From bd16dd89ba0b1f9f9d53538120d0ebd0d8208eb6 Mon Sep 17 00:00:00 2001 From: Silvio Rhatto Date: Sat, 26 Nov 2016 10:50:48 -0200 Subject: Updates books --- books/amor-liquido.mdwn | 40 ------ books/amor-poesia-sabedoria.mdwn | 3 - books/amor.mdwn | 3 + books/amor/arte.mdwn | 78 +++++++++++ books/amor/dor.mdwn | 98 +++++++++++++ books/amor/enamoramento.mdwn | 56 ++++++++ books/amor/liquido.mdwn | 40 ++++++ books/amor/poesia-sabedoria.mdwn | 3 + books/arte-da-vida.mdwn | 7 - books/arte-de-amar.mdwn | 78 ----------- books/arte-de-viver.mdwn | 168 ----------------------- books/cyberiad.mdwn | 29 ---- books/enamoramento-amor.mdwn | 56 -------- books/espionosa-filosofia-pratica.mdwn | 8 -- books/filosofia.mdwn | 3 + books/filosofia/espionosa-filosofia-pratica.mdwn | 8 ++ books/hacker-crackdown.mdwn | 49 ------- books/hackers.mdwn | 36 ----- books/ilha.mdwn | 16 --- books/livro-da-dor-e-do-amor.mdwn | 98 ------------- books/perfect-spy.mdwn | 50 ------- books/puzzle-palace.mdwn | 56 -------- books/scifi.mdwn | 3 + books/scifi/cyberiad.mdwn | 29 ++++ books/segundo-sexo.mdwn | 22 --- books/sociedade-contra-o-estado.mdwn | 18 --- books/sociedade.mdwn | 3 + books/sociedade/ilha.mdwn | 16 +++ books/sociedade/segundo-sexo.mdwn | 22 +++ books/sociedade/sociedade-contra-o-estado.mdwn | 18 +++ books/sociedade/spaceship.mdwn | 18 +++ books/sociedade/tolice.mdwn | 136 ++++++++++++++++++ books/spaceship.mdwn | 18 --- books/spy.mdwn | 3 + books/spy/hacker-crackdown.mdwn | 49 +++++++ books/spy/hackers.mdwn | 36 +++++ books/spy/perfect-spy.mdwn | 50 +++++++ books/spy/puzzle-palace.mdwn | 56 ++++++++ books/tolice.mdwn | 136 ------------------ books/vida.mdwn | 3 + books/vida/arte-da-vida.mdwn | 7 + books/vida/arte-de-viver.mdwn | 168 +++++++++++++++++++++++ 42 files changed, 906 insertions(+), 888 deletions(-) delete mode 100644 books/amor-liquido.mdwn delete mode 100644 books/amor-poesia-sabedoria.mdwn create mode 100644 books/amor.mdwn create mode 100644 books/amor/arte.mdwn create mode 100644 books/amor/dor.mdwn create mode 100644 books/amor/enamoramento.mdwn create mode 100644 books/amor/liquido.mdwn create mode 100644 books/amor/poesia-sabedoria.mdwn delete mode 100644 books/arte-da-vida.mdwn delete mode 100644 books/arte-de-amar.mdwn delete mode 100644 books/arte-de-viver.mdwn delete mode 100644 books/cyberiad.mdwn delete mode 100644 books/enamoramento-amor.mdwn delete mode 100644 books/espionosa-filosofia-pratica.mdwn create mode 100644 books/filosofia.mdwn create mode 100644 books/filosofia/espionosa-filosofia-pratica.mdwn delete mode 100644 books/hacker-crackdown.mdwn delete mode 100644 books/hackers.mdwn delete mode 100644 books/ilha.mdwn delete mode 100644 books/livro-da-dor-e-do-amor.mdwn delete mode 100644 books/perfect-spy.mdwn delete mode 100644 books/puzzle-palace.mdwn create mode 100644 books/scifi.mdwn create mode 100644 books/scifi/cyberiad.mdwn delete mode 100644 books/segundo-sexo.mdwn delete mode 100644 books/sociedade-contra-o-estado.mdwn create mode 100644 books/sociedade.mdwn create mode 100644 books/sociedade/ilha.mdwn create mode 100644 books/sociedade/segundo-sexo.mdwn create mode 100644 books/sociedade/sociedade-contra-o-estado.mdwn create mode 100644 books/sociedade/spaceship.mdwn create mode 100644 books/sociedade/tolice.mdwn delete mode 100644 books/spaceship.mdwn create mode 100644 books/spy.mdwn create mode 100644 books/spy/hacker-crackdown.mdwn create mode 100644 books/spy/hackers.mdwn create mode 100644 books/spy/perfect-spy.mdwn create mode 100644 books/spy/puzzle-palace.mdwn delete mode 100644 books/tolice.mdwn create mode 100644 books/vida.mdwn create mode 100644 books/vida/arte-da-vida.mdwn create mode 100644 books/vida/arte-de-viver.mdwn diff --git a/books/amor-liquido.mdwn b/books/amor-liquido.mdwn deleted file mode 100644 index bb66b83..0000000 --- a/books/amor-liquido.mdwn +++ /dev/null @@ -1,40 +0,0 @@ -[[!meta title="Amor Líquido"]] - -* Ratos, 20. -* Amor e criatividade, 21. -* Amor, doação, alteridade, 24. -* Economia moral, criatividade, rotina, anarquia, 93-96: - - São essas as capacidades que constituem os esteios da "economia moral" - - cuidado e auxílio mútuos, viver _para_ os outros, urdir o tecido dos - compromissos humanos, estreitar e manter os vínculos inter-humanos, traduzir - direitos em obrigações, compartir a responsabilidade pela sorte e o bem-estar - de todos - indispensável para tapar os buracos escavados e conter os fluxos - liberados pelo empreendimento, eternamente inconcluso, da estruturação. - - [...] - - Os principais alvos do ataque do mercado são os seres humanos _produtores_. - Numa terra totalmente conquistada e colonizada, somente _consumidores_ - humanos poderiam obter permissão de residência. [...] O Estado obcecado - com a ordem combateu (correndo riscos) a anarquia, aquela marca registrada - da _communitas_, em função da ameaça à rotina imposta pelo poder. O mercado - consumidor obcecado pelos lucros combate essa anarquia devido à turbulenta - capacidade produtiva que ela apresenta, assim como apo potencial para a - autossuficiência que, ao que se suspeita, crescerá a partir dela. É porque - a economia moral tem pouca necessidade do mercado que as forças deste se - levantam contra ela. - - -- 96 - -* Jogo, descartabilidade do humano, 111. -* David Harvey, política local/global, 124. -* Filantropia, verdade, Hannah Arendt, 179. -* Diálogo, jogo, discussão 181. -* Finale: - - Na era da globalização, a causa e a política da humanidade compartilhada - enfrentam a mais decisiva de todas as fases que já atravessaram em sua longa - história. - - -- 185 diff --git a/books/amor-poesia-sabedoria.mdwn b/books/amor-poesia-sabedoria.mdwn deleted file mode 100644 index 78963e1..0000000 --- a/books/amor-poesia-sabedoria.mdwn +++ /dev/null @@ -1,3 +0,0 @@ -[[!meta title="Amor, poesia, sabedoria"]] - -* Autor: Edgar Morin. diff --git a/books/amor.mdwn b/books/amor.mdwn new file mode 100644 index 0000000..35fbaf5 --- /dev/null +++ b/books/amor.mdwn @@ -0,0 +1,3 @@ +[[!meta title="Amor"]] + +[[!inline pages="page(books/amor*)" archive="yes"]] diff --git a/books/amor/arte.mdwn b/books/amor/arte.mdwn new file mode 100644 index 0000000..3e5a54b --- /dev/null +++ b/books/amor/arte.mdwn @@ -0,0 +1,78 @@ +[[!meta title="A Arte de Amar"]] + + O homem é dotado de razão; é a vida consciente de si mesma; tem, + consciência de si, de seus semelhantes, de seu passado e das possibilidades de + seu futuro. Essa consciência de si mesmo como entidade separada, a + consciência de seu próprio e curto período de vida, do fato de haver nascido + sem ser por vontade própria e de ter de morrer contra sua vontade, de ter de + morrer antes daqueles que ama, ou estes antes dele, a consciência de sua + solidão e separação, de sua impotência ante as forças da natureza e da + sociedade, tudo isso faz de sua existência apartada e desunida uma prisão + insuportável. Ele ficaria louco se não pudesse libertar-se de tal prisão e + alcançar os homens, unir-se de uma forma ou de outra com eles, com o + mundo exterior. + + -- 15 + + a união com o grupo é o modo predominante de superar a + separação, É uma união em que o ser individual desaparece em ampla escala, + em que o alvo é pertencer ao rebanho. Se sou como todos os mais, se não + tenho sentimentos ou pensamentos que me façam diferentes, se estou em + conformidade com os costumes, idéias, vestes, padrões do grupo, estou salvo; + salvei-me da terrível experiência da solidão. + + -- 18 + + não importando que esse uso fosse cruel ou “humano”. + Na sociedade capitalista contemporânea, o significado de igualdade + transformou-se. Por igualdade, faz-se referência à igualdade dos autômatos, + dos homens que perderam sua individualidade. Igualdade, hoje significa + “mesmice”, em vez de “unidade”. É a mesmice das abstrações, dos homens + que trabalham nos mesmos serviços, têm as mesmas diversões, lêem os + mesmos jornais, experimentam os mesmos sentimentos e as mesmas idéias. + + [...] + + A sociedade contemporânea advoga esse ideal de igualdade não individualizada, + porque necessita de átomos humanos, cada qual o mesmo, a fim de fazê-los + funcionar numa agregação de massa, suavemente, sem fricções, obedecendo todos + ao mesmo comando e, contudo, convencido cada qual de estar seguindo seus + próprios desejos. Assim como a moderna produção em massa exige a padronização + dos artigos, também o processo social requer a padronização do homem, e tal + padronização é chamada “igualdade”. + + -- 20 + + Mesmo seu funeral, que ele antevê como o último de seus grandes eventos + sociais, está em estreita conformidade com os padrões. Além da conformidade + como meio de aliviar a ansiedade que nasce da + + -- 21 + + Quase não é necessário acentuar o fato de que a capacidade de dar + depende do desenvolvimento do caráter da pessoa. Pressupõe o alcançamento + de uma orientação predominantemente produtiva; nessa orientação a pessoa + superou a dependência, a onipotência narcisista, o desejo de explorar os + outros, ou de amealhar, e adquiriu fé em seus próprios poderes humanos, + coragem de confiar em suas forças para atingir seus alvos. No mesmo grau em + que faltarem essas qualidades é ela temerosa de dar-se — e, portanto, de amar. + + -- 27 + + Cuidado, responsabilidade, respeito e conhecimento são mutuamente + interdependentes. Constituem uma síndrome de atitudes que vamos encontrar + na pessoa amadurecida, isto é, na pessoa que desenvolve produtivamente seus + próprios poderes, que só quer ter aquilo por que trabalhou, que abandonou os + sonhos narcisistas de onisciência e onipotência, que adquiriu humildade + alicerçada na força íntima somente dada pela genuína atividade produtiva. + Até aqui falei do amor como a superação da separação humana, como o + + -- 31 + + Problema: considera o homossexualismo como desvio e fracasso. + + -- 32 + + Segurança, prisão. + + -- 93 diff --git a/books/amor/dor.mdwn b/books/amor/dor.mdwn new file mode 100644 index 0000000..da979f7 --- /dev/null +++ b/books/amor/dor.mdwn @@ -0,0 +1,98 @@ +[[!meta title="O Livro da Dor e do Amor"]] + + A imagem do ser perdido não deve se apagar; pelo + contrário, ela deve dominar até o momento em que — graças ao luto + — a pessoa enlutada consiga fazer com que coexistam o amor pelo + desaparecido e um mesmo amor por um novo eleito. Quando essa + coexistência do antigo e do novo se instala no inconsciente, podemos + estar seguros de que o essencial do luto começou. + + -- 13 + + Eu também estava surpreso de ter + expresso espontaneamente, em tão poucas palavras, o essencial da + minha concepção de luto, segundo a qual a dor se acalma se a pessoa + enlutada admitir enfim que o amor por um novo eleito vivo nunca + abolirá o amor pelo desaparecido. + + -- 14 + + dar um sentido à dor do outro significa, para o psicanalista, + afinar-se com a dor, tentar vibrar com ela, e, nesse estado de resso- + nância, esperar que o tempo e as palavras se gastem. + + -- 16 + + Ao longo destas páginas, gostaria de transmitir o que eu próprio aprendi, + isto é, que a dor mental não é necessariamente patológica; ela baliza + a nossa vida como se amadurecêssemos a golpes de dores sucessivas. + + -- 17-18 + + Para quem pratica a psicanálise, revela-se com toda a evidência — + graças à notável lente da transferência analítica — que a dor, no coração + do nosso ser, é o sinal incontestável da passagem de uma prova. Quando + uma dor aparece, podemos acreditar, estamos atravessando um limiar, + passamos por uma prova decisiva. Que prova? A prova de uma + separação, da singular separação de um objeto que, deixando-nos súbita + e definitivamente, nos transtorna e nos obriga a reconstruir-nos. + + -- 18 + + O luto + do amado é, de fato, a prova mais exemplar para compreender a natureza + e os mecanismos da dor mental. Entretanto, seria falso acreditar que a + dor psíquica é um sentimento exclusivamente provocado pela perda de + um ser amado. Ela também pode ser dor de abandono, quando o amado + nos retira subitamente o seu amor; de humilhação quando somos + profundamente feridos no nosso amor-próprio; e dor de mutilação + quando perdemos uma parte do nosso corpo. Todas essas dores são, + em diversos graus, dores de amputação brutal de um objeto amado, ao + qual estávamos tão intensa e permanentemente ligados que ele regulava + a harmonia do nosso psiquismo. A dor só existe sobre um fundo de amor. + + -- 18 + + Antes de tudo, a dor é um afeto, o derradeiro + afeto, a última muralha antes da loucura e da morte. Ela é como que + um estremecimento final que comprova a vida e o nosso poder de nos + recuperarmos. Não se morre de dor. Enquanto há dor, também temos + as forças disponíveis para combatê-la e continuar a viver. É essa noção + de dor-afeto que vamos estudar nos primeiros capítulos. + + -- 19-20 + + Quer se trate de uma dor corporal provocada por uma lesão dos + tecidos ou de uma dor psíquica provocada pela ruptura súbita do laço + íntimo com um ser amado, a dor se forma no espaço de um instante. + Entretanto, veremos que a sua geração, embora instantânea, segue um + processo complexo. Esse processo pode ser decomposto em três tem- + pos: começa com uma ruptura, continua com a comoção psíquica que + a ruptura desencadeia, e culmina com uma reação defensiva do eu para + proteger-se da comoção. Em cada uma dessas etapas, domina um + aspecto particular da dor. + + -- 20 + + Como diferencia ele cada um desses afetos? Propõe o + seguinte paralelo: enquanto a dor é a reação à perda + efetiva da pessoa amada, a angústia é a reação à + ameaça de uma perda eventual. + + -- 27 + + Mas qual é essa reação? Diante do transtorno pul- + sional introduzido pela perda do objeto amado, o eu + se ergue: apela para todas as suas forças vivas — + mesmo com o risco de esgotar-se — e as concentra + em um único ponto, o da representação psíquica do + amado perdido. A partir de então, o eu fica inteira- + mente ocupado em manter viva a imagem mental do + desaparecido. Como se ele se obstinasse em querer + compensar a ausência real do outro perdido, magnifi- + cando a sua imagem. O eu se confunde então quase + totalmente com essa imagem soberana, e só vive + amando, e por vezes odiando a efígie de um outro + desaparecido. + + -- 28 diff --git a/books/amor/enamoramento.mdwn b/books/amor/enamoramento.mdwn new file mode 100644 index 0000000..597ee95 --- /dev/null +++ b/books/amor/enamoramento.mdwn @@ -0,0 +1,56 @@ +[[!meta title="Enamoramento e Amor"]] + + Em todos os períodos históricos que antecedem um movimento social, + em todas as histórias pessoais que antecedem um enamoramento, há + sempre uma grande preparação em consequência de uma mutação, de uma + deterioração nas relações com as coisas amadas. Nesses períodos, os + velhos mecanismos, o de depressão e o de perseguição, continuam + funcionando. Protegemos com toda a força o nosso ideal, escondendo + o problema. A consequência é que o movimento coletivo (o enamoramento) + golpeia sempre de improviso. Era uma pessoa tão gentil e afetuosa, diz + o marido (ou a mulher) abandonado. Era tão feliz comigo, pensa. Na + realidade, ela já estava procurando uma alternativa, só que a rejeitava + obsessivamente. + + -- págs. 16-17 + + As pessoas enamoradas (e muitas vezes ambas conjuntamente) revêem o passado + e se dão conta de que o que aconteceu foi assim porque, naquele momento, + fizeram opções, que elas quiseram e agora não querem mais. O passado + não é negado nem oculto, é privado de valor. É verdade que amei e odiei meu marido, + mas não o odeio mais; enganei-me, mas posso mudar. Então o passado se configura + como pré-história, e a verdadeira história começa agora. Desse modo terminam + o ressentimento, o rancor e o desejo de vingança. [...] Seu passado adquiriu + outro significado à luz de seu novo amor. No fundo, pode até continuar gostando + do marido ou da mulher justamente por estar apaixonada. A alegria desse amor a torna + dócil, meiga, boa. É geralmente a outra pessoa enamorada que não aceita esse + fato, que não acredita nele. + + -- pág. 19 + + Por exemplo, ele diz que me ama, mas não me leva com ele na sua vida, + coloca-me à parte do seu trabalho; quando ele viaja, não viaja comigo; + quer confinar-me à figura da amante que se encontra que se encontra de + vez em quando, da amante silenciosa que ama à sombra. Ele continua a ser + o mesmo, não pôe em risco suas relações, mantendo-as todas. Eu tenho de + ser somente seu refúgio secreto, devo reduzir minha vida a um esperar + que venha quando bem quiser, de acordo com as regras que se atribui. + Não, não posso aceitar isso; para mim, isso é um não-viver. Para outra + mulher, poderia ser, teria sido também para mim no passado, mas agora não. + Agora quero uma vida plena. Agora peço-lhe coisas: ''Posso ir com você?'' + Minha pergunta é uma prova. Se responde que não, quer dizer que me afasta + para onde eu não posso existir. + + -- pág. 61 + + No início, vai procurar lutar, conquistá-lo com o fascínio, com todos os + cuidados e dedicação, mudando sua própria maneira de ser, mas quando + compreender que o ser amado não o ama mais, não lhe resta mais nada a + fazer senão empunhar a espada da separação. A força que lhe resta permite-lhe + cortar as mãos que se estendem até esse ser querido, cegar os olhos que o + procuram por toda a parte. Pouco a pouco, para não mais desejar a quem amou, + deverá encontrar nele razões para se desenamorar; deverá procurar refazer + o que viveu, cobrindo de ódio tudo aquilo que foi. O ódio será sua tentativa de + destruir o passado, mas é um ódio impotente + + -- pág. 67 diff --git a/books/amor/liquido.mdwn b/books/amor/liquido.mdwn new file mode 100644 index 0000000..bb66b83 --- /dev/null +++ b/books/amor/liquido.mdwn @@ -0,0 +1,40 @@ +[[!meta title="Amor Líquido"]] + +* Ratos, 20. +* Amor e criatividade, 21. +* Amor, doação, alteridade, 24. +* Economia moral, criatividade, rotina, anarquia, 93-96: + + São essas as capacidades que constituem os esteios da "economia moral" - + cuidado e auxílio mútuos, viver _para_ os outros, urdir o tecido dos + compromissos humanos, estreitar e manter os vínculos inter-humanos, traduzir + direitos em obrigações, compartir a responsabilidade pela sorte e o bem-estar + de todos - indispensável para tapar os buracos escavados e conter os fluxos + liberados pelo empreendimento, eternamente inconcluso, da estruturação. + + [...] + + Os principais alvos do ataque do mercado são os seres humanos _produtores_. + Numa terra totalmente conquistada e colonizada, somente _consumidores_ + humanos poderiam obter permissão de residência. [...] O Estado obcecado + com a ordem combateu (correndo riscos) a anarquia, aquela marca registrada + da _communitas_, em função da ameaça à rotina imposta pelo poder. O mercado + consumidor obcecado pelos lucros combate essa anarquia devido à turbulenta + capacidade produtiva que ela apresenta, assim como apo potencial para a + autossuficiência que, ao que se suspeita, crescerá a partir dela. É porque + a economia moral tem pouca necessidade do mercado que as forças deste se + levantam contra ela. + + -- 96 + +* Jogo, descartabilidade do humano, 111. +* David Harvey, política local/global, 124. +* Filantropia, verdade, Hannah Arendt, 179. +* Diálogo, jogo, discussão 181. +* Finale: + + Na era da globalização, a causa e a política da humanidade compartilhada + enfrentam a mais decisiva de todas as fases que já atravessaram em sua longa + história. + + -- 185 diff --git a/books/amor/poesia-sabedoria.mdwn b/books/amor/poesia-sabedoria.mdwn new file mode 100644 index 0000000..78963e1 --- /dev/null +++ b/books/amor/poesia-sabedoria.mdwn @@ -0,0 +1,3 @@ +[[!meta title="Amor, poesia, sabedoria"]] + +* Autor: Edgar Morin. diff --git a/books/arte-da-vida.mdwn b/books/arte-da-vida.mdwn deleted file mode 100644 index 83f1d89..0000000 --- a/books/arte-da-vida.mdwn +++ /dev/null @@ -1,7 +0,0 @@ -[[!meta title="Arte da vida"]] - -* Classe média, ansiedade, obsessão, 64, 65. -* Utopia, distopia, novo homem, acidente, 131. -* Terceiro homem, 157. -* Reciprocidade, responsabilidade, 160. -* Organização, 163. diff --git a/books/arte-de-amar.mdwn b/books/arte-de-amar.mdwn deleted file mode 100644 index 3e5a54b..0000000 --- a/books/arte-de-amar.mdwn +++ /dev/null @@ -1,78 +0,0 @@ -[[!meta title="A Arte de Amar"]] - - O homem é dotado de razão; é a vida consciente de si mesma; tem, - consciência de si, de seus semelhantes, de seu passado e das possibilidades de - seu futuro. Essa consciência de si mesmo como entidade separada, a - consciência de seu próprio e curto período de vida, do fato de haver nascido - sem ser por vontade própria e de ter de morrer contra sua vontade, de ter de - morrer antes daqueles que ama, ou estes antes dele, a consciência de sua - solidão e separação, de sua impotência ante as forças da natureza e da - sociedade, tudo isso faz de sua existência apartada e desunida uma prisão - insuportável. Ele ficaria louco se não pudesse libertar-se de tal prisão e - alcançar os homens, unir-se de uma forma ou de outra com eles, com o - mundo exterior. - - -- 15 - - a união com o grupo é o modo predominante de superar a - separação, É uma união em que o ser individual desaparece em ampla escala, - em que o alvo é pertencer ao rebanho. Se sou como todos os mais, se não - tenho sentimentos ou pensamentos que me façam diferentes, se estou em - conformidade com os costumes, idéias, vestes, padrões do grupo, estou salvo; - salvei-me da terrível experiência da solidão. - - -- 18 - - não importando que esse uso fosse cruel ou “humano”. - Na sociedade capitalista contemporânea, o significado de igualdade - transformou-se. Por igualdade, faz-se referência à igualdade dos autômatos, - dos homens que perderam sua individualidade. Igualdade, hoje significa - “mesmice”, em vez de “unidade”. É a mesmice das abstrações, dos homens - que trabalham nos mesmos serviços, têm as mesmas diversões, lêem os - mesmos jornais, experimentam os mesmos sentimentos e as mesmas idéias. - - [...] - - A sociedade contemporânea advoga esse ideal de igualdade não individualizada, - porque necessita de átomos humanos, cada qual o mesmo, a fim de fazê-los - funcionar numa agregação de massa, suavemente, sem fricções, obedecendo todos - ao mesmo comando e, contudo, convencido cada qual de estar seguindo seus - próprios desejos. Assim como a moderna produção em massa exige a padronização - dos artigos, também o processo social requer a padronização do homem, e tal - padronização é chamada “igualdade”. - - -- 20 - - Mesmo seu funeral, que ele antevê como o último de seus grandes eventos - sociais, está em estreita conformidade com os padrões. Além da conformidade - como meio de aliviar a ansiedade que nasce da - - -- 21 - - Quase não é necessário acentuar o fato de que a capacidade de dar - depende do desenvolvimento do caráter da pessoa. Pressupõe o alcançamento - de uma orientação predominantemente produtiva; nessa orientação a pessoa - superou a dependência, a onipotência narcisista, o desejo de explorar os - outros, ou de amealhar, e adquiriu fé em seus próprios poderes humanos, - coragem de confiar em suas forças para atingir seus alvos. No mesmo grau em - que faltarem essas qualidades é ela temerosa de dar-se — e, portanto, de amar. - - -- 27 - - Cuidado, responsabilidade, respeito e conhecimento são mutuamente - interdependentes. Constituem uma síndrome de atitudes que vamos encontrar - na pessoa amadurecida, isto é, na pessoa que desenvolve produtivamente seus - próprios poderes, que só quer ter aquilo por que trabalhou, que abandonou os - sonhos narcisistas de onisciência e onipotência, que adquiriu humildade - alicerçada na força íntima somente dada pela genuína atividade produtiva. - Até aqui falei do amor como a superação da separação humana, como o - - -- 31 - - Problema: considera o homossexualismo como desvio e fracasso. - - -- 32 - - Segurança, prisão. - - -- 93 diff --git a/books/arte-de-viver.mdwn b/books/arte-de-viver.mdwn deleted file mode 100644 index 0ce621b..0000000 --- a/books/arte-de-viver.mdwn +++ /dev/null @@ -1,168 +0,0 @@ -[[!meta title="A Arte de Viver para Novas Gerações"]] - -Sobre ------ - -A Arte de Viver para Novas Gerações, Raoul Vaneigem. - -Versões -------- - -* http://library.nothingness.org/articles/SI/en/pub_contents/5 -* http://arikel.free.fr/aides/vaneigem/ - -Trechos -------- - - The path toward simplicity is the most complex of all, and here in particular - it seemed best not to tear away from the commonplace the tangle of roots which - enable us to transplant it into another region, where we can cultivate it to - our own profit. - - -- http://library.nothingness.org/articles/SI/en/display/34 - - O bom comportamento do prisioneiro depende da esperança de fugir que a prisão - alimenta. Por outro lado, impelido contra uma parede sem saída, um homem apenas - conhece a raiva de destruí-la ou de quebrar nela a cabeça, o que não deixa de - ser lamentável para uma boa organização social (mesmo se o suicida não tiver a - feliz idéia de se matar no estilo dos príncipes orientais, levando com ele - todos os seus servos: juízes, bispos, generais, - policiais, psiquiatras, filósofos, managers, especialistas e cibernéticos). - - -- 36 - - Assim que o líder do jogo se torna um chefe, o princípio hierárquico se salva, e a revolução - se detém para presidir o massacre dos revolucionários. É preciso lembrar sempre: o projeto - insurrecional só pertence às massas, o líder reforça-o, o chefe o trai. É entre o líder e o - chefe que inicialmente se desenrola a luta autêntica. - - -- 37 - - Resumindo, a descompressão nada mais é do que o controle dos antagonismos pelo poder. - A oposição de dois termos toma sentido pela introdução de um terceiro. Se só existem dois - pólos, eles se neutralizam, uma vez que cada um se define pelos valores do outro. É - impossível escolher entre eles, entra-se no domínio da tolerância e do relativismo, tão - querido à burguesia. Como é compreensível o interesse da hierarquia apostólica romana na - querela entre o maniqueísmo e o trinitarismo! - - -- 38 - - O poder aquisitivo é a licença de aquisição do poder. O velho proletariado vendia a força - de trabalho para subsistir; o seu escasso tempo livre era gasto mais ou menos de maneira - agradável em discussões, conversas, nos bares, fazendo amor, caminhando em festas e - motins. O novo proletariado vende a força de trabalho para consumir. Quando não - busca no trabalho forçado uma promoção hierárquica, o trabalhador é convidado a comprar - objetos (carro,gravata,cultura...) que lhe atribuirão o seu lugar na escala social. Esta é a era - em que a ideologia do consumo se torna o consumo da ideologia. A expansão cultural leste- - oeste não é um acidente. De um lado, o homo consumidor compra um litro de uísque e - recebe como prêmio a mentira que o acompanha. Do outro, o homem comunista compra - ideologia e recebe como prêmio um litro de vodca. Paradoxalmente, os regimes soviéticos e - capitalistas seguem um caminho comum, os primeiros graças à sua economia de produção, - os segundos pela sua economia de consumo. - - -- 46 - - Com as diferenças crescendo em número e se tornando menores, a distância - entre ricos e pobres diminui de fato, e a humanidade é nivelada, com as - variações de pobreza sendo as únicas variações. O ponto culminante seria a - sociedade cibernética composta de especialistas hierarquizados segundo a sua - aptidão de consumir e de fazer consumir as doses de poder necessárias ao - funcionamento de uma gigantesca máquina social da qual eles seriam ao mesmo - tempo a entrada e a saída de dados. Uma sociedade de exploradores-explorados - onde alguns escravos são mais iguais do que outros. - - -- 47 - - A história é a transformação contínua da alienação natural em alienação social, - e também, paradoxalmente, o contínuo reforço de um movimento de contestação que - irá dissolvê-la, “desalienando-a”. A luta histórica contra a alienação natural - transforma a alienação natural em alienaçao social, mas o movimento de - desalienação histórica atinge por sua vez a alienação social e denuncia a sua - magia fundamental. - - [...] - - O apodrecimento das relações humanas pela troca e pela contrapartida está - evidentemente ligado à existência da burguesia. Que a troca persista em uma - parte do mundo em que se diz que a sociedade sem classes se realizou atesta que - a sombra da burguesia continua reinar debaixo da bandeira vermelha. Enquanto - isso, entre as pessoas que vivem nos países industrializados, o prazer de dar - delimita muito claramente a fronteira entre o mundo do cálculo e o mundo da - exuberância, da festa. - - -- 49 - - Dom, troca, contrapartida e doação. - - -- 49 - - Técnica. - - -- 50 - - Desse ponto de vista, a história não passa da transformação da alienação - natural em alienação social: um processo de desalienação transformado em um - processo de alienação social, um movimento de libertação que produza novos - grilhões. Embora, no final, a vontade de emancipação humana ataque diretamente - o conjunto dos mecanismos paralisantes, ou seja, a organização social baseada - na apropriação privada. Esse é o movimento de desalienação que vai desfazer a - história e realizá-la em novos modos de vida. - - A ascensão da burguesia ao poder anuncia a vitória do homem sobre as forças - naturais. Mas, na mesma hora, a organização social hierárquica, nascida da - necessidade de luta contra a fome, a doença, o desconforto etc., perde sua - justificativa e é obrigada a endossar a responsabilidade pelo mal-estar nas - civilizações industriais. Hoje os homens já não atribuem a sua miséria à - hostilidade da natureza, mas sim , à tirania de uma forma social totalmente - inadequada, totalmente anacrônica. Destruindo o poder mágico dos senhores - feudais, a burguesia condenou a magia do poder hierárquico. O proletariado - executará a sentença. - - -- 50 - - O princípio hierárquico é o princípio mágico que resitiu à emancipação dos homens e as - suas lutas históricas pela liberdade. De agora em diante nenhuma revolução será digna - desse nome se não implicar pelo menos a eliminação radical de toda hierarquia. - - -- 51 - - Rigidamente quantificado (pelo dinheiro e depois pela quantidade de poder, por aquilo a - que poderíamos chamar “unidades sociométricas de poder”), a troca polui todas as relações - humanas, todos os sentimentos, todos os pensamentos. Onde quer que a troca domine, só - sobram coisas, um mundo de homens-objetos congelados nos organogramas do poder - cibernético: o mundo da reificação. Mas é também, paradoxalmente, a oportunidade de uma - reestruturação radical dos nossos modelos de vida e de pensamento. Um ponto zero em que - tudo pode verdadeiramente começar. - - [...] - - Ao sacrifício do senhor sucede o último estágio do sacrifício, o sacrifício do especialista. - Para consumir, o especialista faz outros consumirem de acordo com um programa - cibernético no qual a hiper-racionalidade das trocas suprimirá o sacrifício – e o homem ao - mesmo tempo! Se a troca pura regular um dia as modalidades de existência dos cidadãos- - robôs da democracia cibernética, o sacrifício deixará de existir. Para obedecer, os objetos - não têm necessidade de justificativa. O sacrifício não faz parte do programa das máquinas - assim como do seu oposto, o projeto do homem total. - O desmoronamento dos valores humanos sob a influência dos mecanismos de troca arrasta - - -- 52 - - Contrariamente aos interesses daqueles que controlam seu uso, a técnica tende a - desmistificar o mundo. - - [...] - - As mediações alienadas enfraquecem o homem ao tornarem-se indispensáveis. Uma - máscara social cobre os seres e objetos. No estado atual de apropriação primitiva, essa - máscara transforma aquilo que ela cobre em coisas mortas, em mercadorias. Não existe - mais natureza. Reencontrar a natureza é reinventá-la como adversário vantajoso - construindo novas relações sociais. A excrescência do equipamento material arrebenta o - casulo da velha sociedade hierárquica. - - -- 55 - - O quantitativo e o linear confundem-se. O qualitativo é plurivalente, o quantitativo, - unívoco. A vida quantificada se torna uma linha uniforme que é seguida em direção à - morte. - - -- 61 diff --git a/books/cyberiad.mdwn b/books/cyberiad.mdwn deleted file mode 100644 index 753cb68..0000000 --- a/books/cyberiad.mdwn +++ /dev/null @@ -1,29 +0,0 @@ -[[!meta title="The Cyberiad"]] - -## Trechos - ---- - - Come, every frustum longs to be a cone, - And every vector dreams of matrices. - Hark to the gentle gradient of the breeze: - It whispers of a more ergodic zone. - -- Stanislaw Lem, "Cyberiad" - ---- - - Come, let us hasten to a higher plane, - Where dyads tread the fairy fields of Venn, - Their indices bedecked from one to n, - Commingled in an endless Markov chain! - - Come, every frustum longs to be a cone, - And every vector dreams of matrices. - Hark to the gentle gradient of the breeze: - It whispers of a more ergodic zone. - - In Riemann, Hilbert or in Banach space - Let superscripts and subscripts go their ways. - Our asymptotes no longer out of phase, - We shall encounter, counting, face to face. - -- The Cyberiad diff --git a/books/enamoramento-amor.mdwn b/books/enamoramento-amor.mdwn deleted file mode 100644 index 597ee95..0000000 --- a/books/enamoramento-amor.mdwn +++ /dev/null @@ -1,56 +0,0 @@ -[[!meta title="Enamoramento e Amor"]] - - Em todos os períodos históricos que antecedem um movimento social, - em todas as histórias pessoais que antecedem um enamoramento, há - sempre uma grande preparação em consequência de uma mutação, de uma - deterioração nas relações com as coisas amadas. Nesses períodos, os - velhos mecanismos, o de depressão e o de perseguição, continuam - funcionando. Protegemos com toda a força o nosso ideal, escondendo - o problema. A consequência é que o movimento coletivo (o enamoramento) - golpeia sempre de improviso. Era uma pessoa tão gentil e afetuosa, diz - o marido (ou a mulher) abandonado. Era tão feliz comigo, pensa. Na - realidade, ela já estava procurando uma alternativa, só que a rejeitava - obsessivamente. - - -- págs. 16-17 - - As pessoas enamoradas (e muitas vezes ambas conjuntamente) revêem o passado - e se dão conta de que o que aconteceu foi assim porque, naquele momento, - fizeram opções, que elas quiseram e agora não querem mais. O passado - não é negado nem oculto, é privado de valor. É verdade que amei e odiei meu marido, - mas não o odeio mais; enganei-me, mas posso mudar. Então o passado se configura - como pré-história, e a verdadeira história começa agora. Desse modo terminam - o ressentimento, o rancor e o desejo de vingança. [...] Seu passado adquiriu - outro significado à luz de seu novo amor. No fundo, pode até continuar gostando - do marido ou da mulher justamente por estar apaixonada. A alegria desse amor a torna - dócil, meiga, boa. É geralmente a outra pessoa enamorada que não aceita esse - fato, que não acredita nele. - - -- pág. 19 - - Por exemplo, ele diz que me ama, mas não me leva com ele na sua vida, - coloca-me à parte do seu trabalho; quando ele viaja, não viaja comigo; - quer confinar-me à figura da amante que se encontra que se encontra de - vez em quando, da amante silenciosa que ama à sombra. Ele continua a ser - o mesmo, não pôe em risco suas relações, mantendo-as todas. Eu tenho de - ser somente seu refúgio secreto, devo reduzir minha vida a um esperar - que venha quando bem quiser, de acordo com as regras que se atribui. - Não, não posso aceitar isso; para mim, isso é um não-viver. Para outra - mulher, poderia ser, teria sido também para mim no passado, mas agora não. - Agora quero uma vida plena. Agora peço-lhe coisas: ''Posso ir com você?'' - Minha pergunta é uma prova. Se responde que não, quer dizer que me afasta - para onde eu não posso existir. - - -- pág. 61 - - No início, vai procurar lutar, conquistá-lo com o fascínio, com todos os - cuidados e dedicação, mudando sua própria maneira de ser, mas quando - compreender que o ser amado não o ama mais, não lhe resta mais nada a - fazer senão empunhar a espada da separação. A força que lhe resta permite-lhe - cortar as mãos que se estendem até esse ser querido, cegar os olhos que o - procuram por toda a parte. Pouco a pouco, para não mais desejar a quem amou, - deverá encontrar nele razões para se desenamorar; deverá procurar refazer - o que viveu, cobrindo de ódio tudo aquilo que foi. O ódio será sua tentativa de - destruir o passado, mas é um ódio impotente - - -- pág. 67 diff --git a/books/espionosa-filosofia-pratica.mdwn b/books/espionosa-filosofia-pratica.mdwn deleted file mode 100644 index 434c97d..0000000 --- a/books/espionosa-filosofia-pratica.mdwn +++ /dev/null @@ -1,8 +0,0 @@ -[[!meta title="Espinosa: Filosofia Prática"]] - - Não é apenas uma questão de música, mas de maneira de viver: é pela velocidade e lentidão - que a gente desliza entre as coisas, que a gente se conjuga com outra coisa: a gente nunca - começa, nunca se recomeça tudo novamente, a gente desliza por entre, se introduz no meio, - abraça-se ou se impõe ritmos. - - -- 128 diff --git a/books/filosofia.mdwn b/books/filosofia.mdwn new file mode 100644 index 0000000..53647a5 --- /dev/null +++ b/books/filosofia.mdwn @@ -0,0 +1,3 @@ +[[!meta title="Filosofia"]] + +[[!inline pages="page(books/filosofia*)" archive="yes"]] diff --git a/books/filosofia/espionosa-filosofia-pratica.mdwn b/books/filosofia/espionosa-filosofia-pratica.mdwn new file mode 100644 index 0000000..434c97d --- /dev/null +++ b/books/filosofia/espionosa-filosofia-pratica.mdwn @@ -0,0 +1,8 @@ +[[!meta title="Espinosa: Filosofia Prática"]] + + Não é apenas uma questão de música, mas de maneira de viver: é pela velocidade e lentidão + que a gente desliza entre as coisas, que a gente se conjuga com outra coisa: a gente nunca + começa, nunca se recomeça tudo novamente, a gente desliza por entre, se introduz no meio, + abraça-se ou se impõe ritmos. + + -- 128 diff --git a/books/hacker-crackdown.mdwn b/books/hacker-crackdown.mdwn deleted file mode 100644 index b49abcb..0000000 --- a/books/hacker-crackdown.mdwn +++ /dev/null @@ -1,49 +0,0 @@ -[[!meta title="The Hacker Crackdown"]] - -Seleção de trechos [deste livro](http://www.gutenberg.org/ebooks/101): - - 4154 When rumor about LoD's mastery of Georgia's switching network got - 4155 around to BellSouth through Bellcore and telco security scuttlebutt, - 4156 they at first refused to believe it. If you paid serious attention to - 4157 every rumor out and about these hacker kids, you would hear all kinds - 4158 of wacko saucer-nut nonsense: that the National Security Agency - 4159 monitored all American phone calls, that the CIA and DEA tracked - 4160 traffic on bulletin-boards with word-analysis programs, that the Condor - 4161 could start World War III from a payphone. - -Jocoso, mas premonitório! Mais: - - 11658 Kapor is a man with a vision. It's a very novel vision which he and - 11659 his allies are working out in considerable detail and with great - 11660 energy. Dark, cynical, morbid cyberpunk that I am, I cannot avoid - 11661 considering some of the darker implications of "decentralized, - 11662 nonhierarchical, locally empowered" networking. - 11663 - 11664 I remark that some pundits have suggested that electronic - 11665 networking--faxes, phones, small-scale photocopiers--played a strong - 11666 role in dissolving the power of centralized communism and causing the - 11667 collapse of the Warsaw Pact. - 11668 - 11669 Socialism is totally discredited, says Kapor, fresh back from the - 11670 Eastern Bloc. The idea that faxes did it, all by themselves, is rather - 11671 wishful thinking. - 11672 - 11673 Has it occurred to him that electronic networking might corrode - 11674 America's industrial and political infrastructure to the point where - 11675 the whole thing becomes untenable, unworkable--and the old order just - 11676 collapses headlong, like in Eastern Europe? - 11677 - 11678 "No," Kapor says flatly. "I think that's extraordinarily unlikely. In - 11679 part, because ten or fifteen years ago, I had similar hopes about - 11680 personal computers--which utterly failed to materialize." He grins - 11681 wryly, then his eyes narrow. "I'm VERY opposed to techno-utopias. - 11682 Every time I see one, I either run away, or try to kill it." - 11683 - 11684 It dawns on me then that Mitch Kapor is not trying to make the world - 11685 safe for democracy. He certainly is not trying to make it safe for - 11686 anarchists or utopians--least of all for computer intruders or - 11687 electronic rip-off artists. What he really hopes to do is make the - 11688 world safe for future Mitch Kapors. This world of decentralized, - 11689 small-scale nodes, with instant global access for the best and - 11690 brightest, would be a perfect milieu for the shoestring attic - 11691 capitalism that made Mitch Kapor what he is today. diff --git a/books/hackers.mdwn b/books/hackers.mdwn deleted file mode 100644 index 5f86a77..0000000 --- a/books/hackers.mdwn +++ /dev/null @@ -1,36 +0,0 @@ -[[!meta title="Os aspectos políticos do hacking"]] - -Coletânea de textos sobre hacking. - - Lines in the Sand: Which Side Are You On in the Hacker Class War - http://www.phrack.org/issues.html?issue=68&id=16#article - - What's wrong with the kids these days? | PUSCII blog - http://www.puscii.nl/blog/content/whats-wrong-kids-these-days - - Kid's tomorrow | PUSCII blog - http://www.puscii.nl/blog/content/kids-tomorrow - - Hacklabs and hackerspaces – tracing two genealogies » Journal of Peer Production - http://peerproduction.net/issues/issue-2/peer-reviewed-papers/hacklabs-and-hackerspaces/ - - CMI Brasil - Precisamos falar sobre o Facebook - http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2012/11/514157.shtml - - Saudi Surveillance - http://thoughtcrime.org/blog/saudi-surveillance/ - - The Banality of ‘Don’t Be Evil’ by Julian Assange - NYTimes.com - https://www.nytimes.com/2013/06/02/opinion/sunday/the-banality-of-googles-dont-be-evil.html?_r=0 - - Hacking at the crossroad: US military funding of hackerspaces » Journal of Peer Production - http://peerproduction.net/issues/issue-2/invited-comments/hacking-at-the-crossroad/ - -Análise -------- - -A distinção entre black hats, gray hats e white hats é artificial e foi criada pela indústria. - -- Os hackers originais estavam atrás era de recursos! Era o movimento dos sem-computador. -- Hoje, há uma cortina de fumaça infosec. Precisamos tomar consciência que ainda não conquistamos - nossos recursos. diff --git a/books/ilha.mdwn b/books/ilha.mdwn deleted file mode 100644 index ecf2186..0000000 --- a/books/ilha.mdwn +++ /dev/null @@ -1,16 +0,0 @@ -[[!meta title="A Ilha"]] - -A Ilha, de Fernando Morais, 30a edição. - -## Depoimento de Julio Martinez Paes - - Santiago de Cuba tinha coisas curiosas. Frank País, por exemplo, - estava sendo procurado, não podia andar pelas ruas. Mas podia falar - pelo telefone sem medo de censura, porque todas as telefonistas da - cidade eram militantes do Movimento 26 de Julho. Não só podíamos - falar à vontade como até tínhamos acesso a conversações oficiais. - Quando uma telefonista recebia uma ligação oficial, dava um jeito - de colocar um de nós na extensão, para que soubéssemos com antecedência - de muitos planos da ditadura. - --- pág. 209 diff --git a/books/livro-da-dor-e-do-amor.mdwn b/books/livro-da-dor-e-do-amor.mdwn deleted file mode 100644 index da979f7..0000000 --- a/books/livro-da-dor-e-do-amor.mdwn +++ /dev/null @@ -1,98 +0,0 @@ -[[!meta title="O Livro da Dor e do Amor"]] - - A imagem do ser perdido não deve se apagar; pelo - contrário, ela deve dominar até o momento em que — graças ao luto - — a pessoa enlutada consiga fazer com que coexistam o amor pelo - desaparecido e um mesmo amor por um novo eleito. Quando essa - coexistência do antigo e do novo se instala no inconsciente, podemos - estar seguros de que o essencial do luto começou. - - -- 13 - - Eu também estava surpreso de ter - expresso espontaneamente, em tão poucas palavras, o essencial da - minha concepção de luto, segundo a qual a dor se acalma se a pessoa - enlutada admitir enfim que o amor por um novo eleito vivo nunca - abolirá o amor pelo desaparecido. - - -- 14 - - dar um sentido à dor do outro significa, para o psicanalista, - afinar-se com a dor, tentar vibrar com ela, e, nesse estado de resso- - nância, esperar que o tempo e as palavras se gastem. - - -- 16 - - Ao longo destas páginas, gostaria de transmitir o que eu próprio aprendi, - isto é, que a dor mental não é necessariamente patológica; ela baliza - a nossa vida como se amadurecêssemos a golpes de dores sucessivas. - - -- 17-18 - - Para quem pratica a psicanálise, revela-se com toda a evidência — - graças à notável lente da transferência analítica — que a dor, no coração - do nosso ser, é o sinal incontestável da passagem de uma prova. Quando - uma dor aparece, podemos acreditar, estamos atravessando um limiar, - passamos por uma prova decisiva. Que prova? A prova de uma - separação, da singular separação de um objeto que, deixando-nos súbita - e definitivamente, nos transtorna e nos obriga a reconstruir-nos. - - -- 18 - - O luto - do amado é, de fato, a prova mais exemplar para compreender a natureza - e os mecanismos da dor mental. Entretanto, seria falso acreditar que a - dor psíquica é um sentimento exclusivamente provocado pela perda de - um ser amado. Ela também pode ser dor de abandono, quando o amado - nos retira subitamente o seu amor; de humilhação quando somos - profundamente feridos no nosso amor-próprio; e dor de mutilação - quando perdemos uma parte do nosso corpo. Todas essas dores são, - em diversos graus, dores de amputação brutal de um objeto amado, ao - qual estávamos tão intensa e permanentemente ligados que ele regulava - a harmonia do nosso psiquismo. A dor só existe sobre um fundo de amor. - - -- 18 - - Antes de tudo, a dor é um afeto, o derradeiro - afeto, a última muralha antes da loucura e da morte. Ela é como que - um estremecimento final que comprova a vida e o nosso poder de nos - recuperarmos. Não se morre de dor. Enquanto há dor, também temos - as forças disponíveis para combatê-la e continuar a viver. É essa noção - de dor-afeto que vamos estudar nos primeiros capítulos. - - -- 19-20 - - Quer se trate de uma dor corporal provocada por uma lesão dos - tecidos ou de uma dor psíquica provocada pela ruptura súbita do laço - íntimo com um ser amado, a dor se forma no espaço de um instante. - Entretanto, veremos que a sua geração, embora instantânea, segue um - processo complexo. Esse processo pode ser decomposto em três tem- - pos: começa com uma ruptura, continua com a comoção psíquica que - a ruptura desencadeia, e culmina com uma reação defensiva do eu para - proteger-se da comoção. Em cada uma dessas etapas, domina um - aspecto particular da dor. - - -- 20 - - Como diferencia ele cada um desses afetos? Propõe o - seguinte paralelo: enquanto a dor é a reação à perda - efetiva da pessoa amada, a angústia é a reação à - ameaça de uma perda eventual. - - -- 27 - - Mas qual é essa reação? Diante do transtorno pul- - sional introduzido pela perda do objeto amado, o eu - se ergue: apela para todas as suas forças vivas — - mesmo com o risco de esgotar-se — e as concentra - em um único ponto, o da representação psíquica do - amado perdido. A partir de então, o eu fica inteira- - mente ocupado em manter viva a imagem mental do - desaparecido. Como se ele se obstinasse em querer - compensar a ausência real do outro perdido, magnifi- - cando a sua imagem. O eu se confunde então quase - totalmente com essa imagem soberana, e só vive - amando, e por vezes odiando a efígie de um outro - desaparecido. - - -- 28 diff --git a/books/perfect-spy.mdwn b/books/perfect-spy.mdwn deleted file mode 100644 index beb5635..0000000 --- a/books/perfect-spy.mdwn +++ /dev/null @@ -1,50 +0,0 @@ -[[!meta title="A Perfect Spy"]] - -## Trechos - ---- - - A society that admires its shock troops had batter be bloody careful about where it's going. - -- A Perfect Spy - ---- - - Intelligence is nothing if not an institutionalised black market in perishable commodities. - -- A Perfect Spy - ---- - - Military intelligence has about as much to do with intelligence as military music has to do - with music. - -- A Perfect Spy - ---- - - When two people have decided to go to bed with each other, what passes between them before - the event is a matter of form rather than of content. - -- A Perfect Spy - ---- - - Hell, Jack, we're licensed crooks, that's all I'm saying. What's our racket? Know what our racket is? - It is to place our larcenous natures at the service of the state. So I mean why should I feel different - about Magnus just because maybe he go the mix a little wrong? I can't. - -- A Perfect Spy - ---- - - "Stop this now. There's not a man or woman in this room who won't look like a traitor once you start - to pull our life stories inside out. A man can't remember where he was on the night of the tenth? - Then he's lying. He can remember? Then he's too damn flip with his alibi. You go one more yard with this - and everyone who tells the truth will become a barefaced liar, everyone who does a decent job will - be working fir the other side. You carry on like this and you'll sink our service better than the - Russians ever could. Or is that what you want? - - -- A Perfect Spy - ---- - - If bogies ask, it's because they don't know. So don't tell them. If they ask and they do know, - they're trying to catch you out. So don't tell'em either. - - -- A Perfect Spy diff --git a/books/puzzle-palace.mdwn b/books/puzzle-palace.mdwn deleted file mode 100644 index 176f000..0000000 --- a/books/puzzle-palace.mdwn +++ /dev/null @@ -1,56 +0,0 @@ -[[!meta title="Puzzle Palace"]] - - For reasons of security, as well as the fact that the State De- - partment's portion of the budget could not by law be spent within - the District of Columbia, Yardley set up shop in New York City. - After first considering a building at 17 East 36 Street, he finally - settled on a stately four-story brownstone at 3 East 38 Street, - owned by an old friend. - - --- page 13 (pdf) e 25 (book) - - The key to the legislation could have been dreamed up by Franz Kafka: the - establishment of a supersecret federal court. Sealed away behind a - cipher-locked door in a windowless room on the top floor of the Justice - Department building, the Foreign Intelligence Surveillance Court is most - certainly the strangest creation in the history of the federal Judiciary. Its - establishment was the product of compromises between legislators who wanted the - NSA and FBI, the only agencies affected by the FISA, to follow the standard - procedure of obtaining a court order re- quired in criminal investigations, and - legislators who felt the agencies should have no regulation whatsoever in their - foreign intelligence surveillances. - - [...] - - Almost unheard of outside the inner sanctum of the intelligence - establishment, the court is like no other. It sits in secret session, holds no - adversary hearings, and issues almost no public opinions or reports. It is - listed in neither the Government Organization Manual nor the United States - Court Directory and has even tried to keep its precise location a secret. "On - its face," said one legal authority familiar with the court, "it is an affront - to the traditional American concept of justice." - - -- page 453 - - [...] - - Then there is the last, and possibly most intriguing, part of the definition, - which stipulates that NSA has not "acquired" anything until the communication - has been processed "into an intelligible form intended for human inspection." - NSA is there- fore free to intercept all communications, domestic as well as - foreign, without ever coming under the law. Only when it selects the "contents" - of a particular communication for further "proc- essing" does the FISA take - effect. - - -- page 458 - - Like most things in Britain, the practice of eavesdropping is - deeply rooted in tradition and probably dates back at least to - 1653. In that year Lord Thurloe created what was known as - "The Secret Office," which specialized in clandestinely opening - and copying international correspondence. That custom later - carried over to telegrams and finally the telephone shortly after - it was first introduced in England in 1879. - - -- page 487 - diff --git a/books/scifi.mdwn b/books/scifi.mdwn new file mode 100644 index 0000000..1f6748a --- /dev/null +++ b/books/scifi.mdwn @@ -0,0 +1,3 @@ +[[!meta title="Scifi"]] + +[[!inline pages="page(books/scifi*)" archive="yes"]] diff --git a/books/scifi/cyberiad.mdwn b/books/scifi/cyberiad.mdwn new file mode 100644 index 0000000..753cb68 --- /dev/null +++ b/books/scifi/cyberiad.mdwn @@ -0,0 +1,29 @@ +[[!meta title="The Cyberiad"]] + +## Trechos + +--- + + Come, every frustum longs to be a cone, + And every vector dreams of matrices. + Hark to the gentle gradient of the breeze: + It whispers of a more ergodic zone. + -- Stanislaw Lem, "Cyberiad" + +--- + + Come, let us hasten to a higher plane, + Where dyads tread the fairy fields of Venn, + Their indices bedecked from one to n, + Commingled in an endless Markov chain! + + Come, every frustum longs to be a cone, + And every vector dreams of matrices. + Hark to the gentle gradient of the breeze: + It whispers of a more ergodic zone. + + In Riemann, Hilbert or in Banach space + Let superscripts and subscripts go their ways. + Our asymptotes no longer out of phase, + We shall encounter, counting, face to face. + -- The Cyberiad diff --git a/books/segundo-sexo.mdwn b/books/segundo-sexo.mdwn deleted file mode 100644 index 11f92bd..0000000 --- a/books/segundo-sexo.mdwn +++ /dev/null @@ -1,22 +0,0 @@ -[[!meta title="O Segundo Sexo"]] - - Se as dificuldades são mais evidentes na mulher independente é porque - ela não escolheu a resignação e sim a luta. Todos os problemas vivos - encontram na morte uma solução silenciosa. - - -- 456 - - É absurdo pretender que a orgia, o vício, o êxtase, a paixão se tornariam - impossíveis se o homem e a mulher fossem concretamente semelhantes. - - -- 499 - - Atentemos para o fato de que nossa imaginação despovoa sempre o futuro; - êste não passa de uma abstração para nós; cada um de nós nele deplora surdamente - a ausência do que foi; mas a humanidade de amanhã irá vivê-lo em sua carne - e em sua liberdade, ele será seu presente e ela por sua vez o preferirá; - entre os sexos surgirão novas relações carnais e afetivas de que não temos - idéia; já apareceram entre homens e mulheres amizades, rivalidades, cumplicidades, - camaradagens, castas ou sexuais, que os séculos passados não teriam sabido inventar. - - -- ? diff --git a/books/sociedade-contra-o-estado.mdwn b/books/sociedade-contra-o-estado.mdwn deleted file mode 100644 index dfe9d6e..0000000 --- a/books/sociedade-contra-o-estado.mdwn +++ /dev/null @@ -1,18 +0,0 @@ -[[!meta title="A sociedade contra o Estado"]] - - Se entendermos por técnica o conjunto dos processos de que se munem os homens, - não para assegurarem o domínio absoluto da natureza (isso só vale para o nosso - mundo e seu insano projeto cartesiano cujas consequências ecológicas mal - começamos a media), mas para garantir um domínio do meio natural _adaptado e - relativo às suas necessidades_, então não mais podemos falar em inferioridade - técnica das sociedades primitivas: elas demonstram uma capacidade de satisfazer - suas necessidades pelo menos igual àquela de que se orgulha a sociedade - industrial e técnica. - - [...] - - Não existe portanto hierarquia no campo da técnica, nem tecnologia superior - ou inferior; só se pode medir um equipamento tecnológico pela sua capacidade - de satisfazer, num determinado meio, as necessidades da sociedade. - - -- 203 diff --git a/books/sociedade.mdwn b/books/sociedade.mdwn new file mode 100644 index 0000000..bed3738 --- /dev/null +++ b/books/sociedade.mdwn @@ -0,0 +1,3 @@ +[[!meta title="Sociedade"]] + +[[!inline pages="page(books/sociedade*)" archive="yes"]] diff --git a/books/sociedade/ilha.mdwn b/books/sociedade/ilha.mdwn new file mode 100644 index 0000000..ecf2186 --- /dev/null +++ b/books/sociedade/ilha.mdwn @@ -0,0 +1,16 @@ +[[!meta title="A Ilha"]] + +A Ilha, de Fernando Morais, 30a edição. + +## Depoimento de Julio Martinez Paes + + Santiago de Cuba tinha coisas curiosas. Frank País, por exemplo, + estava sendo procurado, não podia andar pelas ruas. Mas podia falar + pelo telefone sem medo de censura, porque todas as telefonistas da + cidade eram militantes do Movimento 26 de Julho. Não só podíamos + falar à vontade como até tínhamos acesso a conversações oficiais. + Quando uma telefonista recebia uma ligação oficial, dava um jeito + de colocar um de nós na extensão, para que soubéssemos com antecedência + de muitos planos da ditadura. + +-- pág. 209 diff --git a/books/sociedade/segundo-sexo.mdwn b/books/sociedade/segundo-sexo.mdwn new file mode 100644 index 0000000..11f92bd --- /dev/null +++ b/books/sociedade/segundo-sexo.mdwn @@ -0,0 +1,22 @@ +[[!meta title="O Segundo Sexo"]] + + Se as dificuldades são mais evidentes na mulher independente é porque + ela não escolheu a resignação e sim a luta. Todos os problemas vivos + encontram na morte uma solução silenciosa. + + -- 456 + + É absurdo pretender que a orgia, o vício, o êxtase, a paixão se tornariam + impossíveis se o homem e a mulher fossem concretamente semelhantes. + + -- 499 + + Atentemos para o fato de que nossa imaginação despovoa sempre o futuro; + êste não passa de uma abstração para nós; cada um de nós nele deplora surdamente + a ausência do que foi; mas a humanidade de amanhã irá vivê-lo em sua carne + e em sua liberdade, ele será seu presente e ela por sua vez o preferirá; + entre os sexos surgirão novas relações carnais e afetivas de que não temos + idéia; já apareceram entre homens e mulheres amizades, rivalidades, cumplicidades, + camaradagens, castas ou sexuais, que os séculos passados não teriam sabido inventar. + + -- ? diff --git a/books/sociedade/sociedade-contra-o-estado.mdwn b/books/sociedade/sociedade-contra-o-estado.mdwn new file mode 100644 index 0000000..dfe9d6e --- /dev/null +++ b/books/sociedade/sociedade-contra-o-estado.mdwn @@ -0,0 +1,18 @@ +[[!meta title="A sociedade contra o Estado"]] + + Se entendermos por técnica o conjunto dos processos de que se munem os homens, + não para assegurarem o domínio absoluto da natureza (isso só vale para o nosso + mundo e seu insano projeto cartesiano cujas consequências ecológicas mal + começamos a media), mas para garantir um domínio do meio natural _adaptado e + relativo às suas necessidades_, então não mais podemos falar em inferioridade + técnica das sociedades primitivas: elas demonstram uma capacidade de satisfazer + suas necessidades pelo menos igual àquela de que se orgulha a sociedade + industrial e técnica. + + [...] + + Não existe portanto hierarquia no campo da técnica, nem tecnologia superior + ou inferior; só se pode medir um equipamento tecnológico pela sua capacidade + de satisfazer, num determinado meio, as necessidades da sociedade. + + -- 203 diff --git a/books/sociedade/spaceship.mdwn b/books/sociedade/spaceship.mdwn new file mode 100644 index 0000000..24fc2b9 --- /dev/null +++ b/books/sociedade/spaceship.mdwn @@ -0,0 +1,18 @@ +[[!meta title="Manual da Espaçonave Terra"]] + + Contudo, e de súbito, e sem que na sociedade ninguém se apercebesse, surgiu o + anti-corpo evolucionário contra a extinção na forma do computador e da sua + automatização globalmente orientada, que tornou o homem obsoleto como + especialista da produção e controle físicos -- mesmo em cima da hora. + + Como superespecialista, o computador pode perseverar dia e noite, separando o + preto do branco a velocidades sobrehumanas. O computador pode também operar em + graus de frio ou calor nos quais o homem pereceria. Como especialista, o homem + vai ser completamente afastado pelo computador. O homem vai ser obrigado a + reestabelecer, usar e disfrutar sua "globalidade" inata. O que se nos depara é + lidar com a totalidades da Nave Espacial Terra e do universo. A evolução parece + estar apostada em fazer o homem cumprir um destino muito mais elevado que ser + apenas uma simples máquina muscular e reflexa -- um autómato escravo -- a + automatização afasta os autómatos. + + -- 24 e 25 diff --git a/books/sociedade/tolice.mdwn b/books/sociedade/tolice.mdwn new file mode 100644 index 0000000..478e785 --- /dev/null +++ b/books/sociedade/tolice.mdwn @@ -0,0 +1,136 @@ +[[!meta title="A Tolice da Inteligência Brasileira"]] + +Violência simbólica +------------------- + + Ora, como diria o insuspeito Max Weber, os ricos e felizes, em todas as + épocas e em todos os lugares, não querem apenas ser ricos e felizes. Querem + saber que têm "direito" à riqueza e felicidade. Isso significa que o privilégio + -- mesmo o flagrantemente injusto, como o que se transmite por herança -- + necessita ser "legitimado", ou seja, aceito mesmo por aqueles que foram + excluídos de todos os privilégios. + + [...] + + É por conta disso que os privilegiados são os donos dos jornais, das + editoras, das universidades, das TVs e do que se decide nos tribunais e nos + partidos políticos. Apenas dominando todas essas estruturas é que se pode + monopolizar os recursos naturais que deveriam ser de todos, e explorar o + trabalho da imensa maioria de não-privilegiados soba a forma de taxa de lucro, + juro, renda da terra ou aluguel. + + A soma dessas rendas de capital no Brasil é monopolizada em grande parte + pelo 1% mais rico da população. É o trabalho dos 99% restantes que se transfere + em grande medida para o bolso do 1% mais rico. + + [...] + + A tese central deste livro é que tamanha "violência simbólica" só é + possível pelo sequestro da "inteligência brasileira" para o serviço não da + imensa maioria da população, mas do 1% mais rico. [...] Esse serviço que a + imensa maioria dos intelectuais brasileiros sempre prestou e ainda presta é o + que possibilita a justificação, por exemplo, de que os problemas brasileiros + não vêm da grotesca concentração da riqueza social em pouquíssimas mãos, mas + sim da "corrupção apenas do Estado". + + E isso leva a uma falsa oposição entre Estado demonizado e mercado -- + concentrado e superfaturado como é o mercado brasileiro --, como o reino da + virtude e da eficiência. E em um contexto no qual não existe fortuna de + brasileiro que não tenha sido construída à sombra de financiamentos e + privilégios estatais nem corrupção estatal sistemática sem conivência e + estímulo do mercado. E também em um cenário em que as classes sociais que mais + apoiam essa bandeira como se fosse sua -- os extratos conservadores da classe + média tradicional e setores ascendentes da nova classe trabalhadora -- são + precisamente as classes que mais sofrem com os bens e serviços superfaturados e + de qualidade duvidosa que o 1% mais rico vende a elas. + + -- 9 a 11 + +Crítica das ideias +------------------ + + Este livro é uma história das ideias dominantes do Brasil moderno + e de sua institucionalização. + + [...] + + Retira-se dos indivíduos a possibilidade de compreender a totalidade da + sociedade e de suas reais contradições e conflitos, os quais são substituídos + por falsas questões. A fragmentação do conhecimento serve aos interesses dos + que estão ganhando na sociedade, já que evidencia sua mudança possível. A ação + da mudança, a capacidade moral e política de escolher caminhos alternativos + pela vontade de intervir no mundo, pressupõe "conhecimento do mundo" para não + ser "escolha cega". É isso que faz com que todo o conhecimento fragmentário e + superficial seja necessariamente conservador. Ele ajuda a manter e justificar o + que já existe. + + -- 12 e 13 + +Interpretações que explicam o mundo +----------------------------------- + + Os seres humanos são animais que se interpretam. Isso significa que não existe + "comportamento automático", este é sempre influenciado por uma "forma + específica de interpretar e compreender a vida". Essas interpretações que guiam + nossas escolhas na vida foram obras de profetas religiosos no passado. Nos + últimos duzentos anos essas interpretações, que explicam o mundo e nos dizem + como devemos agir nele, foram obras de intelectuais seculares. O mais + importante desses intelectuais no Ocidente moderno foi -- juntamente com Karl + Marx -- o sociólogo alemão Max Weber. Afinal, foi da pena de Weber que se + originou a forma predominante como todo o Ocidente moderno se autointerpreta e + se legitima. As ideias dominantes que circulam na imprensa, nas salas de aula, + nas discussões parlamentares, nas conversas de botequim -- em todo lugar -- são + sempre formas mais simplificadas de ideias produzidas por grandes pensadores. + + Daí a importância de se recuperar o sentido original dessas ideias que são tão + relevantes para nossas vidas ainda que, normalmente, não nos demos conta disso. + + [...] + + Não existe ordem social moderna sem uma legitimação pretensamente científica + desta mesma ordem. + + Talvez o uso de Max Weber e sua obra seja um dos exemplos mais significativos + do caráter bifronte da ciência: tanto como mecanismo de esclarecimento do mundo + quanto como mecanismo de encobrimento das relações de poder que permitem a + reprodução de privilégios injustos de toda a espécie. + + [...] + + Para a versão liberal e afirmativa, Weber fornece, por um lado, sua análise + da "revolução simbólica" do protestantismo ascético; para ele, a efetiva + revolução moderna, na medida em que transformou a "consciência" dos indivíduos + e, a partir daí, a realidade externa, é a figura do protestante ascético, + que com vontade férrea e armas da disciplina e do autocontrole cria o fundamento + histórico para a noção do "sujeito moderno". + + [...] + + Mas Weber, e nisso reside sua influência e atualidade extraordinária, + também compreendia, no entanto, o lado sombrio do racionalismo ocidental. + Se o pioneiro protestante ainda possuía perspectivaas éticas na sua conduta, + seu "filho" e, muito especialmente, seu "neto", habitantes do mundo secularizado, + são percebidos por Weber de modo bastante diferente. Para descrevê-los, Weber + utiliza dois "tipos ideais" [...], o "especialista sem espírito", que tudo + conhece sobre seu pequeno mundo de atividade e nada sabe (nem quer saber) + acerca de contextos mais amplos que determinam seu pequeno mundo, e, por + outro, o "homem do prazer sem coração", que tende a amesquinhar seu mundo + sentimental e emotivo à busca de prazeres momentâneos e imediatos. + + -- 17 a 19 + +Patrimonialismo brasileiro +-------------------------- + + Toda a ambiguidade de Max Weber em relação ao capitalismo -- produtor de seres + amesquinhados precisamente nas dimensões cognitiva e moral -- e à própria + sociedade americana -- [...] foi cuidadosa e intencionalmente posta de lado. + + -- 27 + + No começo, o aspecto mais importante era simplesmente legitimar científica + e politicamente -- com farto financiamento das agências estatais norte-americanas + nos Estados Unidos e fora dele -- a superioridade norte-americana em relação + a todas as outras sociedades. + + -- 27 diff --git a/books/spaceship.mdwn b/books/spaceship.mdwn deleted file mode 100644 index 272bcc0..0000000 --- a/books/spaceship.mdwn +++ /dev/null @@ -1,18 +0,0 @@ -[[!meta title="Manual da Espaçonave Terra"]] - - Contudo, e de súbito, e sem que na sociedade ninguém se apercebesse, surgiu o - anti-corpo evolucionário contra a extinção na forma do computador e da sua - automatização globalmente orientada, que tornou o homem obsoleto como - especialista da produção e control físicos -- mesmo em cima da hora. - - Como superespecialista, o computador pode perseverar dia e noite, separando o - preto do branco a velocidades sobrehumanas. O computador pode também operar em - graus de frio ou calor nos quais o homem pereceria. Como especialista, o homem - vai ser completamente afastado pelo computador. O homem vai ser obrigado a - reestabelecer, usar e disfrutar sua "globalidade" inata. O que se nos depara é - lidar com a totalidades da Nave Espacial Terra e do universo. A evolução parece - estar apostada em fazer o homem cumprir um destino muito mais elevado que ser - apenas uma simples máquina muscular e reflexa -- um autómato escravo -- a - automatização afasta os autómatos. - - -- 24 e 25 diff --git a/books/spy.mdwn b/books/spy.mdwn new file mode 100644 index 0000000..20b115b --- /dev/null +++ b/books/spy.mdwn @@ -0,0 +1,3 @@ +[[!meta title="Espionagem"]] + +[[!inline pages="page(books/espionagem*)" archive="yes"]] diff --git a/books/spy/hacker-crackdown.mdwn b/books/spy/hacker-crackdown.mdwn new file mode 100644 index 0000000..b49abcb --- /dev/null +++ b/books/spy/hacker-crackdown.mdwn @@ -0,0 +1,49 @@ +[[!meta title="The Hacker Crackdown"]] + +Seleção de trechos [deste livro](http://www.gutenberg.org/ebooks/101): + + 4154 When rumor about LoD's mastery of Georgia's switching network got + 4155 around to BellSouth through Bellcore and telco security scuttlebutt, + 4156 they at first refused to believe it. If you paid serious attention to + 4157 every rumor out and about these hacker kids, you would hear all kinds + 4158 of wacko saucer-nut nonsense: that the National Security Agency + 4159 monitored all American phone calls, that the CIA and DEA tracked + 4160 traffic on bulletin-boards with word-analysis programs, that the Condor + 4161 could start World War III from a payphone. + +Jocoso, mas premonitório! Mais: + + 11658 Kapor is a man with a vision. It's a very novel vision which he and + 11659 his allies are working out in considerable detail and with great + 11660 energy. Dark, cynical, morbid cyberpunk that I am, I cannot avoid + 11661 considering some of the darker implications of "decentralized, + 11662 nonhierarchical, locally empowered" networking. + 11663 + 11664 I remark that some pundits have suggested that electronic + 11665 networking--faxes, phones, small-scale photocopiers--played a strong + 11666 role in dissolving the power of centralized communism and causing the + 11667 collapse of the Warsaw Pact. + 11668 + 11669 Socialism is totally discredited, says Kapor, fresh back from the + 11670 Eastern Bloc. The idea that faxes did it, all by themselves, is rather + 11671 wishful thinking. + 11672 + 11673 Has it occurred to him that electronic networking might corrode + 11674 America's industrial and political infrastructure to the point where + 11675 the whole thing becomes untenable, unworkable--and the old order just + 11676 collapses headlong, like in Eastern Europe? + 11677 + 11678 "No," Kapor says flatly. "I think that's extraordinarily unlikely. In + 11679 part, because ten or fifteen years ago, I had similar hopes about + 11680 personal computers--which utterly failed to materialize." He grins + 11681 wryly, then his eyes narrow. "I'm VERY opposed to techno-utopias. + 11682 Every time I see one, I either run away, or try to kill it." + 11683 + 11684 It dawns on me then that Mitch Kapor is not trying to make the world + 11685 safe for democracy. He certainly is not trying to make it safe for + 11686 anarchists or utopians--least of all for computer intruders or + 11687 electronic rip-off artists. What he really hopes to do is make the + 11688 world safe for future Mitch Kapors. This world of decentralized, + 11689 small-scale nodes, with instant global access for the best and + 11690 brightest, would be a perfect milieu for the shoestring attic + 11691 capitalism that made Mitch Kapor what he is today. diff --git a/books/spy/hackers.mdwn b/books/spy/hackers.mdwn new file mode 100644 index 0000000..5f86a77 --- /dev/null +++ b/books/spy/hackers.mdwn @@ -0,0 +1,36 @@ +[[!meta title="Os aspectos políticos do hacking"]] + +Coletânea de textos sobre hacking. + + Lines in the Sand: Which Side Are You On in the Hacker Class War + http://www.phrack.org/issues.html?issue=68&id=16#article + + What's wrong with the kids these days? | PUSCII blog + http://www.puscii.nl/blog/content/whats-wrong-kids-these-days + + Kid's tomorrow | PUSCII blog + http://www.puscii.nl/blog/content/kids-tomorrow + + Hacklabs and hackerspaces – tracing two genealogies » Journal of Peer Production + http://peerproduction.net/issues/issue-2/peer-reviewed-papers/hacklabs-and-hackerspaces/ + + CMI Brasil - Precisamos falar sobre o Facebook + http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2012/11/514157.shtml + + Saudi Surveillance + http://thoughtcrime.org/blog/saudi-surveillance/ + + The Banality of ‘Don’t Be Evil’ by Julian Assange - NYTimes.com + https://www.nytimes.com/2013/06/02/opinion/sunday/the-banality-of-googles-dont-be-evil.html?_r=0 + + Hacking at the crossroad: US military funding of hackerspaces » Journal of Peer Production + http://peerproduction.net/issues/issue-2/invited-comments/hacking-at-the-crossroad/ + +Análise +------- + +A distinção entre black hats, gray hats e white hats é artificial e foi criada pela indústria. + +- Os hackers originais estavam atrás era de recursos! Era o movimento dos sem-computador. +- Hoje, há uma cortina de fumaça infosec. Precisamos tomar consciência que ainda não conquistamos + nossos recursos. diff --git a/books/spy/perfect-spy.mdwn b/books/spy/perfect-spy.mdwn new file mode 100644 index 0000000..beb5635 --- /dev/null +++ b/books/spy/perfect-spy.mdwn @@ -0,0 +1,50 @@ +[[!meta title="A Perfect Spy"]] + +## Trechos + +--- + + A society that admires its shock troops had batter be bloody careful about where it's going. + -- A Perfect Spy + +--- + + Intelligence is nothing if not an institutionalised black market in perishable commodities. + -- A Perfect Spy + +--- + + Military intelligence has about as much to do with intelligence as military music has to do + with music. + -- A Perfect Spy + +--- + + When two people have decided to go to bed with each other, what passes between them before + the event is a matter of form rather than of content. + -- A Perfect Spy + +--- + + Hell, Jack, we're licensed crooks, that's all I'm saying. What's our racket? Know what our racket is? + It is to place our larcenous natures at the service of the state. So I mean why should I feel different + about Magnus just because maybe he go the mix a little wrong? I can't. + -- A Perfect Spy + +--- + + "Stop this now. There's not a man or woman in this room who won't look like a traitor once you start + to pull our life stories inside out. A man can't remember where he was on the night of the tenth? + Then he's lying. He can remember? Then he's too damn flip with his alibi. You go one more yard with this + and everyone who tells the truth will become a barefaced liar, everyone who does a decent job will + be working fir the other side. You carry on like this and you'll sink our service better than the + Russians ever could. Or is that what you want? + + -- A Perfect Spy + +--- + + If bogies ask, it's because they don't know. So don't tell them. If they ask and they do know, + they're trying to catch you out. So don't tell'em either. + + -- A Perfect Spy diff --git a/books/spy/puzzle-palace.mdwn b/books/spy/puzzle-palace.mdwn new file mode 100644 index 0000000..176f000 --- /dev/null +++ b/books/spy/puzzle-palace.mdwn @@ -0,0 +1,56 @@ +[[!meta title="Puzzle Palace"]] + + For reasons of security, as well as the fact that the State De- + partment's portion of the budget could not by law be spent within + the District of Columbia, Yardley set up shop in New York City. + After first considering a building at 17 East 36 Street, he finally + settled on a stately four-story brownstone at 3 East 38 Street, + owned by an old friend. + + --- page 13 (pdf) e 25 (book) + + The key to the legislation could have been dreamed up by Franz Kafka: the + establishment of a supersecret federal court. Sealed away behind a + cipher-locked door in a windowless room on the top floor of the Justice + Department building, the Foreign Intelligence Surveillance Court is most + certainly the strangest creation in the history of the federal Judiciary. Its + establishment was the product of compromises between legislators who wanted the + NSA and FBI, the only agencies affected by the FISA, to follow the standard + procedure of obtaining a court order re- quired in criminal investigations, and + legislators who felt the agencies should have no regulation whatsoever in their + foreign intelligence surveillances. + + [...] + + Almost unheard of outside the inner sanctum of the intelligence + establishment, the court is like no other. It sits in secret session, holds no + adversary hearings, and issues almost no public opinions or reports. It is + listed in neither the Government Organization Manual nor the United States + Court Directory and has even tried to keep its precise location a secret. "On + its face," said one legal authority familiar with the court, "it is an affront + to the traditional American concept of justice." + + -- page 453 + + [...] + + Then there is the last, and possibly most intriguing, part of the definition, + which stipulates that NSA has not "acquired" anything until the communication + has been processed "into an intelligible form intended for human inspection." + NSA is there- fore free to intercept all communications, domestic as well as + foreign, without ever coming under the law. Only when it selects the "contents" + of a particular communication for further "proc- essing" does the FISA take + effect. + + -- page 458 + + Like most things in Britain, the practice of eavesdropping is + deeply rooted in tradition and probably dates back at least to + 1653. In that year Lord Thurloe created what was known as + "The Secret Office," which specialized in clandestinely opening + and copying international correspondence. That custom later + carried over to telegrams and finally the telephone shortly after + it was first introduced in England in 1879. + + -- page 487 + diff --git a/books/tolice.mdwn b/books/tolice.mdwn deleted file mode 100644 index 478e785..0000000 --- a/books/tolice.mdwn +++ /dev/null @@ -1,136 +0,0 @@ -[[!meta title="A Tolice da Inteligência Brasileira"]] - -Violência simbólica -------------------- - - Ora, como diria o insuspeito Max Weber, os ricos e felizes, em todas as - épocas e em todos os lugares, não querem apenas ser ricos e felizes. Querem - saber que têm "direito" à riqueza e felicidade. Isso significa que o privilégio - -- mesmo o flagrantemente injusto, como o que se transmite por herança -- - necessita ser "legitimado", ou seja, aceito mesmo por aqueles que foram - excluídos de todos os privilégios. - - [...] - - É por conta disso que os privilegiados são os donos dos jornais, das - editoras, das universidades, das TVs e do que se decide nos tribunais e nos - partidos políticos. Apenas dominando todas essas estruturas é que se pode - monopolizar os recursos naturais que deveriam ser de todos, e explorar o - trabalho da imensa maioria de não-privilegiados soba a forma de taxa de lucro, - juro, renda da terra ou aluguel. - - A soma dessas rendas de capital no Brasil é monopolizada em grande parte - pelo 1% mais rico da população. 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A fragmentação do conhecimento serve aos interesses dos - que estão ganhando na sociedade, já que evidencia sua mudança possível. A ação - da mudança, a capacidade moral e política de escolher caminhos alternativos - pela vontade de intervir no mundo, pressupõe "conhecimento do mundo" para não - ser "escolha cega". É isso que faz com que todo o conhecimento fragmentário e - superficial seja necessariamente conservador. Ele ajuda a manter e justificar o - que já existe. - - -- 12 e 13 - -Interpretações que explicam o mundo ------------------------------------ - - Os seres humanos são animais que se interpretam. Isso significa que não existe - "comportamento automático", este é sempre influenciado por uma "forma - específica de interpretar e compreender a vida". Essas interpretações que guiam - nossas escolhas na vida foram obras de profetas religiosos no passado. Nos - últimos duzentos anos essas interpretações, que explicam o mundo e nos dizem - como devemos agir nele, foram obras de intelectuais seculares. O mais - importante desses intelectuais no Ocidente moderno foi -- juntamente com Karl - Marx -- o sociólogo alemão Max Weber. Afinal, foi da pena de Weber que se - originou a forma predominante como todo o Ocidente moderno se autointerpreta e - se legitima. As ideias dominantes que circulam na imprensa, nas salas de aula, - nas discussões parlamentares, nas conversas de botequim -- em todo lugar -- são - sempre formas mais simplificadas de ideias produzidas por grandes pensadores. - - Daí a importância de se recuperar o sentido original dessas ideias que são tão - relevantes para nossas vidas ainda que, normalmente, não nos demos conta disso. - - [...] - - Não existe ordem social moderna sem uma legitimação pretensamente científica - desta mesma ordem. - - Talvez o uso de Max Weber e sua obra seja um dos exemplos mais significativos - do caráter bifronte da ciência: tanto como mecanismo de esclarecimento do mundo - quanto como mecanismo de encobrimento das relações de poder que permitem a - reprodução de privilégios injustos de toda a espécie. - - [...] - - Para a versão liberal e afirmativa, Weber fornece, por um lado, sua análise - da "revolução simbólica" do protestantismo ascético; para ele, a efetiva - revolução moderna, na medida em que transformou a "consciência" dos indivíduos - e, a partir daí, a realidade externa, é a figura do protestante ascético, - que com vontade férrea e armas da disciplina e do autocontrole cria o fundamento - histórico para a noção do "sujeito moderno". - - [...] - - Mas Weber, e nisso reside sua influência e atualidade extraordinária, - também compreendia, no entanto, o lado sombrio do racionalismo ocidental. - Se o pioneiro protestante ainda possuía perspectivaas éticas na sua conduta, - seu "filho" e, muito especialmente, seu "neto", habitantes do mundo secularizado, - são percebidos por Weber de modo bastante diferente. Para descrevê-los, Weber - utiliza dois "tipos ideais" [...], o "especialista sem espírito", que tudo - conhece sobre seu pequeno mundo de atividade e nada sabe (nem quer saber) - acerca de contextos mais amplos que determinam seu pequeno mundo, e, por - outro, o "homem do prazer sem coração", que tende a amesquinhar seu mundo - sentimental e emotivo à busca de prazeres momentâneos e imediatos. - - -- 17 a 19 - -Patrimonialismo brasileiro --------------------------- - - Toda a ambiguidade de Max Weber em relação ao capitalismo -- produtor de seres - amesquinhados precisamente nas dimensões cognitiva e moral -- e à própria - sociedade americana -- [...] foi cuidadosa e intencionalmente posta de lado. - - -- 27 - - No começo, o aspecto mais importante era simplesmente legitimar científica - e politicamente -- com farto financiamento das agências estatais norte-americanas - nos Estados Unidos e fora dele -- a superioridade norte-americana em relação - a todas as outras sociedades. - - -- 27 diff --git a/books/vida.mdwn b/books/vida.mdwn new file mode 100644 index 0000000..a206df7 --- /dev/null +++ b/books/vida.mdwn @@ -0,0 +1,3 @@ +[[!meta title="Vida"]] + +[[!inline pages="page(books/vida*)" archive="yes"]] diff --git a/books/vida/arte-da-vida.mdwn b/books/vida/arte-da-vida.mdwn new file mode 100644 index 0000000..83f1d89 --- /dev/null +++ b/books/vida/arte-da-vida.mdwn @@ -0,0 +1,7 @@ +[[!meta title="Arte da vida"]] + +* Classe média, ansiedade, obsessão, 64, 65. +* Utopia, distopia, novo homem, acidente, 131. +* Terceiro homem, 157. +* Reciprocidade, responsabilidade, 160. +* Organização, 163. diff --git a/books/vida/arte-de-viver.mdwn b/books/vida/arte-de-viver.mdwn new file mode 100644 index 0000000..0ce621b --- /dev/null +++ b/books/vida/arte-de-viver.mdwn @@ -0,0 +1,168 @@ +[[!meta title="A Arte de Viver para Novas Gerações"]] + +Sobre +----- + +A Arte de Viver para Novas Gerações, Raoul Vaneigem. + +Versões +------- + +* http://library.nothingness.org/articles/SI/en/pub_contents/5 +* http://arikel.free.fr/aides/vaneigem/ + +Trechos +------- + + The path toward simplicity is the most complex of all, and here in particular + it seemed best not to tear away from the commonplace the tangle of roots which + enable us to transplant it into another region, where we can cultivate it to + our own profit. + + -- http://library.nothingness.org/articles/SI/en/display/34 + + O bom comportamento do prisioneiro depende da esperança de fugir que a prisão + alimenta. Por outro lado, impelido contra uma parede sem saída, um homem apenas + conhece a raiva de destruí-la ou de quebrar nela a cabeça, o que não deixa de + ser lamentável para uma boa organização social (mesmo se o suicida não tiver a + feliz idéia de se matar no estilo dos príncipes orientais, levando com ele + todos os seus servos: juízes, bispos, generais, + policiais, psiquiatras, filósofos, managers, especialistas e cibernéticos). + + -- 36 + + Assim que o líder do jogo se torna um chefe, o princípio hierárquico se salva, e a revolução + se detém para presidir o massacre dos revolucionários. É preciso lembrar sempre: o projeto + insurrecional só pertence às massas, o líder reforça-o, o chefe o trai. É entre o líder e o + chefe que inicialmente se desenrola a luta autêntica. + + -- 37 + + Resumindo, a descompressão nada mais é do que o controle dos antagonismos pelo poder. + A oposição de dois termos toma sentido pela introdução de um terceiro. Se só existem dois + pólos, eles se neutralizam, uma vez que cada um se define pelos valores do outro. É + impossível escolher entre eles, entra-se no domínio da tolerância e do relativismo, tão + querido à burguesia. Como é compreensível o interesse da hierarquia apostólica romana na + querela entre o maniqueísmo e o trinitarismo! + + -- 38 + + O poder aquisitivo é a licença de aquisição do poder. O velho proletariado vendia a força + de trabalho para subsistir; o seu escasso tempo livre era gasto mais ou menos de maneira + agradável em discussões, conversas, nos bares, fazendo amor, caminhando em festas e + motins. O novo proletariado vende a força de trabalho para consumir. Quando não + busca no trabalho forçado uma promoção hierárquica, o trabalhador é convidado a comprar + objetos (carro,gravata,cultura...) que lhe atribuirão o seu lugar na escala social. Esta é a era + em que a ideologia do consumo se torna o consumo da ideologia. A expansão cultural leste- + oeste não é um acidente. De um lado, o homo consumidor compra um litro de uísque e + recebe como prêmio a mentira que o acompanha. Do outro, o homem comunista compra + ideologia e recebe como prêmio um litro de vodca. Paradoxalmente, os regimes soviéticos e + capitalistas seguem um caminho comum, os primeiros graças à sua economia de produção, + os segundos pela sua economia de consumo. + + -- 46 + + Com as diferenças crescendo em número e se tornando menores, a distância + entre ricos e pobres diminui de fato, e a humanidade é nivelada, com as + variações de pobreza sendo as únicas variações. O ponto culminante seria a + sociedade cibernética composta de especialistas hierarquizados segundo a sua + aptidão de consumir e de fazer consumir as doses de poder necessárias ao + funcionamento de uma gigantesca máquina social da qual eles seriam ao mesmo + tempo a entrada e a saída de dados. Uma sociedade de exploradores-explorados + onde alguns escravos são mais iguais do que outros. + + -- 47 + + A história é a transformação contínua da alienação natural em alienação social, + e também, paradoxalmente, o contínuo reforço de um movimento de contestação que + irá dissolvê-la, “desalienando-a”. A luta histórica contra a alienação natural + transforma a alienação natural em alienaçao social, mas o movimento de + desalienação histórica atinge por sua vez a alienação social e denuncia a sua + magia fundamental. + + [...] + + O apodrecimento das relações humanas pela troca e pela contrapartida está + evidentemente ligado à existência da burguesia. Que a troca persista em uma + parte do mundo em que se diz que a sociedade sem classes se realizou atesta que + a sombra da burguesia continua reinar debaixo da bandeira vermelha. Enquanto + isso, entre as pessoas que vivem nos países industrializados, o prazer de dar + delimita muito claramente a fronteira entre o mundo do cálculo e o mundo da + exuberância, da festa. + + -- 49 + + Dom, troca, contrapartida e doação. + + -- 49 + + Técnica. + + -- 50 + + Desse ponto de vista, a história não passa da transformação da alienação + natural em alienação social: um processo de desalienação transformado em um + processo de alienação social, um movimento de libertação que produza novos + grilhões. Embora, no final, a vontade de emancipação humana ataque diretamente + o conjunto dos mecanismos paralisantes, ou seja, a organização social baseada + na apropriação privada. Esse é o movimento de desalienação que vai desfazer a + história e realizá-la em novos modos de vida. + + A ascensão da burguesia ao poder anuncia a vitória do homem sobre as forças + naturais. Mas, na mesma hora, a organização social hierárquica, nascida da + necessidade de luta contra a fome, a doença, o desconforto etc., perde sua + justificativa e é obrigada a endossar a responsabilidade pelo mal-estar nas + civilizações industriais. Hoje os homens já não atribuem a sua miséria à + hostilidade da natureza, mas sim , à tirania de uma forma social totalmente + inadequada, totalmente anacrônica. Destruindo o poder mágico dos senhores + feudais, a burguesia condenou a magia do poder hierárquico. O proletariado + executará a sentença. + + -- 50 + + O princípio hierárquico é o princípio mágico que resitiu à emancipação dos homens e as + suas lutas históricas pela liberdade. De agora em diante nenhuma revolução será digna + desse nome se não implicar pelo menos a eliminação radical de toda hierarquia. + + -- 51 + + Rigidamente quantificado (pelo dinheiro e depois pela quantidade de poder, por aquilo a + que poderíamos chamar “unidades sociométricas de poder”), a troca polui todas as relações + humanas, todos os sentimentos, todos os pensamentos. Onde quer que a troca domine, só + sobram coisas, um mundo de homens-objetos congelados nos organogramas do poder + cibernético: o mundo da reificação. Mas é também, paradoxalmente, a oportunidade de uma + reestruturação radical dos nossos modelos de vida e de pensamento. Um ponto zero em que + tudo pode verdadeiramente começar. + + [...] + + Ao sacrifício do senhor sucede o último estágio do sacrifício, o sacrifício do especialista. + Para consumir, o especialista faz outros consumirem de acordo com um programa + cibernético no qual a hiper-racionalidade das trocas suprimirá o sacrifício – e o homem ao + mesmo tempo! Se a troca pura regular um dia as modalidades de existência dos cidadãos- + robôs da democracia cibernética, o sacrifício deixará de existir. Para obedecer, os objetos + não têm necessidade de justificativa. O sacrifício não faz parte do programa das máquinas + assim como do seu oposto, o projeto do homem total. + O desmoronamento dos valores humanos sob a influência dos mecanismos de troca arrasta + + -- 52 + + Contrariamente aos interesses daqueles que controlam seu uso, a técnica tende a + desmistificar o mundo. + + [...] + + As mediações alienadas enfraquecem o homem ao tornarem-se indispensáveis. Uma + máscara social cobre os seres e objetos. No estado atual de apropriação primitiva, essa + máscara transforma aquilo que ela cobre em coisas mortas, em mercadorias. Não existe + mais natureza. Reencontrar a natureza é reinventá-la como adversário vantajoso + construindo novas relações sociais. A excrescência do equipamento material arrebenta o + casulo da velha sociedade hierárquica. + + -- 55 + + O quantitativo e o linear confundem-se. O qualitativo é plurivalente, o quantitativo, + unívoco. A vida quantificada se torna uma linha uniforme que é seguida em direção à + morte. + + -- 61 -- cgit v1.2.3