[[!meta title="Soberania Computacional: a batalha do softpower"]] Resumo ------ Boa parte do problema da vigilância e da falta de privacidade é resultado de vigilância ativa de governos e empresas. Mas uma maior quantidade de informação é coletada porque interagimos voluntariamente com serviços cujo modelo de negócios é baseado na vigilância dos/as usuários/as ou porque utilizamos aparatos cuja pervasividade é intencional. Se os usamos voluntariamente, significa que também podemos deixar de usá-los. A soberania computacional é a capacidade de uma entidade de controlar seus fluxos informacionais. Ela não se restringe a estados-nação ou empresas e se aplica também a grupos sociais no sentido mais amplo. Ela nunca é total, já que o mundo é mutuamente dependente e a comunicação sempre depende da interação entre partes: ao nos comunicarmos, ao menos uma cópia da mensagem pode ser armazenada num local que não controlamos (o destinatário/a). No entanto, podemos minimizar a capacidade *de terceiros* -- isto é -- pessoas não desejadas na comunicação e que extraem valor -- econômico, estatégico, etc -- da sua posição intermediadora. Pretendo demonstrar que o papel das redes de comunicação deve ser a viabilização da *entrega* de mensagens, não a sua interceptação ou adulteração e que, para isso, é necessário que as partes envolvidas invistam em autonomia computacional, que é a tomada de controle dos meios digitais. Pretendo articular as seguintes questões: * É viável atingir soberania computacional num nível satisfatório? * Qual seria esse nível? * Quanto custaria e quanto tempo levaria? * Alguém já o alcançou? * Quer atingi-lo? Pergunte-me como! Sugestão de agenda. Brainstorm ---------- Paranóia: bolha de vigilância e realidade em todos níveis e escalas do controle social: * Mente : Psywar (brainhack) * Noosfera: Big data (mineração de dados) * Infra : Backdoors e spywares (invasão de sistemas) Pensei em misturar esses elementos e falar sobre softpower: Eben Moglen Snowden and the Future http://snowdenandthefuture.info/ The dawn of Cyber-Colonialism http://conspicuouschatter.wordpress.com/2014/06/21/the-dawn-of-cyber-colonialism/ CRIATIVIDADE E DEPENDÊNCIA - Na civilização industrial http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=12592 Julian Assange - Google Is Not What It Seems https://wikileaks.org/google-is-not-what-it-seems How Silicon Valley Learned to Love Surveillance http://modelviewculture.com/pieces/how-silicon-valley-learned-to-love-surveillance How Covert Agents Infiltrate the Internet to Manipulate, Deceive, and Destroy Reputations - The Intercept https://firstlook.org/theintercept/2014/02/24/jtrig-manipulation https://prod01-cdn03.cdn.firstlook.org/wp-uploads/sites/1/2014/02/screenshot14.png The Planning Machine http://www.newyorker.com/magazine/2014/10/13/planning-machine Trataria das possibilidades do Brasil produzir, integrar ou auditar tecnologias de comunicação segura de forma independente e com competitividade. Nisso, daria pra abordage desde questões técnicas quanto de fundo: Foxcomm X foundry de processadores, políticas de inovação, o embate neodesenvolvimentista X arcaísmo, rivalidade entre elites locais e forâneas, etc). Acho o trabalho do Celso Furtado de grande importância para balizar a discussão de mercados nascentes no país. Objetivos --------- * Appliances plug-and-play com funcionalidades avançadas de comunicação (NAS, VoIP, mensageria, compartilhamento de arquivos, backups, etc) e atualização automática. * Terminais de acesso (desktops, laptops, smartphones, wearables, etc) com implementações em software livre. * Segurança e privacidade por design. Referências ----------- * [Brasil deve explorar software e parcerias de hardware, diz especialista em TI | GGN - Firefox](http://jornalggn.com.br/noticia/brasil-deve-explorar-software-e-parcerias-de-hardware-diz-especialista-em-ti). * [Richard Stallman’s GNU Manifesto Turns Thirty - The New Yorker](http://www.newyorker.com/business/currency/the-gnu-manifesto-turns-thirty). * [The Coming War on General Purpose Computation](http://boingboing.net/2011/12/27/the-coming-war-on-general-purp.html). * Considerações ecológicas: servidores lowpower X super datacenters? * [Uma única vulnerabilidade pode comprometer centenas de milhões dispositivos proprietários vulneráveis](http://it.slashdot.org/story/15/06/17/1215228/samsung-cellphone-keyboard-software-vulnerable-to-attack?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+Slashdot/slashdot+(Slashdot)). * Como dar um salto para que isso seja um sistema de massa? * Não podemos terceirizar nossas informações: argumento ideológico ou prático apenas para um pequeno grupo de pessoas. * É mais barato e eficiente: argumento crucial, porém não é o caso atualmente. * Estamos há uma boa distância do salto para a massificação, porém sistemas como o BitTorrent e o BitCoin são tecnologias relativamente recentes e em expansão; por que não pensar noutros serviços de arquitetura distribuída? * Criptografia zero-knowledge pode permitir a distribuição de processamento entre os nós de uma mesma rede sem degradação de privacidade. * Duas estratégia para acabar com o mundo proprietário: * Tomar o controle das empresas e abrir o código! * Construir alternativas e relevar o mundo proprietário à irrelevância! # Propriedades básicas da natureza: * A informação quer ser livre (Stewart Brand). * O universo conspira em favor da criptografia (Assange).