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author | Silvio Rhatto <rhatto@riseup.net> | 2017-04-18 20:06:21 -0300 |
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diff --git a/books/filosofia/metodo.mdwn b/books/filosofia/metodo.mdwn index 1799703..fba4bac 100644 --- a/books/filosofia/metodo.mdwn +++ b/books/filosofia/metodo.mdwn @@ -324,6 +324,8 @@ poderia atacar a si mesmo. * Eu: auto-referência subjetiva do ser vivo (190), afirmação egocêntrica (213). * Mim: auto-referência objetiva do ser vivo (190), referência objetiva do eu e referência subjetiva do si (213). +Trechos: + O cogito começa a aparece como um anel espiral. -- 202 @@ -965,3 +967,81 @@ Sujeito (220): poder sobre o homem. -- 469-470 + +## Volume III + +* Arqui-racionalidade, 59. +* Simplificar <-> complexificar, 72-73. +* Techne, 196. +* Gênio, 204. +* Tomada de consciência, 212. +* Auto-análise, 216 (mas não só nessa página). + +### Paradoxo essencial do cérebro-espírito + + O que é um espírito que pode conceber o cérebro que o produz, e o que é um + cérebro que pode produzir um espírito que o concebe? + + -- 84 + +### Princípio hologramático, holográfico + + Daí a riqueza das organizações hologramáticas: + + a) as partes podem ser singulares ou originais, embora dispondo de aspectos + gerais e genéricos da organização do todo; + + b) as partes podem ser dotadas de autonomia relativa; + + c) podem estabelecer comunicações entre elas e realizar trocas organizadoras; + + d) podem ser eventualmente capazes de regenerar o todo; + + No universo vivo, o princípio hologramático é o princípio essencial das + organizações policelulares, vegetais e animais; cada célula permanece singular, + justamente porque, controlada pela organização do todo (ela mesma produzida + pelas interações entre células), uma pequena parte da informação genética nela + contida se exprime; mas ela permanece ao mesmo tempo portadora das + virtualidades do todo, o que poderia, eventualmente, atualizar-se a partir + delas; assim, seria possível reproduzir por clonagem o ser inteiro a partir de + uma célula mesmo extremamente especializada ou periférica do organismo. + + -- 115 + +### Concepção: dialógica da analógica <-> lógica (digital) + + As analogias organizadoras permitem a formação de homologias que suscitam + princípios organizadores. O raciocínio por analogia faz logo parte do caminho + que leva à modelização e à formalização, mas sob a condição de obedecer à + dialógica do analógico, do lógico e do empírico, ou seja, ao controle da + verificação dedutiva e da verificação empírica. Assim, constitui-se uma onte do + concreto ao abstrato e do abstrato ao concreto através da qual se tece e se + cria a __concepção__, insto é, um novo modo de organizar a experiência e de + imaginar o possível. Em consequência, reencontramos, no próprio procedimento + científico, mas de explícito, razoável e consciente, os métodos de + conhecimentos por isomorfismo, homeomorfismo e homologia que o aparelho + cognitivo utiliza espontânea e inconscientemente no conhecimento perceptivo e + discursivo. + + -- 157 + + A analogica é iniciadora, inovadora (Peirce indicou que a inovação jorra quase + sempre da analogia), inclusive na invenção científica. Alimenta uma ligação + entre concreto e abstrato (via isomorfismos, tipologias, homologias) e entre + imaginário e real (via metáfora). Essas pontes, como já indicamos, estimulam + e provocam a __concepção__, isto é, a formação de novos modos de organização + do conhecimento e do pensamento. + + -- 158 + +### Inteligência artificial + + No estádio evolutivo atual, o conhecimento por computador continua um apêndice + operacional do conhecimento humano; ainda não se trata do primeiro modelo de + um conhecimento sobre-humano. Não é proibido imaginar, para o futuro, máquinas + cognoscentes, artificiais no começo, e depois auto-organizativas e dotadas + de individualidade. Mas elas se tornariam então novos seres-sujeito que gozariam + e sofreriam com os seus conhecimentos, produziriam, talvez, os seus próprios + mitos e poderiam então manipular as coisas ou mesmo os seres humanos. + + -- 226 |