantes de instâncias de informação mantidas
+pelo Coletivo assumam uma política de senhas como a seguinte:
+
+1. Não utilizar a mesma senha para sistemas sensíveis.
+2. Não utilizar senhas frágeis.
+
+Recomenda-se ainda, que sejam utilizadas aplicações como as seguintes:
+
+* [http://web.monkeysphere.info Monkeysphere] para auxiliar na autenticação de sistemas remotos.
+* [http://point-at-infinity.org/ssss ssss], para o compartilhamento de senhas em sistemas sensíveis.
+* Programas como o [http://www.adel.nursat.kz/apg apg] para a geração de senhas fortes.
+* Programas como o [http://oss.codepoet.no/revelation/wiki/Home Revelation] ou
+ o [http://kedpm.sourceforge.net kedpm] para o armazenamento seguro de senhas.
+
+Emails suficientemente seguros
+------------------------------
+
+Define-se como uma conta de email suficientemente segura aquela que utiliza:
+
+1. [http://en.wikipedia.org/wiki/STARTTLS STARTTLS] nas transmissões para
+ outras contas de email suficientemente seguros.
+2. É acessada apenas através de conexão SSL, seja HTTPS, IMAPS, POPS ou SMTPS.
+3. Criptografia de disco para armazenamento de mensagens no servidor.
+
+A participação em instâncias de comunicação mantidas pelo Coletivo e que não
+são totalmente públicas requerem o uso de contas de email suficientemente
+seguros.
+
+Criptografia
+------------
+
+Recomenda-se que as pessoas participantes de instâncias de informação mantidas
+pelo Coletivo:
+
+1. Armazenem informações internas relacionadas ao mesmo apenas em volumes
+ criptografados. Se não tiverem condições de assim procederem com suas máquinas
+ pessoais, recomenda-se que armazenem tais informações apenas em instâncias de
+ comunicação do Coletivo que possuam transmissão e armazenamento criptografado
+ de dados.
+
+2. Utilizem o sistema OpenPGP de criptografia assimétrica para proteção,
+ integridade e verificação de procedência de dados sensíveis.
+
+3. Utilizem canais de comunicação criptografados sempre que possível e que não
+ utilizem canais não-criptografados para tratar remotamente de questões internas
+ ao Coletivo.
+
+Lista de recomendações e práticas sugeridas
+-------------------------------------------
+
+Por se tratar de uma questão complexa e sensível mas por contar com
+documentação dispersa, listas adicionais de recomendações e práticas sugeridas
+sobre segurança da informação podem ser anexadas ao presente processo.
+
+Eventualmente, recomenda-se que este processo seja atualizado para contemplar
+progressos neste campo.
+
+Criação de contas
+-----------------
+
+A criação de contas em sistemas mantidos pelo Coletivo deve obedecer o seguinte procedimento:
+
+1. Priorizar a escolha de senha pelo titular da conta sem que outra pessoa
+ precise conhecê-la, desde que possível.
+2. Enviar para o/a usuário:
+ a. Pedido de mudança de senha logo que consiga se autenticar nos sistemas em
+ questão, caso isso seja possível.
+ b. Fornecer fingerprints de chaves de criptografia utilizadas para o acesso da conta.
+ c. Se possível, as informações da conta utilizando criptografia e para uma
+ conta de email suficientemente seguro do/a usuário.
+ d. Uma cópia da lista de recomendações e boas práticas.
+
+Persistência de dados
+---------------------
+
+Informações armazenados num determinado nível de acesso ou segurança (exemplo,
+disco criptografado) devem, por padrão, permanecer nesse mesmo nível ou serem
+transferidas para um nível mais seguro, exceto quando constitui informação
+desclassificada e permitida para descer de nível.
+
+Telefone e outros meios de comunicação privada que não possuam segurança
+suficiente do conteúdo, da origem e do destinatário da informação devem ser
+considerados, para todos os efeitos, como meios de comunicação públicos e
+portanto não serem utilizados para veicular informações sensíveis.
+
+Dependências
+------------
+
+A realização deste processo depende da realização dos seguintes processos:
+
+* [ACL Lista de acesso à participação (ACL)](/organizacao/comunicacao/acl.html).
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao/license.md b/docs/social/coletivo/comunicacao/license.md
new file mode 100644
index 0000000..a008e35
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao/license.md
@@ -0,0 +1,150 @@
+# Conjunto de Licenciamento Livre
+
+Originalmente em [Encontro: Cultura Livre e
+Capitalismo](https://encontro.fluxo.info/Principal/ConjuntoDeLicenciamentoLivre).
+
+## Seções das licenças
+
+Para contemplar inúmeros pontos de vista dos grupos e pessoas participantes
+deste espaço, a proposta de licença envolve as seguintes partes:
+
+1. Liberdades atribuídas ao/à licenciado/a
+2. Obrigações do/a licenciado
+3. Liberdades e obrigações atribuídas ao/à licenciante
+
+## Liberdades atribuídas ao/à licenciado/a
+
+Atribui ao detentor/a da informação as seguintes liberdades:
+
+1. A liberdade de armazenar a informação.
+2. A liberdade de manipular a informação.
+3. A liberdade de distribuir a informação, modificada ou não.
+
+## Obrigações do/a licenciado
+
+### Restrição obrigatória: "viralidade"
+
+Desde que esta licença acompanhe a informação.
+Restrição ética ou mercantil
+
+### As seguintes opções mutuamente exclusivas são possíveis para a montagem de uma licença:
+
+1. Contanto que o detentor da informação pactue com os princípios das mídias e grupos livres.
+2. Restrição comercial: Desde que para fins não-comerciais.
+3. Restrição de lucro: Desde que para fins não-lucrativos.
+
+### Restrição de autoria e fonte
+
+As seguintes opções não-exclusivas são possíveis para a montagem de uma licença:
+
+1. Desde que o autor seja citado.
+2. Desde que a fonte seja citada.
+
+### Restrição de distribuição
+
+Essa restrição obriga que a pessoa que utilizar a informação a:
+
+1. Caso ocorra uma modificação, distribuir a informação modificada.
+2. Ou, eventualmente, distribuir a informação para qualquer um dos usos que ela estiver sujeita.
+
+Opcionalmente, uma das seguintes restrições de notificação podem ser utilizadas:
+
+1. Caso o conteúdo seja distribuído, a fonte deve ser notificada antecipadamente.
+2. Ou, caso o conteúdo seja distribuído, a fonte deve ser notificada
+ antecipadamente caso existam modificações.
+
+## Liberdades e obrigações atribuídas ao/à licenciante
+
+As seguintes opções não-exclusivas são possíveis para a montagem de uma licença
+e apenas fazem sentido se a informação preserva autoria ou fonte:
+
+1. O/a autor/a pode a qualquer momento revogar o licenciamento da informação
+ para uma determinada pessoa ou entidade.
+2. O/a autor/a apenas pode licenciar sua informação sob a licença se ele
+ declarar que não relicenciará a informação.
+
+## Licença do Conjunto de Licenciamento Livre
+
+Atribui ao detentor/a do texto do Conjunto de Licenciamento Livre as seguintes liberdades:
+
+1. A liberdade de armazenar o texto do Conjunto.
+2. A liberdade de manipular o texto do Conjunto, inclusive para criar novas licenças.
+3. A liberdade de distribuir o texto do Conjunto, modificada ou não.
+
+### Obrigações do/a licenciado
+
+1. Desde que esta licença acompanhe a informação.
+2. Restrição de lucro: Este Conjunto de Licenciamento Livre e esta licença
+ podem ser utilizados apenas para criar licenças e licenciar conteúdos com
+ finalidades não lucrativas.
+
+### Licença da licença
+
+O texto desta licença está licenciado por ele mesmo.
+
+## Exemplo
+
+Estabelece o seguinte texto como a licença padrão de distribuição de conteúdo
+produzido pelo Coletivo:
+
+ 1. Licença de Manipulação de Informações do Grupo $coletivo
+
+ Licença baseada no Conjunto de Licenciamento Livre[1] do Encontro: Cultura
+ Livre e Capitalismo[2].
+
+ 2. Liberdades atribuídas ao/à licenciado/a
+
+ Atribui ao detentor/a da informação as seguintes liberdades:
+
+ 1. A liberdade de armazenar a informação.
+ 2. A liberdade de manipular a informação.
+ 3. A liberdade de distribuir a informação, modificada ou não.
+
+ Desde que as condições listada na seção Obrigações do/a licenciado/a a seguir
+ sejam respeitadas.
+
+ 3. Obrigações do/a licenciado/a
+
+ 3.1 Viralidade
+
+ Desde que esta licença acompanhe a informação.
+
+ 3.2 Restrição mercantil
+
+ * Desde que para fins não-comerciais.
+
+ 3.3 Restrição de citação
+
+ * Desde que a fonte seja citada.
+
+ 3.4 Restrição de distribuição
+
+ * Caso o conteúdo seja distribuído por você, o Grupo $coletivo deve ser
+ notificado antecipadamente.
+ * Caso ocorra uma modificação, distribuir a
+ informação modificada e notificar antecipadamente o Grupo $coletivo.
+
+ 4. Liberdades e obrigações atribuídas ao/à licenciante
+
+ * O Grupo $coletivo pode a qualquer momento revogar o licenciamento da
+ informação para uma determinada pessoa ou entidade.
+
+ [1] https://protocolos.fluxo.info/organizacao/comunicacao/license/
+ [2] http://encontro.fluxo.info
+
+Não é obrigatória nem compulsória a utilização desta licença, mas conteúdo
+veiculado pelo ou em nome do Coletivo a utiliza por padrão caso não haja menção
+formal em contrário.
+
+### Responsabilização
+
+A(s) pessoa(s) responsável(is) pelo processo ficam encarregadas de manter o
+texto da licença em um local público acessível via web para que possa ser
+referenciado por outros textos do Coletivo, além de adicionar a seguinte nota
+antes do texto da licença:
+
+`
+Desde que não mencionado em contrário, todo o conteúdo produzido pelo Grupo
+$coletivo é distribuído de acordo com a Licença de Manipulação de Informações do
+Grupo $coletivo.
+`
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao/list.md b/docs/social/coletivo/comunicacao/list.md
new file mode 100644
index 0000000..9926c00
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao/list.md
@@ -0,0 +1,75 @@
+# Administração da Lista do Coletivo
+
+Este processo estabelece as linhas gerais para a administração da Lista de
+Discussão do Coletivo, estabelecida com o [Protocolo de Ação do $coletivo](/coletivo/coletivo/).
+
+Critérios de participação
+-------------------------
+
+1. Para participar da lista do Coletivo, uma pessoa precisa satisfazer o nível
+ ''3'' de [ACL](/coletivo/comunicacao/acl.html), isto é, fazer parte do Coletivo.
+2. Apenas [emails suficientemente seguros](/coletivo/comunicacao/infosec.html)
+ podem ser adicionados à lista.
+
+Responsabilização
+-----------------
+
+Para que seja possível manter tal lista, é necessário que as instâncias de
+comunicação por ela utilizadas estejam operantes. Assim, o Grupo de Trabalho
+formado pelas pessoas responsáveis por esse processo deve:
+
+* Garantir, na medida do possível, a existência da Lista do Coletivo e
+ mantendo a documentação correspondente.
+* Administrar e moderar a Lista do Coletivo.
+* Inscrever e desinscrever pessoas na Lista do Coletivo.
+
+Dependências
+------------
+
+A realização deste processo depende da realização dos seguintes processos:
+
+* [Organização do Coletivo](/coletivo/coletivo).
+* [Lista de acesso à participação (acl.html)](/coletivo/comunicacao/acl.html).
+* [Política de segurança da informação](/coletivo/comunicacao/infosec/).
+
+Administração da Lista de Mensagens de Sistema
+----------------------------------------------
+
+Este processo estabelece as linhas gerais para a administração da Lista de
+Mensagens de Sistema, utilizada para receber mensagens de sistema das diversas
+camadas do Coletivo.
+
+Critérios de participação
+-------------------------
+
+1. Para participar da lista do Coletivo, uma pessoa precisa satisfazer o nível
+ ''3'' de [ACL](/coletivo/comunicacao/acl.html), isto é, fazer parte do Coletivo.
+
+2. Apenas [emails suficientemente seguros](/coletivo/comunicacao/infosec/) podem ser
+ adicionados à lista.
+
+Responsabilização
+-----------------
+
+Para que seja possível manter tal lista, é necessário que as instâncias de
+comunicação por ela utilizadas estejam operantes. Assim, o Grupo de Trabalho
+formado pelas pessoas responsáveis por esse processo deve:
+
+* Garantir, na medida do possível, a existência da Lista de Mensagens de
+ Sistema e manter a documentação correspondente.
+
+* Administrar e moderar a Lista de Mensagens de Sistema.
+
+* Inscrever e desinscrever pessoas e emails administrativos na Lista de
+ Mensagens de Sistema.
+
+Observação: emails administrativos (isto é, emails de sistema) devem ser
+cadastrados com a recepção de mensagens desabilitadas, a não ser em casos
+especiais em que isso se fizer necessário.
+
+Dependências
+------------
+
+A realização deste processo depende da realização dos seguintes processos:
+
+* [ACL Lista de acesso à participação (acl.html)](/organizacao/comunicacao/acl.html).
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao/transparency.md b/docs/social/coletivo/comunicacao/transparency.md
new file mode 100644
index 0000000..9b17ea9
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao/transparency.md
@@ -0,0 +1,55 @@
+# Transparência e compartilhamento de informações e protocolos
+
+O presente processo estabelece critérios de transparência e compartilhamento de
+informações e protocolos desenvolvidos dentro e fora do Coletivo.
+
+## Protocolos
+
+No âmbito do presente processo, entende-se por "protocolos" o conteúdo textual
+de templates, protocolos ou propostas de processo e não especificidades de
+determinadas instâncias processuais ou mesmo informações de responsabilização e
+realização das mesmas.
+
+## Compartilhamento
+
+Protocolos que podem ser publicizados por padrão em nível [ACL](/coletivo/comunicacao/acl.html)
+''1.a'' ou superior são todos aqueles que
+
+1. Não mencionam explicitamente o Coletivo, grupos ou pessoas E QUE
+2. Não contenham informações sensíveis, privadas ou particulares.
+
+Protocolos que podem ser publicizados por padrão em nível [ACL](/coletivo/comunicacao/acl.html)
+''2.a'' ou superior são todos aqueles que
+
+1. Afetem as atividades vizinhantes e dos grupos hospedados E QUE
+2. Não mencionam explicitamente grupos ou pessoas E QUE
+3. Não contenham informações sensíveis, privadas ou particulares.
+
+Cada processo formal pode alterar seu estado de transparência protocolar.
+
+## Instâncias de compartilhamento protocolar
+
+Muitos dos protocolos e processos desenvolvidos dentro do Coletivo podem ser
+úteis para outros grupos. Da mesma forma, desenvolvimentos similares que
+ocorram fora do Coletivo podem servir de inspiração para processos internos.
+
+Assim, o Coletivo permite por padrão que os protocolos que possam ser
+compartilhados em nível [ACL](/coletivo/comunicacao/acl.html) ''1.a'' detalhados na seção
+anterior sejam compartilhados ou integrados à linha de desenvolvimento nos
+seguintes locais:
+
+* Sítio "Protocolos do Coletivo", que deve existir em
+ `http://protocolos.$dominio` e que pode conter também análises dos protocolos.
+* Eventualmente em Resource Sharing Protocol (`http://rsp.$dominio`), caso aplicável.
+* Em outros locais, mediante pedido formal ao Coletivo.
+
+## Responsabilização
+
+As pessoas responsabilizadas pelo presente processo ficam encarregadas de
+manter o sítio "Protocolos do Coletivo".
+
+## Dependências
+
+A realização deste processo depende da realização dos seguintes processos:
+
+* [Lista de acesso à participação (acl.html)](/organizacao/comunicacao/acl.html).
diff --git a/docs/social/coletivo/comunicacao/vizinhanca.md b/docs/social/coletivo/comunicacao/vizinhanca.md
new file mode 100644
index 0000000..c538c85
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/comunicacao/vizinhanca.md
@@ -0,0 +1,65 @@
+# Lista da Vizinhança
+
+Este processo estabelece as linhas gerais para o funcionamento da vizinhança do
+`$coletivo`, definida como o espaço de intercâmbio para o Coletivo, pessoas e
+grupos hospedados, amigos e/ou simpáticos.
+
+Os espaços da vizinhança são todos aqueles que se fazem parte do nível 2. da
+[Lista de acesso](/coletivo/comunicacao/acl.html), em especial uma lista de discussão por
+email denominada de Lista da Vizinhança do $coletivo com nível ALC ''2.a''.
+
+## Critérios de participação
+
+Será considerado satisfeito o critério ACL ''2.a'' para participação na
+vizinhança as pessoas ou grupos que:
+
+1. Já estiverem sendo hospedadas pelo Coletivo. Caso o grupo hospedado seja
+ muito aberto e muito amplo, em princípio apenas as pessoas relacionadas
+ diretamente com a hospedagem OU
+
+2. Mediante processo formal para decidir se tal pessoa ou grupo é confiável o
+ suficiente para participar de tal nível de acesso.
+
+Apenas [emails suficientemente seguros](/organizacao/comunicacao/infosec.html) podem
+ser adicionados à lista.
+
+## Procedimento de participação
+
+Pessoas que satisfazem os critérios de participação podem pedir inscrição ou
+serem convidadas a participar da vizinhança. No ato da inscrição, a seguinte
+mensagem de boas vindas com pedido de apresentação e recomendações de
+participação deve ser enviada:
+
+ Seja bem vindo/a à lista da vizinhança do $coletivo :)))
+
+ Esta é uma lista composta por pessoas e grupos hospedados ou que são
+ considerados/as confiáveis pelo Coletivo. Este é um espaço de intercâmbio, trocas
+ e livre associação entre os/as participantes.
+
+ Pedimos por gentileza para que você
+
+ - Se apresente e aproveite para, caso queira, compartilhar sua história,
+ objetivos e anseios.
+
+ - Não repasse informações veiculadas nessa lista a terceiros/as sem pedir antes.
+
+ - Evite enviar muitas mensagens, principalmente se relacionadas a divulgações,
+ mas sinta-se à vontade para fazer isso quando julgar necessário.
+
+## Responsabilização
+
+Para que seja possível manter a vizinhança, é necessário que as instâncias de
+comunicação por ela utilizadas estejam operantes. Assim, o Grupo de Trabalho
+formado pelas pessoas responsáveis por esse processo deve:
+
+* Configurar a descrição da lista para "Vizinhança ao Grupo $coletivo".
+* Administrar e moderar a Lista da Vizinhança.
+* Inscrever e desinscrever pessoas na Lista da Vizinhança, enviando mensagem de
+ boas-vindas, termo de aceitação e pedido de apresentação.
+
+## Dependências
+
+A realização deste processo depende da realização dos seguintes processos:
+
+* [Lista de acesso à participação (acl.html)](/organizacao/comunicacao/acl.html).
+* [Política de segurança da informação](/organizacao/comunicacao/infosec.html).
diff --git a/docs/social/coletivo/contabilidade.md b/docs/social/coletivo/contabilidade.md
new file mode 100644
index 0000000..9a49179
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/contabilidade.md
@@ -0,0 +1,41 @@
+# Contabilidade
+
+A [Contabilidade](/coletivo/contabilidade), por possibilitar a manipulação de
+recursos do coletivo que podem ser usados para a aquisição, manutenção e
+proteção de outros recursos, representa um ganho em autonomia.
+
+A contabilidade consiste nas seguintes tarefas:
+
+1. Efetuar os depósitos, saques e transferências em uma conta bancária (gestão
+ financeira), observando os [critérios](/coletivo/contabilidade/criterios)
+ sobre:
+ a. Doação (de e para o Coletivo).
+ b. Arrecadação.
+ c. Gastos.
+2. Transparência
+ a. Manter um balanço atualizado em local de acesso restrito ao Coletivo.
+ b. Fornecer os dados contábeis de acordo com os [critérios de
+ transparência](/coletivo/contabilidade/criterios) estabelecido pelo Coletivo.
+
+## Situações emergenciais e não-emergenciais
+
+O grupo de trabalho formado pelas pessoas responsáveis por este processo se compromete a:
+
+1. Em casos não-emergenciais, atender requisições (depósitos, saques, etc e
+ cujo uso estiver aprovado) em até '''2 semanas''', isto é, '''14 dias incluindo
+ finais de semana e feriados'''.
+2. Em casos de emergência, disponibilizar recursos (cujo estiver aprovado) em
+ até '''48 horas''', mantendo o Coletivo informado nas situações em que tal
+ prazo não puder ser atendido (por exemplo no caso férias, viagens, etc).
+
+## Responsabilização
+
+As pessoas responsáveis ficam encarregadas, além das tarefas contábeis
+mencionadas anteriormente, de:
+
+1. Fornecer ao menos conta bancária que possa ser utilizada para o
+ armazenamento de dinheiro do Coletivo e manter tal informação atualizada em
+ local de acesso restrito ao Coletivo.
+2. Antes de deixarem de ser responsáveis pelo processo (i.e, antes de saírem
+ dele), de transferirem os recursos financeiros do Coletivo que estejam de posse
+ para os/as responsáveis remanescentes.
diff --git a/docs/social/coletivo/contabilidade/criterios.md b/docs/social/coletivo/contabilidade/criterios.md
new file mode 100644
index 0000000..bf05fc2
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/contabilidade/criterios.md
@@ -0,0 +1,153 @@
+# Critérios financeiros
+
+Este processo estabelece os critérios financeiros sobre
+
+1. Doação (de e para o Coletivo).
+2. Arrecadação.
+3. Gastos.
+4. Transparência.
+5. Remuneração.
+6. Ajuda de custos.
+7. Lucro e contas bancárias.
+
+## Doação
+
+Com relação à doações é adotado o seguinte critério (oriundo dos
+[http://encontro.fluxo.org/Principal/ConjuntoDePrincipiosEticos Princípios das
+mídias e grupos livres]):
+
+ 10. Sobre doações: Se recebem dinheiro, o fazem apenas como doação, ou seja:
+ qualquer apoiador deve saber que seus recursos não serão empregados senão para
+ os fins estritos de criação de espaços comunicativos livres, sendo vedadas as
+ práticas de mercantismo cultural, social ou político. Tais doações são aceitas
+ apenas se anônimas (isto é, não publicizadas). Dinheiro governamental ou
+ empresarial não é aceito.
+
+Ou seja, o Coletivo apenas recebe doações que satisfaçam o critério acima. No
+caso de doações que o Coletivo pode efetuar, as mesmas devem ser de acordo com
+o critério de gastos.
+
+## Arrecadação
+
+Com relação à arrecadação de recursos, é adotado o seguinte critério (oriundo
+dos [http://encontro.fluxo.org/Principal/ConjuntoDePrincipiosEticos Princípios
+das mídias e grupos livres]):
+
+ 11. Sobre auto-sustentabilidade: As mídias e grupos livres estimulam a geração de
+ mecanismos de autosustentabilidade (ou "autodependência") local e comunitária.
+ Exemplos: venda de camisetas, comidas, rifas, organização de festas, mostra de
+ vídeos, etc. Tratam-se de atividades criadas e organizadas para estimular a
+ vivência em coletivo e a escapar das práticas capitalistas. É recomendável que,
+ dentro dos grupos e entre eles, exista uma socialização dos recursos e que os
+ individuos também adotem essa prática, compartilhando recursos pessoais com o
+ coletivo, para criar ambientes de solidariedade comunitária, onde ninguém seja
+ excluído por falta de recursos.
+
+## Gastos
+
+Os gastos (reembolso, doações, aquisições, etc) são efetuados através de
+procedimento formal.
+
+## Transparência
+
+Com relação à transparência da contabilidade, é adotado o seguinte critério
+(oriundo dos [http://encontro.fluxo.org/Principal/ConjuntoDePrincipiosEticos
+Princípios das mídias e grupos livres]):
+
+ 12. Sobre a gestão financeira: Para garantir essas condições de financiamento,
+ toda a gestão financeira das mídias e grupos livres é publica: tanto as
+ informações contábeis quanto a participação nas decisões são acessíveis às
+ pessoas concernidas nas ações desta organização.
+
+Portanto, o Coletivo adota o critério de fornecer/publicar:
+
+1. Seus critérios financeiros.
+2. [wiki:Contabilidade/Planejamento Seu planejamento financeiro].
+3. [wiki:Contabilidade/Balanco Seu balanço financeiro].
+
+às pessoas afetadas pela organização do Coletivo (por exemplo, grupos
+hospedados e parcerios) levando em conta as restrições de privacidade e
+segurança, isto é, a publicação/disponibilização do balanço é restrita aos
+grupos e pessoas próximas.
+
+## Remuneração
+
+Sobre à remuneração pelo trabalho realizado dentro do Coletivo, é adotado o
+seguinte critério (oriundo dos
+[http://encontro.fluxo.org/Principal/ConjuntoDePrincipiosEticos Princípios das
+mídias e grupos livres]):
+
+ 21. Sobre a remuneração pelo trabalho: As mídias e os grupos livres funcionam
+ exclusivamente a partir de trabalho voluntário.
+
+Em outras palavras, o Coletivo não remunera pelo trabalho nele e por ele
+realizado. A remuneração, contudo, não pode ser confundida com a ajuda de
+custos.
+
+## Ajuda de custos
+
+A ajuda de custos é um recurso utilizado para criar um ambiente de igualdade de
+participação no Coletivo, por exemplo nos casos de custeio de ida à reuniões
+para pessoas que no momento não estejam em condições de fazê-lo, etc. Assim,
+integrantes do Coletivo que não possam participar de alguma atividade do
+Coletivo por não disporem de recursos materiais para fazê-lo podem solicitar
+ajuda de custos para o Coletivo.
+
+## Lucro e contas bancárias
+
+O Coletivo não possui fins lucrativos. Por isso, o Coletivo não se utiliza de
+operações financeiras com o intuito de auferir lucro, mas pode se utilizar de
+meios lícitos que lhe garantam a atualização monetária.
+
+Assim, quanto ao uso de transações e contas bancárias, o Coletivo reconhece
+que, apesar da segurança do dinheiro poder ser garantida de outras formas, a
+utilização de contas bancárias pode ser útil para
+
+* Facilitar a arrecadação financeira por dispor da rede bancária.
+* Permitir a atualização financeira.
+
+O Coletivo reconhece as contradições de utilizar o sistema financeiro e por
+isso se compromete a utilizar somente o recurso da caderneta de poupança, que
+possui as seguintes características:
+
+* Baixo risco.
+* Rendimentos baixos, uma vez que ela é basicamente apenas uma atualização
+ monetária do dinheiro e por isso é praticamente o fundo de investimentos
+ menos prejudicial à sociedade.
+
+## Licença
+
+Como estes critérios se utilizam de trechos oriundos dos
+[http://encontro.fluxo.org/Principal/ConjuntoDePrincipiosEticos Princípios das
+mídias e grupos livres]), segue a seguinte licença de manipulação dos mesmos
+(disponível também [http://encontro.fluxo.org/Principal/Licenca aqui]):
+
+ 1. Licença de Manipulação do Conteúdo Deste Sítio
+
+ Copyright (c) Encontro: Cultura Livre e Capitalismo: desde que não mencionado
+ em contrário, este conteúdo é distribuído de acordo com a licença a seguir.
+
+ 2. Liberdades atribuídas ao/à licenciado/a
+
+ Atribui ao detentor/a da informação as seguintes liberdades:
+
+ 1. A liberdade de armazenar a informação.
+ 2. A liberdade de manipular a informação.
+ 3. A liberdade de distribuir a informação, modificada ou não.
+
+ Desde que as condições listada na seção Obrigações do/a licenciado/a a seguir
+ sejam respeitadas.
+
+ 3. Obrigações do/a licenciado
+
+ 3.1 Viralidade
+
+ * Desde que esta licença acompanhe a informação.
+
+ 3.2 Restrição mercantil
+
+ * Desde que para fins não-lucrativos.
+
+ 3.3 Restrição de autoria e fonte
+
+ * Desde que a fonte seja citada.
diff --git a/docs/social/coletivo/contabilidade/planejamento.md b/docs/social/coletivo/contabilidade/planejamento.md
new file mode 100644
index 0000000..18414df
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/contabilidade/planejamento.md
@@ -0,0 +1,23 @@
+# Planejamento financeiro
+
+O Coletivo adota o seguinte plano financeiro baseado numa reserva mínima e no seu excedente:
+
+1. A reserva mínima é a quantidade de dinheiro necessária para arcar com a soma (total: `R$x`) de:
+ a. Gasto `a`.
+ b. Gasto `b`.
+ c. Gasto `c`.
+
+2. Se o Coletivo possuir recursos em caixa cuja soma é maior do que a reserva
+ mínima, a diferença entre o total de dinheiro e a reserva mínima é considerado
+ como excedente.
+
+3. A arrecadação deve ser constante de modo que o Coletivo tenha sempre em
+ caixa uma reserva mínima ou condições de recuperar sua reserva mínima.
+
+Utilização do dinheiro
+----------------------
+
+* A reserva mínima deve ser utilizada apenas pelo Coletivo.
+* O excedente arrecadado pelo Coletivo pode ser disponibilizado para outros
+ grupos, coletivos e pessoas.
+* A cada ano o valor da reserva mínima deverá ser revisado de acordo com o IGP-M.
diff --git a/docs/social/coletivo/interpretacoes.md b/docs/social/coletivo/interpretacoes.md
new file mode 100644
index 0000000..7823790
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/interpretacoes.md
@@ -0,0 +1,893 @@
+# Interpretações do Protocolo de Ação Coletiva
+
+Uma interpretação possível
+--------------------------
+
+* Versão: 0.2.
+* Licença: LIMICS[1].
+
+Este documento contém uma interpretação possível do Protocolo de Ação
+Coletiva[2], que aqui é considerado como um processo possível de existência de
+um coletivo autônomo tendo como propriedades emergentes a robustez, a
+resiliência, a resistência a falhas e a adaptabilidade ao redor da otimização
+de atividades. Este texto considera que a adoção de tal protocolo possa servir
+a alguns grupos de afinidade desde que ele atenda aos propósitos do grupo (um
+processo deve ser útil ao grupo, não o contrário).
+
+Característica geral
+--------------------
+
+Para grupos pequenos e coesos, a existência apenas de processos formais pode
+não representar um grande problema. Mas, se o grupo for grande, e/ou dispersivo
+e/ou com o foco de atuação abrangente, etc, as discussões e as tomadas de
+decisão podem se tornar muito cansativas e demoradas, além de nem sempre serem
+produtivas. Fora isso, o temor de não contemplar a todas as pessoas do coletivo
+pode fazer com que sejam aprovadas propostas que na prática não serão
+realizadas, mesmo se com a aprovação houver a responsabilidade do coletivo para
+cumpri-las.
+
+Muitos grupos possuem apenas processos formais, de modo que qualquer
+procedimento a ser realizado nesse grupo requer a pessagem pelo processo de
+tomada de decisão. Em muitas ocasiões, os processos formais acabam servindo,
+mesmo que as decisões sejam tomadas por consenso, para legitimar uma
+concentração de poder e um engessamento da estrutura dos grupos e contribuindo
+para criar grupos avessos a qualquer forma de organização definida. Surgem
+então os grupos organizados de maneira puramente informal, o que funciona muito
+bem para favorecer a espontaneidade e a auto-organização mas que também podem
+apresentar sérios problemas pela própria falta de formalidade.
+
+A características geral do Protocolo de Ação Coletiva consiste na articulação
+de uma forma possível de organização coletiva que responda tanto à problemática
+da tirania das organizações sem estrutura[3] quanto ao engessamento ocasionado
+por modos de organização estruturados de forma excessivamente rígida.
+
+O Protocolo de Ação Coletiva também pode ser entendido como uma forma de
+organização social do trabalho que possui um grande vínculo com a autonomia do
+grupo.
+
+Configuração Organizacional
+---------------------------
+
+Chamaremos de Coletivo aos fluxos informacionais, energéticos e materiais de um
+dado grupo de afinidade -- isto é, um grupo de pessoas que nutrem afeto umas
+pelas outras em relação a determinadas ou indeterminadas atividades -- que
+operam ao redor de uma dada configuração de autonomia definida pelo próprio
+grupo de afinidade. Por outro lado, é esta autonomia que define o Coletivo
+enquanto um grupo de afinidade por esta delinear a sua atuação:
+
+ Coletivo <-------------> Autonomia
+ ^ ^
+ \ /
+ `------> Fluxos <------'
+
+Tudo o que ocorre no Coletivo é um processo. Os processos assumem diversas
+manifestações, mas principalmente são fluxos e registros[4]. Todo o processo é
+um registro e um fluxo. O registro armazena o estado do fluxo, estando
+acessível para qualquer pessoa do Coletivo. Já o fluxo é a produção do processo
+e aquilo que efetua a escrita no registro[5].
+
+Em resumo: tudo no Coletivo é processo/fluxo/registro, sendo essa uma
+conceituação importante para auxiliar no entendimento do que se realiza, do que
+se produz no Coletivo. A mera existência de fluxos não garante ao Coletivo sua
+existência, mudança ou permanência, já que fluxos podem ser disjuntivos,
+dispersivos, explosivos.
+
+A autonomia do Coletivo é sua capacidade de determinar os fluxos que o afetam.
+A autonomia não opera apenas nas relações internas do Coletivo pelo fato deste
+não constituir um sistema fechado/isolado: o Coletivo pode ser entendido como
+um sistema aberto dentro de um sistema aberto mais abrangente que é o próprio
+mundo. Manter sua autonomia, isto é, sua autodeterminação de mudança e
+permanência (do mundo e de Si), é estipular uma relação de abertura e
+fechamento em relação ao mundo.
+
+De modo análogo, as pessoas que fazem parte do Coletivo também tem sua própria
+autonomia de ação. Enquanto integrantes do Coletivo, contudo, as pessoas
+concordam que sua autonomia pessoal não pode ser posta em detrimento da
+autonomia do Coletivo. Enquanto pessoas atuando fora do coletivo, exercem sua
+autonomia individual. Quando atuando como partes do Coletivo, sua autonomia
+enquanto indivíduos é limitada pela autonomia do Coletivo.
+
+Um/a integrante do Coletivo atua dentro dele quando utiliza os recursos e o
+nome do Coletivo. Por outro lado, um/a integrante do Coletivo atua fora dele
+quando não utiliza os recursos ou o nome do Coletivo. Intregrantes do Coletivo
+não realizam ações (dentro ou fora do Coletivo) que, conscientemente, possam
+prejudicar a autonomia do Coletivo.
+
+A autonomia, por ser uma propriedade de autodeterminação, pressupõe, no caso de
+uma associação de pessoas, um processo de tomada de decisões que respeite
+igualmente a autonomia das pessoas enquanto integrantes do Coletivo. Em outras
+palavras, é necessário que exista um processo formal para a operação da
+autonomia do Coletivo.
+
+Além disso, mesmo atuando dentro do Coletivo, a autonomia pessoal não é
+suprimida, apenas diminuída: há uma grande margem entre a autonomia da pessoa e
+a do Coletivo, o que permite que exista, dentro do Coletivo, fluxos que não
+interfiram na autonomia do Coletivo. Em outras palavras, é possível que exista,
+dentro do Coletivo, processos sem forma necessariamente definida e que não
+operem a autonomia do Coletivo, isto é, processos informais.
+
+Os Processos Formais
+--------------------
+
+Como dito anteriormente, o Coletivo possui dois tipos essenciais de
+processos/fluxos no que concerne ao uso da autonomia: os formais e os
+informais. Se nos informais não há interferência na autonomia do Coletivo, para
+os formais é preciso não apenas de um processo de tomada de decisão como uma
+garantia que as decisões tomadas sejam realizadas, do contrário a autonomia não
+pode ser exercida.
+
+No Coletivo, tal garantia é obtida pela responsabilização, que é o ato de
+chamar para Si a incumbência por um dado procedimento assim como responder pela
+sua realização total, parcial ou mesmo pela sua não-realização. É através da
+responsabilização que o Coletivo tem garantias mínimas de que o processo será
+realizado.
+
+Em resumo, os processos formais tem as seguintes características:
+
+* Forma necessariamente definida de antemão pelo coletivo E
+* Lidam com a autonomia do coletivo. PORTANTO
+* Precisam ser acompanhados pela responsabilização mínima para o processo não
+ falhar por falta de iniciativa
+
+Uma forma de saber saber se um processo deve ser formal ou informal é perguntar
+se o mesmo afeta (mexe com, precida da) ou não a automonia do Coletivo.
+
+Fluxograma de tomada de decisões e responsabilização formal
+-----------------------------------------------------------
+
+Existem inúmeras maneiras de se estabelecer um procedimento formal. No caso do
+Protocolo de Ação Coletiva, os processos formais do Coletivo são realizados de
+acordo com o seguinte diagrama:
+
+ .------------------->-----------------.
+ / .----------<--------------<-------. \
+ | ' \ \
+ | | .------>-----. \ \
+ | | | \ \ \
+ Proposta -----> Discussão ->--. \ \ \
+ | ^ | \ \ \ \
+ | | | \ \ \ \
+ | `----<-----' | \ \ \
+ | | | \ \
+ `------>------ Decisão --<--' | \ \
+ | | | \ \
+ | | | | |
+ Atribuição de --<---' '---> Arquivamento --->---' ;
+ Responsabilidades ----->-------' ^ \ /
+ ^ | ___________/ `---<-----'
+ | \ .'
+ | `--> Realização -->--.
+ | | | \
+ | | | /
+ `----<-----' `-----<---'
+
+Todas as etapas de um processo formal apresentam ao menos uma via de entrada e
+outra de saída. Não há começo e nem fim, apenas um processo fluído de
+realização autônoma. Cada etapa é discutida nas sessões a seguir.
+
+Etapa de Proposta
+-----------------
+
+Esta etapa não é a primeira nem a última, mas foi escolhida como tal nesta
+explicação apenas para facilitar o entendimento dos processos formais. É na
+etapa de proposição que a idéia de um procedimento formal é lançado ao
+Coletivo. A idéia -- ou descrição -- do processo pode vir do Arquivo de
+propostas, de uma Discussão anterior, de um procedimento informal que se julga
+importante formalizar ou mesmo de uma pessoa ou grupo de pessoas de dentro ou
+de fora do Coletivo.
+
+Recomenda-se que a proposta de processo formal seja bem explicada, contenha uma
+sugestão de prazo de decisão e que sugira o ciclo de vida do processo, isto é,
+como, quando e por quanto tempo ele deve ser realizado (se aplicável), assim
+como os critérios e prazo para atribuição de responsabilidade, o seu término
+(se aplicável) e recomendações para situações emergenciais (se aplicável).
+
+Uma vez lançadas, propostas podem ser discutidas, aprovadas ou arquivadas, como
+veremos a seguir.
+
+Etapa de Discussão
+------------------
+
+Após a introdução de uma proposta, a discussão não é estritamente necessária,
+isto é, a Proposta pode seguir diretamente para a Decisão. No entanto, a
+discussão não deixa de ter importância: ela não só ajuda a arquivar as
+propostas que não foram adotadas num dado momento como efetuam as alterações
+desejadas nas propostas antes da tomada de decisão. A discussão é o momento
+para o refinamento das propostas que as pessoas do Coletivo acharem
+interessantes.
+
+Alterações em propostas fazem com que o procedimento formal em questão volte
+para a etapa de Proposta. Propostas que não seguirem para a etapa de Decisão ou
+que não forem alteradas até o prazo proposto devem ser arquivadas.
+
+Propostas que vem de fora do Coletivo e que forem discutidas e alteradas devem
+ser enviadas também para o grupo ou à pessoa de fora do Coletivo responsável
+pela sua introdução, apesar destas pessoas não participarem da discussão
+interna do Coletivo. Se tal pessoa ou grupo concordar com a proposta alterada,
+então o processo formal em questão retorna à etapa de Discussão com a nova
+proposta. Caso contrário, isto é, a pessoa ou grupo de fora do Coletivo não
+concordar com a proposta alterada, então o processo formal em questão é
+arquivado e a pessoa ou grupo devem ser informados do arquivamento (exceto se
+as partes externas apresentarem uma nova alteração à proposta ou mais
+argumentos à discussão).
+
+Etapa de Decisão
+----------------
+
+Como dito anteriormente, a autonomia, por ser uma propriedade de
+autodeterminação, pressupõe, no caso de uma associação de pessoas, um processo
+de tomada de decisões que respeite igualmente a autonomia das pessoas enquanto
+integrantes do Coletivo. No Protocolo de Ação Coletiva, a etapa de Decisão é o
+momento no qual o Coletivo decide se determinada proposta é pertinente ou não,
+isto é, se o Coletivo julga, apóia e concorda com o seu teor ou o contrário.
+
+É importante ressaltar que há uma distinção entre julgar uma proposta
+pertinente ao Coletivo, se responsabilizar por ela e finalmente realizá-la. Na
+etapa de Decisão, apenas o teor da proposta é avaliado. Se o Coletivo aprova
+uma proposta, isso significa que a sua eventual execução será feita em nome do
+Coletivo, mesmo que seu nome não seja levado a público (isto é, para fora do
+Coletivo).
+
+O Protocolo de Ação Coletiva assume o consenso como a forma de tomada de
+decisões. A participação em consenso depende do acesso às informações do
+coletivo; para participar ativamente de uma decisão, é preciso, portanto, estar
+acompanhando as informações referentes à proposta em questão. Se não há
+consenso sobre a aprovação de uma proposta, a mesma permanece bloqueada,
+podendo ter seu prazo estendido.
+
+Se manter em silêncio é considerado como concordância com a proposta em
+questão. O consenso velado, isto é, quando ninguém ou apenas poucas pessoas se
+posicionam em relação a uma proposta de processo formal, não é um problema
+desde que haja pessoas que se responsabilizem pelo andamento do processo
+aprovado; sem pessoas se responsabilizando, o processo é
+arquivado/interrompido/congelado na próxima etapa, de tal modo que o silêncio
+das pessoas não interfere no processo de tomada de decisão.
+
+Quanto aos prazos, recomenda-se que os mesmos sejam estipulados relativamente
+ao tempo que as pessoas ativas no coletivo levam para tomar conhecimento,
+discutir, propor alterações, pedirem eventuais adiamentos, etc, sendo passíveis
+de prorrogação ou antecipação através de um pedido explícito por alguma pessoa
+do Coletivo. No entanto, se não há pedido para alteração de prazo, a data
+inicial da proposta deve ser respeitada. Se não sofrerem objeção, pedidos de
+adiantamento ou adiamento de prazos são automaticamente aceitos. Na medida do
+possíve, prazos razoáveis são recomendados em detrimento de prazos
+emergenciais. É importante manter uma boa temporalidade para a etapa de decisão
+por possibilitar a participação de quem quiser e permitir a apreciação
+cuidadosa das propostas.
+
+Aprovações de propostas que vem de fora do Coletivo ou que tenham como
+participantes grupos ou pessoas de fora do coletivo são comunicadas às
+pessoas/grupos de fora do Coletivo apenas após a atribuição de
+responsabilidades, uma vez que o Coletivo terá responsabilidade sobre a
+realização de uma proposta a partir do momento que informar o ator/a externo da
+decisão da proposta.
+
+Etapa de Atribuição de Responsabilidades
+----------------------------------------
+
+Se a aprovação uma proposta requer a aceitação de todo o Coletivo, a atribuição
+de responsabilidades, por outro lado, tem um caráter distinto: não é preciso
+que todo o Coletivo assuma responsabilidades pela execução de uma proposta, mas
+apenas um determinado número de pessoas do Coletivo é necessário à execução da
+proposta em questão. A etapa de atribuição de responsabilidades é o momento em
+que um grupo de trabalho será formado com a responsabilidade pela realização da
+proposta aprovada.
+
+A atribuição de responsabilidade é uma etapa sensível porque constitui o
+momento onde a garantia de realização do procedimento será dada. Não adianta
+apenas tratar da responsabilização sem tratar da irresponsabilização: essa
+etapa cuida não só do comprometimento de pessoas do Coletivo com relação a um
+dado processo formal mas como também do caso emergencial quando pessoas do
+Coletivo tiverem comportamento irresponsável perante um processo formal. Em
+outras palavras, a etapa de Atribuição de Responsabilidades também deve ser a
+etapa de planejamento de falhas.
+
+A primeira medida para evitar a não-realização do processo formal é a
+minimização dos possíveis pontos de falha, principalmente dos pontos de falha
+singular. Um ponto de falha singular é todo aquele que por si só pode acarretar
+na não realização do processo formal. Um ponto de falha é um ponto de falha
+singular se for o único apoio existente para a realização do processo formal:
+se for removido, o processo não se realiza. Já pontos de falha não-singulares
+são os apoios que, mesmo se removidos, não comprometem a realização do
+processo.
+
+É evidente que se deseja evitar os pontos de falha singulares. Assim, para que
+seja possivel sair da etapa de responsabilizacao para a de realizacão, é
+importante que se estipule o número mínimo de pessoas necessário para que o
+processo seja considerado realizável. Isso depende da tarefa em questão e sua
+especificação é importante para evitar pontos de falha. Assim, por
+responsabilização suficiente se entende o número mínimo de pessoas se
+responsabilizando pelo processo formal para o mesmo ser considerado realizável.
+
+Outra forma de evitar a falha se encontra no detalhamento a respeito da
+responsabilização: a responsabilização não é apenas o comprometimento pelo
+andamento de um dado processo, mas também a responsabilidade de informar com
+antecedência quando não puder mais realizá-lo, assim como auxiliar no processo
+de transição da responsabilidade para outras pessoas, se for o caso.
+
+O não-cumprimento de uma responsabilidade compromete a atribuição de outras
+responsabilidades. Além disso, a atribuição de uma responsabilidade é
+voluntária e deve ser registrada para fins de documentação e para evitar
+mal-entendidos e problemas de comunicação.
+
+A pessoa que se responsabilizar por algum processo formal deve declarar no
+registro do processo formal que:
+
+* Tem conhecimento sobre o procedimento em questão.
+* Irá realizá-lo dentro do prazo estipulado e que manterá o Coletivo informado
+ sobre a sua realização.
+* Caso não possa mais arcar com a responsabilidade, avisará o Coletivo com
+ antecedência suficiente para que o mesmo possa, dependendo do caso, manter a
+ realização do processo, atribuir novas responsabilidades a ele ou então
+ simplesmente encerrá-lo e arquivá-lo.
+
+Processos formais que forem aprovados mas que, findo o prazo para a
+responsabilização, não tiverem responsabilização suficiente atribuída, devem
+seguir para o arquivamento, sendo que o desarquivamento de propostas
+anteriormente aprovadas não pode seguir diretamente para a atribuição de
+responsabilidade, mas sim seguir para a etapa de proposição.
+
+Chamaremos aqui de de grupo de trabalho o conjunto/grupo de pessoas envolvidas
+num mesmo processo (formal ou informal). Lembramos, também, que não é um
+requisito para se estar num grupo de trabalho formal a responsabilização pelo
+processo formal em questão: pode-se estar num grupo de trabalho (formal ou
+informal) de modo informal, isto é, sem ter responsabilidade sobre isso
+(bastando para isso participar das discussões ou acompanhar as respectivas
+informações).
+
+A permanência de pessoas no coletivo que não se voluntariam para se
+responsabilizar por algo não é problema, muito pelo contrário: permite que
+pessoas afins permaneçam no coletivo mesmo se não puderem ajudar em processos
+formais, já que há uma diferença entre não-responsabilidade e
+irresponsabilidade. Assim, as pessoas podem permanecer no Coletivo e serem
+ativas de várias maneiras sem precisarem necessariamente se responsabilizar por
+algo.
+
+No caso de propostas que vem de fora do Coletivo ou que tenham como
+participantes grupos ou pessoas de fora do coletivo são comunicadas às
+pessoas/grupos de fora do Coletivo sobre seu estado de !Aprovação/Realização
+apenas após a atribuição de responsabilidade, isto é, ao final desta etapa.
+
+Etapa de Realização
+-------------------
+
+Apenas processos formais cuja responsabilização foi atribuída podem partir para
+a etapa de realização. Processos que forem realizados e que não tiverem
+prosseguimento definido são arquivados.
+
+Processos formais que, não tendo sido realizados no prazo comprometido pelo
+grupo das pessoas que se responsabilizado por ele, devem retornar à etapa de
+Atribuição de Responsabilidades. De modo análogo, processos em realização mas
+cujos/as responsáveis não puderem mais realizá-los devem retornar à etapa de
+Atribuição de Responsabilidades caso o número de pessoas responsáveis
+remanescentes não for suficiente para a sua realização.
+
+Etapa de Arquivamento
+---------------------
+
+O arquivo, ou banco de propostas, é o local onde ficam armazenadas todas as
+propostas que:
+
+* Não foram aprovadas OU
+* Foram aprovadas mas não foram adotadas responsavelmente OU
+* Foram realizadas e encerradas OU
+* Estavam em realização mas não tem mais o número de pessoas responsáveis
+ suficiente, por exemplo: quando ninguém ou apenas um número insuficiente de
+ pessoas estiverem cuidando de um dado recurso.
+
+Um processo formal é dito em arquivamento quando uma das condições acima for
+verdadeira para ele. No caso de um processo que estava sendo realizado e
+precisar ser arquivado por falta de pessoas responsáveis por ele, as últimas
+pessoas responsáveis por ele devem realizar o procedimento de encerramento e
+arquivamento.
+
+No caso de propostas que vem de fora do Coletivo ou que tenham como
+participantes grupos ou pessoas de fora do coletivo são comunicadas às
+pessoas/grupos de fora do Coletivo sobre seu estado Recusa/Arquivamento apenas
+nesta etapa.
+
+Observações sobre Processos Formais
+-----------------------------------
+
+Em resumo, o processo formal necessita que haja proposta, decisão e
+responsabilização antes da realização de uma atividade.
+
+É importante ressaltar que o objetivo destes princípios é favorecer o trabalho
+coletivo e otimizar a busca dos compromissos que o grupo de afinidade pode
+adquirir coletivamente. Pelo fluxograma de procedimentos formais, vemos que
+qualquer processo formal que não estiver na responsabilidade de alguém (ou de
+um grupo de trabalho) será automaticamente arquivado/congelado.
+
+Esta é provavelmente a propriedade emergente mais importante desse sistema: a
+etapa de responsabilização atua como um filtro de propostas aprovadas de tal
+forma que apenas o que passar por ela pode ser realizado. A etapa de
+responsabilização introduz uma limitação necessária no processo, o que se
+compatibiliza com a limitação real de atuação do grupo. O processo como um todo
+atua no sentido de encontrar com eficiência as atividades que o Coletivo pode e
+quer realizar.
+
+Um caso degenerado seria um grupo que adote este processo mas que, composto por
+pessoas verborrágicas porém preguiçosas, decidisse fazer tudo mas não se
+responsabilizar por nada, de modo que o processo formal opera como um detector
+de índole e proporciona ao grupo encontrar o que realmente quer fazer: apenas
+discutir.
+
+Indo pela situação oposta, outro grupo que adote este processo mas que, por não
+discutir nada também não decide nada e, consequentemente, não precisa se
+responsabilizar por nada e também não realiza nada. Neste caso o processo
+também auxiliou o grupo a realizar as atividades a que estiver inclinado.
+
+Mesmo em grupos que estão entre esses pólos de atuação, o processo formal
+favorece a triagem das propostas que podem serem postas em prática. Muitas
+vezes as propostas partem de pessoas (ou grupos dentro do Coletivo) que já
+estão predispostas a realizá-las. Noutras, porém, a proposta surge de pessoas
+que não estão inclinadas a realizá-la mas julgam a realização, por parte do
+Coletivo, muito pertinente. Em ambos os casos, se a tomada de decisão avalia se
+a proposta é pertinente e aparentemente viável, a etapa de responsabilização
+dirá se o coletivo possui meios de arcar com sua realização.
+
+Sob o aspecto do registro, cada processo formal pode ser entendido como uma
+instância de uma máquina de estado finito. Seu fluxograma apresenta
+características interessantes: o barramento de arquivamento é full-duplex e que
+existe uma configuração rotacional ao redor da discussão e da realização. Já o
+arquivamento possui basicamente convergências e divergências.
+
+O processo formal é uma maquinação, um processo de desenvolvimento de um
+software social. Ele não impõe regras sobre o teor das propostas (que inclusive
+podem propor a mudança ou abolição do fluxograma), mas apenas regras mínimas
+sobre o próprio andamento do coletivo. No entanto, os próprios princípios de
+organização coletiva compõem um processo formal cuja responsabilidade é de todo
+o coletivo. Consequentemente, ele mesmo passa pelos procedimentos de
+aprovação/execução/responsabilização previstos nele mesmo (bootstrapping e
+recursividade).
+
+Os Processos Informais
+----------------------
+
+Os processos informais do Coletivo são os fluxos que não interferem na sua
+autonomia. Eles apresentam propriedades notáveis para a emergência de padrões,
+para a experimentação, para a auto-organização e para o combate à apatia e ao
+gerenciamento centralizado.
+
+Nos coletivos onde se reconhece apenas a existência de processos formais, está
+subentendido que toda a ação coletiva deve passar pela instância de tomada de
+decisões. Nesse tipo de coletivo, nada se realiza explicitamente sem uma
+decisão central, mantendo-se assim uma cultura de gerenciamento onde a
+iniciativa pessoal ou de um pequeno grupo apenas tem espaço no processo de
+tomada de decisão oficial. Mesmo através do conhecimento empírico é possível
+mostrar que tal modelo muitas vezes afasta a participação e a iniciativa
+pessoal, além de gerar ruído desnecessário na instância formal de decisão por
+ter de decidir a respeito de todos os assuntos e ações pertinentes ao grupo.
+
+Por exemplo: muitas vezes constitui um esforço desnecessário para submeter à
+decisão do Coletivo qual é a melhor data para se realizar uma reunião onde nada
+será decidido pelo Coletivo. Pode ser até mais complicado logisticamente de se
+discutir esse tipo de coisa na instância formal de decisão quando um processo
+informal pode endereçar isso facilmente.
+
+Por isso que, em fluxos que sejam possíveis de serem realizados sem interferir
+na autonomia do Coletivo que o Protocolo de Ação Coletiva incentiva que estes
+sejam processos informais. Como processos formais, pela própria definição, não
+tem forma definida de antemão pelo processo de decisão do Coletivo, eles não
+precisam ser propostos e nem decididos, mas podem ser simplesmente realizados
+desde se constituam como processos, isto é, sejam fluxos e registros (conforme
+nossa definição inicial de um processo). Sendo também registros, os processos
+informais em planejamento ou realização tem sua informação disponibilizada para
+todas as pessoas do Coletivo, sendo então sua existência um convite à
+participação. Por exemplo, procedimentos informais podem começar com um
+informe, convite ou como uma proposta (mas não confundir com uma proposta
+formal).
+
+Em resumo, os processos informais tem as seguintes características:
+
+* Forma não necessariamente definida de antemão E
+* Não afetam a autonomia do coletivo. PORTANTO
+* Não precisam necessariamente estar atrelados à responsabilidade de alguém
+ (isto é, a não-realização de um processo informal não afeta a autonomia do
+ Coletivo).
+
+Trocando em miúdos, os processos informais não necessariamente tem um protocolo
+previamente definido, ou seja, negociado de antemão: sua negociação pode ser
+dar também durante sua realização. Por outro lado, devido à não necessidade de
+responsabilização, os processos informais não tem garantias formais de
+execução.
+
+Cabe ressaltar que processos informais, mesmo não tendo forma previamente
+definida, ainda são processos. Atividades sem informação disponibilizada no
+Coletivo não pode ser considerada como processos (formais ou informais) do
+Coletivo porque não dispõem de igualdade de acesso à informação, requisito para
+a possibilidade de participação (isonomia informacional). A falta de forma
+previamente definida não deve ser confundida com falta de forma (aformalidade):
+nos processos informais, a forma está contida no próprio processo informal (in
+forma) e não em princípios de organização externos (como no caso dos processos
+formais, onde sua forma geral é definida de antemão e externamente ao
+processo).
+
+Certamente há uma vasta gama (talvez a maior parte) das atividades realizadas
+que fogem dessa conceituação de processo, isto é, podem até serem processos
+físicos, mentais, etc, mas pela falta delas figurarem no fluxo de informação do
+Coletivo elas não podem ser consideradas como processos protocolares no sentido
+dado pelo Protocolo de Ação Coletiva, mas apenas processos aformais. Para
+ganhar em termos de organização, o Protocolo de Organização Coletiva restringe
+a denomiação de processo apenas às atividades que integram o fluxo
+informacional do Coletivo (processos do Coletivo são aqueles que foram
+coletivizados).
+
+Formalização e informalização
+-----------------------------
+
+Processos formais e informais são diferenciações que nos ajudam a agir conforme
+a necessidade. Se é preciso voar, experimentar, atuar favorecendo-se com as
+relações sociais e culturais que são naturais sem interferir na autonomia do
+Coletivo, os processos informais permitem que se proceda sem regras dadas de
+antemão. Caso precisemos agir com coesão, com firmeza e favorecendo uma
+coletividade forte (isto é, usando a autonomia do Coletivo), o Protocolo de
+Ação Coletiva encoraja o uso de processos formais.
+
+Os processos formais possuem um andamento mais rígido quando é preciso um
+acordo comum para pessoas agirem conjuntamente sem que precisem abrir mão das
+suas diversidades, das suas diferenças, das suas particularidades, das suas
+culturas. Da mesma forma, as pessoas do Coletivo podem precisar dos processos
+informais se acreditarem ser importante uma ação coletiva que utilize
+exatamente dessas diversidades e diferenças.
+
+Modos formais e informais permanecem distintos em princípio mas, com o tempo,
+também é possível formalizar um processo informal (via consenso e atribuindo
+responsabilidade ao mesmo) ou, por outro lado, transformar um processo formal
+em informal (via consenso e retirando responsabilidade, mas retirando
+igualmente a dependência do coletivo a esse procedimento, isto é, a autonomia
+do coletivo deve se tornar independente do processo que estiver se
+informalizando).
+
+Se o processo formal de tomada de decisões pode ser entendido como um protocolo
+que mantém a coesão do coletivo ao redor de sua autonomia (espaço comum,
+central), os procedimentos informais podem ser entendidos como protocolos
+distribuídos, maleáveis, que se reordenam durante sua existência com uma
+flexibilidade maior do que os processos formais. Alguns processos informais
+podem até ter o caráter experimentalista de descobrir próximas ações que, de
+tão importantes que podem se tornar, se transformem em processos formais.
+
+Fluxo informacional
+-------------------
+
+Estes princípios apenas funcionam se há acesso disponível às informações por
+todas as pessoas que fazem parte do Coletivo (acesso não significa obrigação
+por acompanhar todas as informações que trafegam pelo Coletivo, mas sim
+possibilidade de acompanhamento arbitrário das mesmas). Sendo assim, é
+importante que existam instâncias de tráfego informacional (instâncias
+processuais) que facilitem o acompanhamento dos processos coletivos (tanto
+formais quanto informais) e que satisfaçam requisitos de privacidade e
+segurança que garantam a autonomia do Coletivo.
+
+Convém distinguir três possíveis instâncias informacionais:
+
+* Instâncias informais, que são aquelas utilizadas para o fluxo informacional
+ de processos informais.
+* Instâncias formalizadoras, que são as instâncias utilizadas para formalizar
+ procedimentos.
+* Instâncias maleáveis, que podem ser utilizadas para agregar informações de
+ processos formais e informais.
+
+Notar que essas distinções não são estritamente excludentes: uma instância pode
+ser utilizada simultaneamente para comunicação informal, para formalizações e
+para agregar informações diversas. Por exemplo, um modo mais simples de lidar
+com as instâncias seja considerar todas as instâncias de comunicação como
+informais ''a priori'' (isto é, se nada mais for dito a respeito da forma de
+cada uma delas) e estabelecer alguns critérios pelos quais determinadas
+instâncias assumem o papel de formalizadoras e/ou maleáveis.
+
+Alem disso, requisições e comunicações ao coletivo (internas ou externas) devem
+ser feitas ao coletivo e não individualmente (isto é, fora da base pessoal),
+tanto para não sobrecarregar pessoas quanto para:
+
+* Manter a informação disponível ao coletivo.
+* Incentivar uma interação coletiva.
+
+Autonomia do Coletivo
+---------------------
+
+O Protocolo de Ação Coletiva define uma autonomia básica para o Coletivo. A
+autonomia básica do Coletivo, isto é, a autonomia mínima que garante a sua
+existência de acordo com estes princípios, é a posse de canais de comunicação
+privados e seguros que permitam a existência dos registros de processos
+coletivos (formais ou informais). Sem esses canais, a autonomia básica do
+Coletivo é seriamente abalada, assim como a aplicação destes princípios. Toda
+autonomia adicional do Coletivo (isto é, que não for a autonomia básica) deve
+ser definida através de processos formais.
+
+Todo o processo formal em realização requer uma autonomia (um poder) em geral
+além da autonomia básica (por exemplo, um recurso necessário para a realização
+do processo). Por isso, ao realizar um processo formal, o grupo de trabalho em
+questão é responsável por manter a autonomia requerida. Portanto, os aumentos e
+diminuições da autonomia do Coletivo apenas ocorrem através de processos
+formais.
+
+O Protocolo de Ação Coletiva reconhece, também, que mesmo um coletivo autônomo
+também possui relações de dependência e trocas com o ambiente externo e que
+esse é um fator importante de interferência na autonomia do Coletivo. O
+Coletivo não produz tudo o que necessita para Si: certos fluxos são
+externalizados (outsourcing, terceirização) de e para o ambiente.
+
+Tal visão de autonomia, inclusive, é compatível e satisfaz os seguintes
+Princípios das mídias e grupos livres do Encontro: Cultura Livre e
+Capitalismo[6], uma vez que a autonomia do Coletivo emana de si enquanto
+organização dinâmica:
+
+ 0. Sobre a mobilidade dos princípios: Todos os princípios podem ser a qualquer
+ momento modificados ou abandonados desde que não sejam mais a expressão
+ imanente das relações que se constituem através das ações coletivas.
+
+ 1. Sobre a autonomia: grupos e mídias livres renunciam e se recusam a recorrer a
+ qualquer entidade política que não a si próprias para constituir sua legalidade
+ e sua normatividade, por acreditar que a sua única fonte legítima é sua
+ emergencia a partir dos laços de confiança e solidarieade entre participantes e
+ de cada participante com os coletivos por eles constituídos.
+
+ 6. Sobre a gestão: As mídias e os grupos livres usam e desenvolvem
+ sistematicamente mecanismos de gestão anti-hierárquicos e baseados na geração
+ de consensos a partir da argumentação pública; ou seja, rejeitam (ou evitam ao
+ máximo), como práticas de organização: a representação política e a votação
+ plebiscitária. A divisão funcional é adotada com ponderação, sob avaliação
+ coletiva e de maneira ocasional.
+
+Atividade Coletiva Complexa
+---------------------------
+
+O Protocolo de Ação Coletiva serve para facilitar as atividades do Coletivo,
+combatem a apatia e o espetáculo (no sentido das pessoas se portarem como
+espectadoras, pessoas gerenciadas que permanecem em estado de espera, letárgico
+e apático), o ruído existente nas instâncias de tomada de decisão, a
+dificuldade de acompanhamento dos processos no coletivo e a preenchem a
+necessidade por processos realmente coletivos em andamento (e não apenas as
+iniciativas pessoais).
+
+Os processos formais encorajam um trabalho coletivo firme enquanto que os
+informais encorajam comportamentos pessoais protagonistas que realizem
+discussões e também encontros descompromissados. O Processo de Ação Coletiva
+também ressalta a importância de se utilizar os recursos de comunicação
+coletiva de modo a minimizar o ruído pois isso facilita o acompanhamento dos
+processos.
+
+Quanto ao seu funcionamento, uma analogia interessante pode ser feita com um
+sistema operacional multi-usuário/a, uma vez que o Protocolo de Ação Coletiva
+utiliza o conceito de processo e permite que muitos processos existam
+paralelamente, os quais podem serem até organizados em árvores, de acordo com
+suas semelhanças e/ou dependências.
+
+Memética da auto-organização
+----------------------------
+
+O Protocolo de Ação Coletiva é um fruto da cultura e do choque cultural do
+grupo de afinidade no qual ele se originou. Quando esses princípios de
+organização adentram o plano da cultura das pessoas do Coletivo, isto é, são
+praticados com naturalidade e desenvoltura, então temos uma mudança profunda no
+modo de agir coletivamente. Tal dinâmica pode se suceder indefinidamente
+conforme os princípios antigos se tornam obsoletos.
+
+Como exemplo, deixamos um modelo comportamental possível dentro dos Protocolo
+de Ação Coletiva. Nesse esquema mental, qualquer pessoa do Coletivo pode
+participar nas suas três instâncias informacionais:
+
+* Nas reuniões informais, participando de discussões, bate-papo
+ descompromissado, elaboração de propostas de decisão e ação.
+* Na instância maleável, com a elaboração de relatos, propostas e documentação diversa.
+* Na instância formalizadora, participando das tomadas de decisão.
+
+Ou seja:
+
+* Instância informal: reuniões presenciais ou remotas de caráter mais
+ descomprometido e facilitador da troca de idéia.
+* Instância formalizadora: utilização prioritariamente para os ritos de
+ formalização de processos ou em casos emergenciais.
+* Meio de campo: instância maleável, diminuidora de ruído, podendo ser usada ao
+ máximo para economizar a largura de banda da instância formalizadora.
+
+Esse esquema mental, aliado à distinção entre processos formais e informais,
+sugere um modelo pessoal de entendimento e participação no processo coletivo,
+onde a pessoa pode determinar a melhor maneira de se comunicar e submeter
+propostas, idéias e relatos sem que suas mensagens façam parte de um ruído
+(isto é, excesso de mensagens enviadas aos canais de comunicação) ou caiam num
+processo de formalização muito burocrático sem necessidade.
+
+Com relação às reuniões informais, não há problema de autonomia se as pessoas
+combinarem previamente, avisarem ao Coletivo e depois acrescentarem relatos nos
+canais de comunicação coletivos, já que numa reunião informal nada pode ser
+decidido pelo Coletivo. Inclusive, as reuniões informais, se feitas dessa
+forma, evitam o problema de gastarmos semanas tentando encaixar na agenda de
+todo mundo uma reunião onde no fim das contas aparecem poucas pessoas. Desse
+modo, quando alguém quiser ou sentir que uma reunião é necessária, basta
+combinar com outras pessoas interessadas, comunicar ao Coletivo lista e pronto
+:)
+
+Tal modelo de comportamento, desde que respeite a presente carta de princípios,
+nem precisa ser aprovado pelo coletivo, pois é um modelo de entendimento e
+relacionamento pessoal de como as coisas podem fluir e como processos
+interessantes podem emergir, lembrando que emergência pode ser entendida como
+pequenas regras (ou modelos, esquemas) de comportamento que cada pessoa mantém
+e aplica.
+
+Por fim, a questão da apatia versus o protagonismo. Tal modelo de
+relacionamento proposto só funciona de modo saudável se todas as pessoas forem
+protagonistas, deixando sua apatia e sua preguiça de lado. Caso contrário, ela
+levará a um gerenciamento centralizado nas poucas pessoas que forem ativas.
+Sentiu que uma troca de idéias deve ser feita? Vá, faça, se possível informe a
+lista com antecedência e depois adicione o conteúdo nos canais de comunicação
+coletivos.
+
+Quem não tem iniciativa está destinado/a a ser gerenciado/a e governado/a.
+
+Limitações
+----------
+
+Mesmo que estes princípios sejam úteis e desejáveis para o Coletivo, convém
+reconhecermos suas limitações. Tais princípios assumem que o Coletivo é um
+grupo de afinidade e por isso ele pode enfrentar problemas e necessitar
+modificações se for adotado por grupos onde não haja afinidade, principalmente
+porque sua capacidade de resolução de disputas e conflitos é limitada. O
+circuito de um processo formal também pode ser usado para criar loops e os
+princípios não prevêem em si regras para lidar com o ruído. Talvez eles também
+precisem de adaptações para funcionarem como desejado em grupos muito grandes,
+principalmente porque processos que demandem um fluxo de informação muito
+intenso (por exemplo, propostas grandes) tendem a demandar mais tempo para
+discussão, decisão, etc.
+
+O Protocolo de Ação Coletiva também não dá (e talvez nem devesse mesmo)
+fundamento para lidar com desconexões (saída de pessoas do grupo de afinidade)
+ou rachaduras no grupo. O grande obstáculo para lidar com rachaduras de forma
+transparente é a questão do nome e da aparência pública do Coletivo, o que
+talvez só possa ser resolvido num coletivo com espaço de nomes múltiplo. Como,
+no entanto, o Protocolo de Ação Coletiva não foi criado para lidar exatamente
+com desconexões e rachaduras, esses fluxos disjuntivos foram deixados de lado,
+ao menos temporariamente.
+
+Algo mais deve ser lembrado: estes princípios não definem os objetivos do
+Coletivo e nem garantem que atividades sejam realizadas. Esta declaração de
+princípios apenas diz como a energia pode ser gasta no Coletivo, isto é, dado
+um potencial, um desejo de agir, como a energia pode fluir dentro do Coletivo.
+O propósito, a vontade e o potencial de agir são sempre externos aos princípios
+de organização coletiva e ao Protocolo de Ação Coletiva.
+
+Em direção a muitos protocolos de rede
+--------------------------------------
+
+A organização parece uma necessidade, algo crucial[7], ao passo que parece
+inesgotável a quantidade de formas de organização possíveis. Em outras
+palavras, se a organização é importante, os modos de se obtê-la podem não ser
+tão óbvios.
+
+A questão mais geral de como um grupo de pessoas pode se organizar melhor para
+atender seus objetivos e lidar com os problemas que surgem pela própria
+organização pode nos levar inclusive a uma análise um pouco mais profunda da
+natureza não apenas do Protocolo de Ação Coletiva apresentado como de todo um
+conjunto de protocolos que satisfaçam uma dada coletividade.
+
+Historicamente, dentre as formas de organização igualitárias e de democracia
+direta, destacam-se as federações, inventadas pelos movimentos sociais nos
+últimos séculos e redes abertas, formas recentes criadas nos últimos anos com o
+adventos das modernas técnicas de comunicação e com novos desafios para
+organização encontrados pelos movimentos.
+
+Muitas vezes federações e redes abertas são colocadas em polos opostos dadas
+suas diferenças muitas vezes irreconciliáveis. Se é difícil dar um nome à
+relação entre essas duas formas de organização, por outro lado elas não parecem
+ser exatamente opostas, mas dialógicas. Algo que talvez possa generalizar tal
+relação seja a noção de protocolo. Protocolos não apenas lidam com o fluxo de
+informação, matéria e energia entre nós/grupos de uma rede, mas também podem
+lidar com o processo de conexão e desconexão.
+
+O modelo federativo auxilia muito no processo de decisão e responsabilização,
+enquanto que o modelo das redes abertas impulsiona a emergência de padrões
+complexos. Enquanto é mais difícil observar emergências em federações do que em
+redes abertas, o oposto ocorre quando se tenta tomar uma decisão. Uma rede
+aberta dificilmente realiza uma decisão que não faça parte do seu protocolo.
+
+Portanto, federações tendem a ser uma melhor opção nos momentos em que
+seus/suas participantes precisam decidir sobre o uso e o acesso a um bem ou
+recurso rival, isto é, quando há uma necessidade de dirigir um bem
+rival/excludente a um dado uso. Por outro lado, redes abertas existem
+usualmente em locais onde pessoas e grupos lidam basicamente com bens
+não-rivais (principalmente informação).
+
+Consideremos, ao invés dos conceitos de federação e redes abertas, conceitos
+como formalidade, informalidade e protocol. Um procotolo seria um conjunto de
+regras (definidas ou indefinidas) usadas para dar topologia (forma) a uma rede,
+lidando com suas conexões, desconexões, fluxo informacional, tomada de decisão,
+etc.
+
+A formalidade e a informalidade concernem ao conjunto de regras predefinidas
+num dado protocolo: no caso de uma rede aberta, regras usualmente não existem a
+priori e emergem as poucos num modo informal conforme o protocolo é atualizado
+dinamicamente, enquanto que federações tipicamente começam com um conjunto de
+regras acordadas de antemão.
+
+Como regras acordadas antes da instanciação de uma regra representam um
+entendimento comum das possibilidades e autonomia de casa uma das partes
+envolvidas no acordo, elas são mais propícias para lidarem com ben/recursos
+rivais/exclusionários. Mas, por precederam a atual experiência da rede, elas
+podem carecer de características necessárias para lidam com padrões emergentes
+de organização, especialmente à manipulação de bens não-rivais, algo muito bem
+obtido com processos informais.
+
+Muitos grupos são complexos o suficiente para lidaram tanto com bens e recursos
+rivais quanto não-rivais mas também com questões importantes como segurança,
+privacidade e confiança. Por isso, provavelmente muitos grupos precisarão de
+protocolos híbridos que lidem ao mesmo tempo com a formalidade e a
+informalidade.
+
+Ter um processo não significa ter um monte de regras desnecessárias, mas sim um
+pequeno conjunto de regras (um protocolo) para lidar com um processo de tomada
+de decisão acerca de bens e recursos rivais, com a segurança e a privacidade,
+podendo deixar os bens não-rivais se formarem de acordo com a experiência.
+
+Para criar protocolos sociais, portanto, as seguintes perguntas podem ser de
+grande valia:
+
+1. Quais são os bens e recursos rivais a serem compartilhados pelo grupo?
+2. Quais são os requisitos de segurança, privacidade e confiança no grupo?
+3. Quais são os requisitos de administração da informação (canais de
+ comunicação e documentação)?
+
+Respostas práticas a essas questões permitem o esboço de um protocolo (ou
+conjunto de protocolos):
+
+1. Para a questão 1, o protocolo pode se dirigir ao processo de tomada de
+ decisões.
+2. Para a questão 2, o protocolo pode estabelecer um esquema de controle de
+ acesso à informação.
+3. Para a questão 3, o protocolo pode sugerir um fluxo informacional padrão que
+ auxilie na comunicação, na documentação (memória) e eventualmente até nos
+ critérios de distribuição de informação para entidades externas (licenciamento
+ de conteúdo).
+
+Protocolos híbridos, além de serem compatíveis simultaneamente com processos
+formais e informais, são também propícios para se fazer um bom uso de recursos
+limitados (trabalho, energia, matéria, etc. Bons protocolos híbridos fazem um
+balanço entre formalidade (um conjunto excessivo de regras tende a ser
+burocrático) e informalidade e auxiliam aos grupos acumularem mais excedente
+com menos trabalho.
+
+Além disso, pode ser conveniente balizar a criação de protocolos levando em
+conta o princípio do não-preconcebimento, que afirma que ''nada que foi
+explicitamente informado ou acordado deve ser considerado ou assumido''. Por
+exemplo se alguém não informou que está realizando uma dada atividade, então
+não há condições suficientes para se considerar que essa pessoa a está
+realizando.
+
+Ou seja, a iniciativa só deve ser considerada se houver disponibilidade de
+informação. Até pode acontecer que alguém que não informou que esteja
+trabalhando na verdade esteja, mas pela inexistência dessa informação não
+podemos nos arriscar a considerá-lo.
+
+A urgência e a emergência da organização
+----------------------------------------
+
+Um dado "nível" de organização/acumulação permite inclusive tornar situações
+antes emergenciais em procedimentos bem estabelecidos. Por isso, um grupo que
+se dedica à sua organização terá um ganho futuro de lidar melhor com situações
+que hoje são urgentes. Se o grupo apenas se dedicar a apagar o fogo, a resolver
+emergências/urgências, não terá tempo para mudar e melhorar sua organização.
+Certamente o mundo apresenta uma série de situações emergenciais. A urgência
+permeia a existência.
+
+Não é possível não se omitir em todas as lutas, em todas as frentes, em todas
+as tarefas. Há uma rivalidade de atuação porque os grupos não são ilimitados. A
+energia das sociedades humanas não escala indefinidamente, ao menos atualmente,
+apesar de ser possível para um grupo ao menos apoiar -- nem que seja uma
+declaração de apoio -- múltiplas causas, mas escolhas precisam ser feitas.
+
+Por isso, é importante para um grupo dividir bem sua dedicação, seu tempo e seu
+esforço não apenas para todas as emergências, mas também para a sua
+organização. Às vezes é preciso dar um basta à resolução de emergências e
+dedicar um pouco do tempo à organização. Ao se organizar mais, a resolução de
+algumas emergências podem se tornar tarefas mais fácil.
+
+Referências
+-----------
+
+* [1] Licença de Manipulação de Informações do Grupo Saravá: http://wiki.sarava.org/Main/Licenca
+* [2] Protocolo de Ação Coletiva, http://protocolos.sarava.org/trac/wiki/Organizacao
+* [3] A tirania das organizações sem estrutura: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2001/07/3257.shtml
+* [4] O registro também pode ser entendido tanto como memória coletiva como superfície de inscrição do corpo coletivo. O registro é a memória da autogestão coletiva.
+* [5] Existiriam paralelos ou mesmo identidades com os conceitos de máquinas desejantes, fluxo de produção, superfície de inscrição e corpo sem órgãos? Estaria então o desarranjo também inserido nesse princípio de funcionamento? Deixamos estas questões em aberto.
+* [6] Os princípios das mídias e grupos livres - http://encontro.sarava.org/Principal/ConjuntoDePrincipiosEticos.
+* [7] Veja, por exemplo, o texto A Organização II - Errico Malatesta - 11 de julho de 1897, http://nucleos-fasp.blogspot.com/2008/08/organizao-ii-errico-malatesta-11-de.html
diff --git a/docs/social/coletivo/misc.md b/docs/social/coletivo/misc.md
new file mode 100644
index 0000000..1c9323a
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/misc.md
@@ -0,0 +1 @@
+# Misc
diff --git a/docs/social/coletivo/misc/ata.md b/docs/social/coletivo/misc/ata.md
new file mode 100644
index 0000000..667a34f
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/misc/ata.md
@@ -0,0 +1,22 @@
+# Ata de reunião
+
+# Reunião de ../../....
+
+ * Horário: ..:..
+ * Local: ... (Cidade).
+ * Caráter: ...
+ * Presentes: ...
+
+# Ata
+
+## Informes
+
+...
+
+## Próximas reuniões
+
+...
+
+## Outras questões
+
+...
diff --git a/docs/social/coletivo/misc/atualizacao.md b/docs/social/coletivo/misc/atualizacao.md
new file mode 100644
index 0000000..78a3463
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/misc/atualizacao.md
@@ -0,0 +1,32 @@
+# Atualização de processo
+
+O presente processo efetua a atualização do seguinte processo:
+
+ * `$processo`
+
+O novo texto para o processo é o seguinte:
+
+ $novo_texto
+
+Condições de atualização
+------------------------
+
+* O processo só pode ser atualizado se as pessoas responsabilizadas pelo mesmo
+ concordarem explicitamente com isso. Caso elas não concordem este processo
+ deve ser arquivado.
+* No ticket do processo deve haver uma menção à atualização efetuada e com
+ referência ao processo que o alterou.
+
+Responsabilização
+-----------------
+
+As pessoas responsáveis pelo presente processo devem efetivar a atualização do
+processo de acordo com as condições mencionadas anteriormente.
+
+Sobre este texto
+----------------
+
+O texto deste processo foi redigido utilizando o [Template para Atualização de
+Processo](/organizacao/misc/atualizacao). No caso de alterações que não dizem
+respeito apenas ao Grupo e que possam enriquecer tal template, favor
+submetê-las também upstream, isto é, ao texto do template.
diff --git a/docs/social/coletivo/misc/autorizacao.md b/docs/social/coletivo/misc/autorizacao.md
new file mode 100644
index 0000000..33cf236
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/misc/autorizacao.md
@@ -0,0 +1,34 @@
+# Template para Autorização de Uso de Conteúdo
+
+Por este processo, `$entidade` fica autorizada a utilizar os seguintes conteúdos do Coletivo:
+
+1. `$conteudo`
+
+Com as seguintes permissões:
+
+1. Distribuição do conteúdo nos seguintes meios:
+ a. Digital.
+ b. Impresso.
+ c. Audiovisual.
+2. Alteração do conteúdo mediante inclusão de nota descrevendo as mudanças efetuadas.
+3. Vigente para versões anteriores e futuras do conteúdo.
+
+Com as seguintes restrições:
+
+1. Impedido o uso comercial ou fins lucrativos.
+2. A preservação da licença original do conteúdo.
+3. Uso restrito apenas para a publicação intitulada `$publicacao`.
+4. A validade desta permissão é de `$validade`, podendo ou não ser renovada.
+
+# Dependências
+
+A realização deste processo depende da realização dos seguintes processos:
+
+* [Licenciamento de informações](/organizacao/license).
+
+# Sobre este texto
+
+O texto deste processo foi redigido utilizando o [Template para Autorização de
+Uso de Conteúdo/organizacao/misc/autorizacao]. No caso de alterações que não
+dizem respeito apenas ao Grupo e que possam enriquecer tal template, favor
+submetê-las também upstream, isto é, ao texto do template.
diff --git a/docs/social/coletivo/misc/debate.md b/docs/social/coletivo/misc/debate.md
new file mode 100644
index 0000000..59f414c
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/misc/debate.md
@@ -0,0 +1,33 @@
+# Debate
+
+Realização de um debate no `$local` ou em outro lugar conveniente (mas não pago
+e nem corporativo), eventualmente em parceria com o `$grupo`, de um debate
+sobre `$tema`. O evento seria oficialmente organizado pelo Coletivo e talvez
+pelo `$grupo` (caso topem) e portanto se trata de um processo formal.
+
+Tal evento é politicamente interessante ao Coletivo ao marcar presença no
+`$local`, além de preencher uma lacuna pela falta de debates sobre o assunto.
+
+As tarefas envolvidas são:
+
+* Marcar uma boa data.
+* Reservar o `$local` ou local apropriado, juntamente equipamento necessário.
+* Convidar palestrantes que entendam do assunto e possuam visão crítica.
+* Fazer, imprimir e afixar cartazes em locais chaves.
+* Divulgação pela internet e eventualmente pelo Portal do Coletivo.
+* Realizar o debate, fazendo a mediação se necessário.
+
+Observações:
+
+* O debate não terá o apoio de organizações corporativas ou estatais e não
+ contará com financiamento.
+* As pessoas do Coletivo que estiverem presentes na mesa não falarão em nome do
+ Coletivo.
+
+Sobre este texto
+----------------
+
+O texto deste processo foi redigido utilizando o [Template para
+Debate](/organizacao/misc/debate). No caso de alterações que não dizem respeito
+apenas ao Grupo e que possam enriquecer tal template, favor submetê-las também
+upstream, isto é, ao texto do template.
diff --git a/docs/social/coletivo/misc/grupos.md b/docs/social/coletivo/misc/grupos.md
new file mode 100644
index 0000000..6546851
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/misc/grupos.md
@@ -0,0 +1,92 @@
+# Participação no $grupo
+
+Este processo estabelece a participação do Coletivo no $grupo, doravante
+mencionado neste texto tanto como $grupo ou simplesmente como '''Grupo'''.
+
+# Descrição do Grupo
+
+A descrever.
+
+# Informações de contato e comunicação
+
+A descrever.
+
+# Critérios de privacidade e segurança do Grupo
+
+A descrever.
+
+# Descrição das tarefas relacionadas
+
+Considerando que:
+
+1. Não se pode assumir que todas as pessoas do Coletivo estejam participando
+ ativamente do Grupo e que
+2. O Coletivo precisa discutir, propor e emitir posições acerca de questões relativas ao Grupo.
+
+As tarefas para a participação no Grupo consistem em:
+
+1. Levar do Grupo para o Coletivo as questões a serem discutidas, decididas
+ e/ou que sejam de interesse do Coletivo ou de pessoas do Coletivo, documentando
+ na medida do possível os processos relacionados nas instâncias e seções
+ correpondentes do Coletivo usadas para tais fins.
+
+2. Levar do Coletivo para o Grupo as propostas, discussões, sugestões e
+ posicionamentos que partirem do Coletivo e cujo envio estiver aprovado,
+ documentando na medida do possível os processos relacionados nas instâncias e
+ seções correpondentes do Grupo usadas para tais fins.
+
+3. Providenciar ao Coletivo ou à pessoas do Coletivo informações disponíveis no
+ Grupo mediante requisição da parte interessada.
+
+# Responsabilização
+
+Em todos os casos, as pessoas responsabilizadas:
+
+1. Se comunicarão do Grupo para o Coletivo (e vice-versa) observando os
+ critérios de privacidade segurança do Coletivo e do Grupo.
+
+2. Informarão explicitamente, caso estejam repassando informações que o
+ Coletivo envia para o Grupo, que tais informações representam uma comunicação
+ oficial e formal do Coletivo. Nos demais casos, recomenda-se que as pessoas
+ responsáveis informem explicitamente que estão se comunicando informalmente
+ e/ou que a comunicação não representa a posição do Coletivo.
+
+3. Realizarão, na medida do possível, a tradução de comunicação de e para o
+ português, nos casos em que a mesma precise ser realizada noutro idioma.
+
+Cabe ainda observar que:
+
+1. As pessoas responsáveis por tal comunicação entre o Coletivo e o Grupo são
+ denominadas de ''[http://en.wikipedia.org/wiki/Liaison liaisons]'' entre o
+ Coletivo e o Grupo, podendo atuar também como
+ ''[http://en.wikipedia.org/wiki/Proxy proxies]'' para pessoas do Coletivo, isto
+ é, enviar informações para o Grupo oriundas de pessoas do Coletivo que não
+ queiram se identificar.
+
+2. Cabe aos/às ''liaisons'' dividirem entre si se organizarem para dividir as
+ tarefas relativas ao acompanhamento e repasse de informações do Coletivo para o
+ Grupo e vice-versa.
+
+3. Oas/as '''liasons''' respeitarão e observarão os critérios, regras e
+ sugestões de conduta, comunicação e etiqueta tanto do Grupo quando do Coletivo.
+
+# Compartilhamento de informações
+
+Caso o Grupo mantenha comunicações em outros idiomas que não o português, é
+possível ainda compartilhar informações sobre o Grupo que não sejam
+específicas/internas do Coletivo entre outros grupos lusófonos/brasileiros que
+também estão no Grupo, desde que isso seja feito atendendo os critérios de
+segurança e privacidade do Grupo e do Coletivo.
+
+Além disso, tal repasse de informações:
+
+1. Não é de responsabilidade dos/as ''liaisons''.
+2. Precisa de autorização do Coletivo.
+
+# Sobre este texto
+
+O texto deste processo foi redigido utilizando o
+[wiki:PageTemplates/ParticipacaoEmGruposExternos Template para Participação em
+Grupos Externos]. No caso de alterações que não dizem respeito apenas ao Grupo
+e que possam enriquecer tal template, favor submetê-las também ''upstream'',
+isto é, ao texto do template.
diff --git a/docs/social/coletivo/misc/rollcall.md b/docs/social/coletivo/misc/rollcall.md
new file mode 100644
index 0000000..209d775
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/misc/rollcall.md
@@ -0,0 +1,25 @@
+# Rodada de Chamadas
+
+A Rodada de Chamadas, também conhecida como
+[http://en.wikipedia.org/wiki/Roll_call roll call], é um procedimento utilizado
+para saber quem ainda participa de um grupo. Em cada rodada, das pessoas
+ausentes nas atividades do Coletivo, apenas aquelas que responderem permanecem
+no grupo conforme o [Processo de participação no
+Coletivo](/organizacao/coletiva/participacao).
+
+# Chamado
+
+As pessoas envolvidas no Coletivo que estiverem ausentes das atividades do
+Coletivo tem o período entre o início e o término da realização do processo
+para se pronunciarem a respeito da sua permanência no Coletivo, caso contrário
+estarão passíveis de retirada do Coletivo.
+
+Esta também pode ser considerada como uma oportunidade para as pessoas
+apresentarem suas atividades e seus anseios. :)
+
+# Sobre este texto
+
+O texto deste processo foi redigido utilizando o [Template para Rodada de
+Chamadas](/organizacao/misc/rollcall). No caso de alterações que não dizem
+respeito apenas ao Grupo e que possam enriquecer tal template, favor
+submetê-las também upstream, isto é, ao texto do template.
diff --git a/docs/social/coletivo/organizacao.md b/docs/social/coletivo/organizacao.md
new file mode 100644
index 0000000..5efaf54
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/organizacao.md
@@ -0,0 +1,198 @@
+# Protocolo de Ação Coletiva
+
+Possíveis interpretações sobre o significado e o efeito deste protocolo se
+encontram [aqui](/organizacao/coletiva/interpretacoes).
+
+* Versão: 1.0.
+* Licença: LIMICS[1].
+* Protocolos apresentados neste projeto podem ser aplicados através do esquema
+ de "processos formais" definidos neste documento, o que inclui até mesmo o
+ presente protocolo.
+
+Processos e autonomia
+---------------------
+
+Tudo o que ocorre no Coletivo é um processo. Os processos assumem diversas
+manifestações, mas principalmente são fluxos e registros desses fluxos
+(memória/informação).
+
+Existem dois tipos de processos:
+
+* Processos formais
+ * Forma necessariamente definida de antemão via consenso do coletivo E
+ * Lidam com a autonomia do coletivo. PORTANTO
+ * Precisam ser acompanhados pela responsabilização mínima para o processo não
+ falhar por falta de iniciativa
+
+* Processos informais
+ * Forma não necessariamente definida de antemão E
+ * Não afetam a autonomia do coletivo. PORTANTO
+ * Não precisam necessariamente estar atrelados à responsabilidade de alguém
+ (isto é, a não-realização de um processo informal não afeta a autonomia do
+ Coletivo)
+
+Atividades sem informação disponibilizada no Coletivo não podem ser
+consideradas como processos (formais ou informais) do Coletivo porque não
+dispõem de igualdade de acesso à informação, requisito para a possibilidade de
+participação (isonomia informacional).
+
+A autonomia básica do Coletivo, isto é, a autonomia mínima que garante a sua
+existência de acordo com este protocolo, é a posse de canais (instâncias) de
+comunicação privados e seguros que permitam a existência dos registros de
+processos coletivos (formais ou informais). Sem esses canais, a autonomia
+básica do Coletivo é seriamente abalada, assim como a aplicação deste
+protocolo. Toda autonomia adicional do Coletivo (isto é, que não for a
+autonomia básica) deve ser definida através de processos formais.
+
+Um/a integrante do Coletivo atua dentro dele quando utiliza os recursos e o
+nome do Coletivo. Por outro lado, um/a integrante do Coletivo atua fora dele
+quando não utiliza os recursos ou o nome do Coletivo. Intregrantes do Coletivo
+não realizam ações (dentro ou fora do Coletivo) que, conscientemente, possam
+prejudicar a autonomia do Coletivo.
+
+Processos Formais
+-----------------
+
+Os processos formais possuem as etapas e os andamentos de acordo com o
+fluxograma a seguir:
+
+ .------------------->-----------------.
+ / .----------<--------------<-------. \
+ | ' \ \
+ | | .------>-----. \ \
+ | | | \ \ \
+ Proposta -----> Discussão ->--. \ \ \
+ | ^ | \ \ \ \
+ | | | \ \ \ \
+ | `----<-----' | \ \ \
+ | | | \ \
+ `------>------ Decisão --<--' | \ \
+ | | | \ \
+ | | | | |
+ Atribuição de --<---' '---> Arquivamento --->---' ;
+ Responsabilidades ----->-------' ^ \ /
+ ^ | ___________/ `---<-----'
+ | \ .'
+ | `--> Realização -->--.
+ | | | \
+ | | | /
+ `----<-----' `-----<---'
+
+* Proposta: etapa na qual a idéia de um procedimento formal é lançado ao
+ Coletivo. A idéia -- ou descrição -- do processo pode vir do Arquivo de
+ propostas, de uma Discussão anterior, de um procedimento informal que se
+ julga importante formalizar ou mesmo de uma pessoa ou grupo de pessoas de
+ dentro ou de fora do Coletivo. Recomenda-se que ela seja bem explicada e
+ contenha: sugestão de prazo de decisão, ciclo de vida do processo, critérios
+ e prazo para atribuição de responsabilidade assim como recomendações para
+ situações emergenciais (quando aplicável).
+
+* Discussão:
+ * Não é uma etapa estritamente necessária, mas não deixa de ter importância.
+ * Alterações em propostas fazem com que o procedimento formal em questão
+ volte para a etapa de Proposta. Propostas que não seguirem para a etapa de
+ Decisão ou que não forem alteradas até o prazo proposto devem ser
+ arquivadas.
+ * Propostas que vem de fora do Coletivo ou que tenham como participantes
+ grupos ou pessoas de fora do coletivo e que forem discutidas e alteradas
+ devem ser enviadas também para o grupo ou à pessoa de fora do Coletivo
+ responsável pela sua introdução, apesar destas pessoas não participarem
+ da discussão interna do Coletivo. Se tal pessoa ou grupo concordar com a
+ proposta alterada, então o processo formal em questão retorna à etapa de
+ Discussão com a nova proposta. Caso contrário, isto é, a pessoa ou grupo
+ de fora do Coletivo não concordar com a proposta alterada, então o
+ processo formal em questão é arquivado (exceto se as partes externas
+ apresentarem uma nova alteração à proposta ou mais argumentos à
+ discussão).
+
+* Decisão:
+ * Via consenso e a participação ativa depende do acompanhamento das
+ informações do Coletivo requeridas pela proposta em questão.
+ * Se não há consenso sobre a aprovação de uma proposta, a mesma permanece
+ bloqueada, podendo ter seu prazo estendido.
+ * São considerados dois caminhos possíveis para a tomada de decisão caso
+ haja silêncio. Cada uma delas tem vantagens e desvantagens e pode depender
+ do contexto do Coletivo. Recomenda-se que a opção escolhida seja pactuada
+ explicitamente por todas e todos participantes logo na adoção deste Protocolo:
+ * Opção 1: "quem cala não consente", isto é, aprovação somente com
+ consenso explícito não-silencioso; neste caso, é considerado por
+ padrão que ninguém topa participar ou concorda com a proposta.
+ * Opção 2: manter-se em silêncio é considerado como concordância com a
+ proposta em questão.
+ * Prazo: recomenda-se que os mesmos sejam estipulados relativamente ao
+ tempo que as pessoas ativas no coletivo tomarem conhecimento, discutir,
+ propor alterações, pedirem eventuais adiamentos, etc, sendo passíveis de
+ prorrogação ou antecipação através de um pedido explícito por alguma
+ pessoa do Coletivo. No entanto, se não há pedido para alteração de prazo,
+ a data inicial da proposta deve ser respeitada.
+ * Aprovações de propostas que vem de fora do Coletivo ou que tenham como
+ participantes grupos ou pessoas de fora do coletivo são comunicadas às
+ pessoas/grupos de fora do Coletivo apenas após a atribuição de
+ responsabilidades.
+
+* Atribuição de Responsabilidades:
+ * Minimização de pontos de falha.
+ * Responsabilização voluntária, mas que exige envio de termo de
+ comprometimento/responsabilização afirmando que:
+ * Tem conhecimento sobre o procedimento em questão.
+ * Irá realizá-lo dentro do prazo estipulado, que manterá o Coletivo
+ informado sobre a sua realização.
+ * Caso não possa mais arcar com a responsabilidade, avisará o Coletivo
+ com antecedência suficiente para que o mesmo possa, dependendo do
+ caso, manter a realização do processo, atribuir novas
+ responsabilidades a ele ou então simplesmente encerrá-lo e
+ arquivá-lo.
+ * O não-cumprimento de uma responsabilidade compromete a atribuição de
+ outras responsabilidades. Além disso, a atribuição de uma
+ responsabilidade é voluntária e deve ser feita por escrito para fins de
+ documentação e para evitar mal-entendidos e problemas de comunicação.
+ * Processos formais que forem aprovados mas que, findo o prazo para a
+ responsabilização, não tiverem responsabilização suficiente atribuída,
+ devem seguir para o arquivamento, sendo que o desarquivamento de
+ propostas anteriormente aprovadas não pode seguir diretamente para a
+ atribuição de responsabilidade, mas sim seguir para a etapa de
+ proposição.
+ * No caso de propostas que vem de fora do Coletivo ou que tenham como
+ participantes grupos ou pessoas de fora do coletivo são comunicadas às
+ pessoas/grupos de fora do Coletivo sobre seu estado de
+ Aprovação/Realização apenas após a atribuição de responsabilidade, isto
+ é, ao final desta etapa.
+
+* Realização:
+ * Apenas processos formais cuja responsabilização foi atribuída podem partir
+ para a etapa de realização. Processos que forem realizados e que não
+ tiverem prosseguimento definido são arquivados.
+ * Processos formais que, não tendo sido realizados no prazo comprometido pelo
+ grupo das pessoas que se responsabilizaram por ele, devem retornar à etapa
+ de Atribuição de Responsabilidades. De modo análogo, processos em
+ realização mas cujos/as responsáveis não puderem mais realizá-los devem
+ retornar à etapa de Atribuição de Responsabilidades caso o número de
+ pessoas responsáveis remanescentes não for suficiente para a sua
+ realização.
+
+* Arquivamento:
+ * Propostas que:
+ * Foram aprovadas mas não foram adotadas responsavelmente OU
+ * Foram realizadas e encerradas OU
+ * Estavam em realização mas não tem mais o número de pessoas
+ responsáveis suficiente, por exemplo: quando ninguém ou apenas um
+ número insuficiente de pessoas estiverem cuidando de um dado recurso.
+ * No caso de um processo que estava sendo realizado e precisar ser
+ arquivado por falta de pessoas responsáveis por ele, as últimas pessoas
+ responsáveis por ele devem realizar o procedimento de encerramento e
+ arquivamento.
+ * No caso de propostas que vem de fora do Coletivo ou que tenham como
+ participantes grupos ou pessoas de fora do coletivo são comunicadas às
+ pessoas/grupos de fora do Coletivo sobre seu estado Recusa/Arquivamento
+ apenas nesta etapa.
+
+## Dependências entre processos
+
+1. Processos formais que explícita ou implicitamente dependam de outros
+ processos formais podem ter vínculo de dependência estabelecido.
+2. Processos formais em realização cujas dependências se encontrarem arquivadas
+ são passíveis de arquivamento.
+
+## Referências
+
+* [1] Licença de Manipulação de Informações do Grupo Saravá - http://sarava.fluxo.info/Main/Licenca
diff --git a/docs/social/coletivo/participacao.md b/docs/social/coletivo/participacao.md
new file mode 100644
index 0000000..b4846a2
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/participacao.md
@@ -0,0 +1,105 @@
+# Participação de pessoas no Coletivo
+
+O presente processo trata da Entrada e saída de pessoas no Coletivo,
+estabelecendo assim a participação de pessoas no Coletivo no nível 3 de
+[ACL](/coletivo/comunicacao/acl).
+
+Participação de pessoas
+-----------------------
+
+A participação de cada pessoa no nível 3 de ACL deve ser dar através de um processo formal, onde:
+
+1. Nas etapas de proposta e discussão da participação deve ocorrer a
+ aproximação da pessoa com o Coletivo.
+2. A etapa de realização do processo está dividida nas seguintes fases:
+ a. Entrada tipo "trainee".
+ b. Participação efetiva.
+ c. Saída/afastamento, quando o processo de participação da pessoa no nível
+ ACL 3 é arquivado, podendo ser desarquivado no futuro.
+
+Aproximação com o Coletivo
+--------------------------
+
+Nesta etapa, a pessoa e o Coletivo procuram se aproximar e se conhecer e ambos
+avaliam a vontade de prosseguir com a participação.
+
+Entrada de treinamento
+----------------------
+
+Caso haja prosseguimento do processo, a pessoa passa por um período de
+experiência e treinamento, onde:
+
+1. Toma conhecimento do funcionamento e das atividades do Coletivo.
+2. É auxiliada por alguma pessoa do Coletivo que se voluntaria de guia.
+3. Aprende a utilizar os instrumentos técnológicos básicos do Coletivo.
+
+Mas que:
+
+1. Não tem acesso a chaves, senhas ou contas em camadas do Coletivo.
+
+Antes de entrar no período de participação, a pessoa precisa concordar
+explicitamente que respeitará:
+
+1. Os processos do Coletivo.
+2. O sigilo e a privacidade do Coletivo, mesmo no caso de deixar de participar
+ do mesmo.
+
+A fase de treinamento se encerra quando a pessoa sentir que já pode participar
+efetivamente do Coletivo.
+
+Participação efetiva
+--------------------
+
+Após passar pelo período de treinamento, a pessoa se integrará efetivamente no
+Coletivo, podendo assumir responsabilidades e ter acesso a todas as camadas e
+interfaces do Coletivo.
+
+Para que continue com tal participação, um mínimo de comprometimento é
+necessário
+
+1. Ter ciência do que aconteceu nos últimos tempos dentro do Coletivo.
+2. Participar de alguma forma nas discussões do Coletivo.
+3. Caso não possa arcar com 1 ou 2, deve ao menos responder nos processos de
+ [roll call](/organizacao/misc/rollcall).
+
+Critérios de segurança
+----------------------
+
+Levando em conta que o Coletivo abriga informações de muita gente, é importante
+que exista um nível de segurança mais alto do que a média):
+
+1. Ter a pasta pessoal e área de troca (swap) criptografadas.
+2. Utilizar senhas seguras.
+3. Utilizar criptografia GPG.
+4. Verificar fingerprints em servidores, etc.
+5. Demais [recomendações](/organizacao/comunicacao/infosec).
+
+Privacidade
+-----------
+
+É uma escolha de cada participante se manter como membro privado ou mencionar
+que faz parte do Coletivo, seja publicamente ou em círculos restritos.
+
+Congelamento e término de participação
+--------------------------------------
+
+Nos casos de problemas pessoais, o Coletivo pode, mediante processo formal,
+congelar temporariamente a participação de alguma pessoa no Coletivo.
+
+No caso de congelamento ou término de participação, a pessoa perde os acessos
+às camadas e interface de ACL 3 do Coletivo.
+
+Responsabilização
+-----------------
+
+O Grupo de Trabalho formado pelas pessoas responsáveis pelo presente processo
+fica encarregado de zelar pela aplicabilidade do presente processo e de
+certificar que os acessos às interfaces e camadas das pessoas que se desligarem
+ou se afastarem do Coletivo sejam removidos.
+
+Retroatividade
+--------------
+
+O presente processo é retroativo, isto é, mesmo quem já participa do Coletivo
+antes da vigência do processo precisa passar por ele, por uma questão de
+isonomia.
diff --git a/docs/social/coletivo/responsabilizacao.md b/docs/social/coletivo/responsabilizacao.md
new file mode 100644
index 0000000..168b9b5
--- /dev/null
+++ b/docs/social/coletivo/responsabilizacao.md
@@ -0,0 +1,15 @@
+# Termo de responsabilização
+
+ Me compromento a me responsabilizar pela realização da tarefa/processo X
+ de acordo com os termos indicados na descrição da tarefa/processo e
+ mantendo o coletivo informado do seu andamento.
+
+ Caso não possa mais manter minha responsabilização, me comprometo a
+ informar o coletivo com antecedência.
+
+ No caso do encerramento da minha responsabilização acarretar numa
+ responsabilidade mínima menor do que aquela especificada pela tarefa/processo,
+ me comprometo também e a passá-la para frente ou, na ausência de pessoas
+ que componham a responsabilidade mínima, me comprometo a arquivar a
+ tarefa/processo, levando em conta os procedimentos específicos para
+ o caso.